Os refugiados inspiram as mais interessantes obras da exposição Ai Weiwei – Raiz, que trata do ativismo social do conceituado artista plástico chinês. Crítico do regime de seu país, Weiwei é sempre o protagonista de suas próprias obras, mas nesta exposição são justamente aquelas nas quais ele não aparece, sobre refugiados, que mais levam à reflexão crítica. Uma enorme tela retrata os diversos êxodos ocorridos ao longo da História, enquanto um bote inflável de 16 metros remete à fuga pelo mar dos tempos atuais. As obras de Weiwei são assim: explícitas, sem espaço para contemplação.
A mensagem é direta, como nas três telas com imagens de Weiwei deixando cair no chão uma urna cerimonial de cerca de 2.000 anos, da Dinastia Han. Uma demonstração da ousadia de quem sabe poder contar com o respaldo da comunidade internacional para pôr o dedo na ferida, fazendo da História o fio condutor da defesa dos direitos sociais.