Quando começou a filmar Virando a mesa do poder (Knock down the house, em inglês) a diretora Rachel Lears não tinha como saber, mas estava prestes a registrar o surgimento de um dos maiores fenômenos políticos recentes. O que originalmente era para ser um documentário sobre quatro mulheres estreantes na política americana, acabou se tornando um relato quase em primeira pessoa de uma das personagens do filme, a hoje deputada federal Alexandria Ocasio-Cortez.
Mais do que um projeto político pessoal, AOC – acrônimo já consagrado nos EUA, assim como FDR e JFK – representa uma ampla parcela da população que não só encontra dificuldade em se ver representada pelos políticos tradicionais, como também tem sido abertamente atacada por parte deles, principalmente após a eleição do presidente Donald Trump.
Filha de imigrantes porto-riquenhos, nascida no distrito nova-iorquino do Bronx, Ocasio-Cortez, que antes de se lançar na política trabalhava como garçonete, sabe que fala por refugiados, mulheres, negros, desempregados, gays, enfim, as mais variadas gentes que geralmente estão do lado perdedor da história, e que, de vez em quando, encontram em pessoas como ela uma novidade na política.
Obs.: Curto e muito expressivo!