Por Francis Helena Cozta e Ulisses Lopresti Figueiredo
03/05/2024
O desafio na formação de pós-graduandos é aplicar o conhecimento das aulas no dia a dia do mercado profissional. Mas ele é atingido na disciplina Narrativas Transmídia: Interativas e Imersivas, no curso de lato sensu em Jornalismo em Plataformas Digitais da Faculdade Cásper Líbero, ministrada pelo professor Júlio César Fernandes, executivo de produção e tecnologia da TV Globo. Ele cria as possibilidades e orienta os estudantes a produzirem podcasts e veicularem seus trabalhos na Rádio Gazeta Online.
Júlio é mestre em comunicação, trabalha no mercado de mídia há mais de 18 anos e atua como professor da Faculdade Cásper Líbero desde 2015 nos cursos de graduação e, a partir de 2017, da pós-graduação. Desde quando dava aula para os alunos da faculdade já tinha contato com os estúdios de rádio de televisão nas aulas práticas, então propôs para a Rádio Gazeta AM (agora Rádio Gazeta Online), essa parceria.
No período em que atua na pós, todas as turmas participam de aulas práticas, e nessa parceria com a rádio os conteúdos produzidos em cada episódio pelos pós-graduandos são exibidos em horário noturno, ou seja, no horário nobre. Os programas também podem ser acessados pelo site da Gazeta Online, disponíveis a qualquer momento.
“A ideia de ter um programa onde os projetos sonoros fossem veiculados na Rádio Gazeta nasceu em 2017, quando eu dava aula de narrativa transmídia na pós-graduação da Cásper, e essa parceria também foi para o curso de jornalismo em plataformas digitais”, conta Júlio César.
Equipe do programa “Conto de Falhas”. Fonte: Rádio Gazeta Online
Prof Júlio César Fernandes (de azul) posa com a equipe do programa “Vale a Pena Ouvir de Novo”. Fonte: Rádio Gazeta Online
Os estúdios da faculdade têm toda a estrutura com câmeras, iluminação, microfone, possibilitando uma experiência que aproxime as atividades acadêmicas da atuação de um produtor audiovisual de grandes emissoras.
“Achar uma faixa de horário para poder veicular os projetos sonoros dos alunos é maravilhoso, né? Porque eu entendo que o mercado e a academia andam de mãos dadas. Não tem que ser algo apartado. Para os alunos é bacana saber que o seu projeto pode ser ouvido na rádio. Outras pessoas podem ter acesso e criar um portfólio que é muito importante também”.
Cada grupo de alunos desenvolve o trabalho de uma maneira diferente: alguns se sentem à vontade para apresentar, outros preferem ficar na direção e também há quem prefira editar. Após a concepção da ideia, convidam entrevistados, criam um roteiro e tornam a sala de aula em um espaço de experimentação. Muitos acabam descobrindo habilidades que nem sabiam que tinham e adquirem novas competências. O diferencial é que a análise conceitual e estratégica sobre a inserção da narrativa transmídia nas práticas jornalísticas são pontos de debate e reflexão dos alunos em cada produção.
O professor destaca o projeto de 2017, “Pisa Menos”, dos alunos Adríssia di Paula, Ana Clara Squilantti e Leonardo Oliveira, que ganhou maior proporção. A partir do episódio piloto, o “Pisa Menos” foi aprovado para ser veiculado dentro da rádio e teve mais de 20 episódios, toda quarta-feira, à meia-noite. E o projeto continuou tendo outros desdobramentos, tornando-se um videocast.
Adríssia di Paula, Leonardo de Oliveira e Ana Clara Squilanti do projeto Pisa Menos. Fonte: Rádio Gazeta Online
No projeto em sala de aula o formato é livre, cada grupo decide o que vai fazer. Já teve programa nos estilos entrevista, bate-papo, dramaturgia em radionovela repaginada, teve a documentário, ou seja, um pouco de tudo.
“Foi nessa matéria dele (professor Júlio César) que eu descobri o que eu queria fazer e com o que que eu queria trabalhar”, conta Elisa Barros, estudante da pós-graduação e aluna do professor Júlio em 2022.
Em seu décimo ano como professor no ensino superior, Júlio se orgulha da dinâmica que nasceu em sua aula e conseguiu aproximar os alunos dos afazeres tão comuns em grandes redações de jornalismo.
“Esse tipo de exercício é bem interessante para os alunos porque é feito tudo em sala de aula, mas a gente quebra aquela barreira de estar só dentro da sala de aula. A gente vai para o estúdio, depois vai pra ilha de edição, e tudo dentro do nosso horário de aula, a gente permite que novas experiências aconteçam”, disse o professor em tom de empolgação.
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