Agnès Varda finalizou sua última obra poucos dias antes de morrer. E se fez imortalizar nos 115 minutos de bate-papo sobre sua trajetória e seu modo de fazer cinema. No documentário Varda por Agnès, a cineasta belga senta-se à frente de uma plateia e conta de forma cronológica os filmes que fez ao longo da vida sempre ressaltando como concebeu suas ideias e o que sentia e vivia em cada momento. É um autorretrato, já evidenciado no título, que mostra ao espectador a possibilidade de mudar sua própria perspectiva sobre o cotidiano e sobre o belo e o feio. Agnès sempre contou a história de pessoas reais, misturando nelas um bocado de ficção e de poesia
De certa forma, ela sempre retratou a si mesma, mesmo indo constantemente em busca do outro. Ao término do filme, fica a sensação de que a arte afinal não está tão distante de nós. Antes, ela é parte significativa da nossa subjetividade. Basta entendermos como trabalhar nossa sensibilidade para que nossas vidas sejam nossas maiores obras.