Como é o seu feminismo e quem ele contempla? Essas são algumas das perguntas que a música e o clipe De Dentro do Ap, da cantora, instrumentista e ativista sergipana Bia Ferreira fazem emergir. Questionando vários aspectos do feminismo branco, Bia deixa escancarado o ativismo superficial de algumas mulheres que não enxergam além da sua vivência, mostrando que as negras não se veem representadas em um movimento que não considera as desigualdades sociais e raciais.
Como pode falar de sororidade quem nunca sentiu o sentimento de empatia vindo do outro? Como falar de liberdade sexual, quando o corpo é objetificado e principal vítima da violência sexual? Como falar em empoderamento e igualdade salarial, se, mesmo entre as mulheres, há uma diferença, dependendo da cor? Dizer-se feminista no Instagram, usufruindo o clima ameno de uma sala com ar-condicionado é fácil. O difícil é entender a realidade da outra.