O mundo da comunicação sempre foi uma opção para Marilia Duque. Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo, em 1998, é mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pelo PPGCOM ESPM e atualmente doutoranda na mesma área e mesma instituição com uma pesquisa sobre Processos de Recepção e Contextos Socioculturais Articulados ao Consumo. Também é membro do grupo de Pesquisa Grupo de Pesquisa em Éticas, Comunicação e Consumo. Achou pouco? Ela também é fundadora do estúdio de criação Duke And Dots e da startup Crushing Table.
Marilia citou, em entrevista, que a criação envolve um diálogo sobre gostos e a percepção sobre cores. Em sua graduação na ECA, aprendeu um lado mais teórico que a ajuda na parte criativa. A professora comenta o que sempre diz aos alunos ”que ao ter a teoria, o raciocínio da comunicação ajuda, porque assim se vende qualquer ideia.” A docente afirma que como comunicadores é crucial “saber o que as pessoas estão consumindo, o que falam, para podermos dialogar com elas”.
Ao ser questionada sobre sua recepção na Cásper Líbero, acredita que todos na Faculdade estão ali para ajudar, sem hesitação. Mesmo sendo uma professora nova, sente confiança e passa inspiração ao falar com tanto orgulho sobre a comunicação, principalmente sendo professora de Criatividade em Publicidade e Propaganda. Esse ano dedica parte do tempo no doutorado na ESPM, participando como pesquisadora convidada de um estudo global envolvendo 11 cidades do mundo com base na University Global London.
A startup Crushing Table parte de uma ideia inovadora, que é poder compartilhar sua mesa de refeição em qualquer lugar no mundo. A ideia não é só para aqueles que procuram companhia, mas também para fazer amigos. Ao reserva um lugar, o cliente decide se o objetivo é amizade, paquera ou networking. Embora o app tenha feito muito sucesso na Campus Party, a plataforma vai sair das lojas virtuais e Marilia decidiu deixar o projeto de molho por um tempo.
Leitora voraz, que consome em média três livros por mês, Marilia é amante de cinema e sempre que pode incentiva os alunos a terem hobbies que são quase obrigatórios para quem trabalha com comunicação. Ela afirma que é importante que os alunos, sobretudo os do primeiro ano, se empenhem em correr atrás de novas culturas e referências sobre cultura. Cita só como um exemplo o filme Pulp Fiction, que oferece uma oportunidade para um exercício criativo, ideal para os alunos de comunicação.
Um dos objetos atuais de estudo é sobre o “ethos”, que rende uma pequena aula ao entrevistador. “É a imagem que o outro faz de você quando falamos. O ethos de uma marca é a imagem dela. Quando compartilhamos algo, estamos moldando nossa reputação. Como no caso de fake news, quando uma notícia é desmascarada e sua reputação pode ser prejudicada também. O que falamos não é 100% nosso ou novo, mas uma retomada de outros discursos que nos são anteriores”.
Perguntei à professora qual conselho daria aos alunos de comunicação e sua resposta foi simples e assertiva: “Quando for pegar metrô ou ônibus, coloque o fone de ouvido só para disfarçar que você está ouvindo a conversa dos outros. Mantenha os olhos e ouvidos abertos, vá ao cinema, seja curioso. A curiosidade está extremamente ligada à comunicação.”
Para dar conta de tudo o que faz, Marilia recorre a um to do list diária. Também é mãe coruja e sente que vai ser uma mãe melhor, por estar lidando com uma faixa etária parecida com a de seu filho. Também é co-autora de um dos capítulos do livro chamado Éticas em Rede – Políticas de Privacidade e Moralidades Públicas, que lançou no mês de abril de 2018.