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Bruno Nunes, Nelson Guedes , Marina Alves, Nicholas Fettback e Maurício Donato | Crédito: Yuri Andreoli

A mesa “Pânico na Semana do Audiovisual: edição como marca registrada de um programa” fechou a programação da 9ª Semana do Audiovisual. Entre os convidados estavam dois Casperianos: Nicholas Fettback, formado em 2012, e Marina Alves, formada em 2014. Os ex-alunos da FCL foram acompanhados pelos colegas de trabalho Nelson Guedes e Bruno Nunes, formados pela Universidade Anhembi Morumbi. Os jovens profissionais compartilharam com os estudantes as suas experiências desde os tempos de estágio até a rotina nas ilhas de edição do programa Pânico, na BAND, com mediação do professor Maurício Donato.

O conceito narrativo do programa dominical é a linha pela qual os editores desenvolvem o seu trabalho após as gravações das reportagens e antes do programa ir “ao ar”. Portanto, a premissa visual do Pânico na BAND, por caracterizar-se como uma forma de entretenimento distanciada dos padrões das outras atrações da emissora, é guiada pela liberdade. Todos os profissionais frisaram a liberdade metodológica, ideológica e profissional no ambiente de trabalho.

Nelson Guedes contou que após as reuniões de pauta, onde a “espinha dorsal” da programa é planejada, os editores buscam reconstruir as histórias apuradas pelos repórteres – e, a partir disso, nasce o processo criativo, onde as piadas surgem, espontaneamente (ou não). “Às vezes, o que é engraçado para um de nós, não causa riso nos outros. Com humor é assim mesmo, não podemos ter certeza da recepção do público”. A colega Marina Alves também questionou o que se deve manter na matéria do material integral gravado – e por isso os profissionais recorrem uns aos outros para ver se a piada funciona para ser exibida.

A partir de acontecimentos aleatórios, as piadas ganham espaço na rotina dos telespectadores – como o bordão “Ronaldo” que despontou de uma entrada repentina de um entrevistado mencionando o nome do jogador da Seleção Brasileira em 2009. Na edição, Bruno Nunes colocou o “corte” no enredo do programa e a repercussão do “meme” impressionou inclusive a produção.

As principais referências que permeiam a criação do conteúdo se estendem desde os vídeos virais presentes pelos canais na internet afora, ou mesmo de consagrados formatos e linhas humorísticas, como o grupo inglês Monty Phyton, o CQC argentino até à brasileira TV Pirata.

Diferentemente da edição de matérias jornalísticas, onde o repórter acompanha todo o processo de elaboração da reportagem, desde a apuração até a edição final do vídeo, nos programas como o Pânico na BAND a edição é um trabalho inteiramente confiado aos editores, que trabalham imagem e texto conjuntamente.

Além do mais, o ambiente de trabalho como um estímulo criativo é ressaltado pelos profissionais: acesso à internet, contato com colegas e leveza são influências positivas ao processo criativo. A produção dos programas da emissora, na contrapartida, conta com um ambiente mais corporativo, por tratar de assuntos de viés mais sóbrio e factual.