Eduardo Dieb, professor titular da cadeira de Redação Publicitária de Publicidade e Propaganda na Faculdade Cásper Líbero é o mais novo Mestre que compõe o quadro docente do curso. Sua tese, que foi defendida em 28 de fevereiro deste ano e obteve a nota máxima, teve como objeto de estudo as músicas compostas pela banda Língua de Trapo, da Vanguarda Paulista dos anos 80.
Ele, que escolheu o tema “Língua de Trapo: A crítica social e política de um grupo musical da Vanguarda Paulista e sua contemporaneidade” por se identificar muito com época em que era adolescente, teve curiosidade em saber se os problemas sociais apontados nas músicas naquela época eram contemporâneos.
Orientado pelo Prof. Dr. Cláudio Coelho, Dieb dedicou dois anos de estudo para desenvolver sua pesquisa. Durante suas leituras acadêmicas nesse meio tempo, também entrevistou os integrantes da banda, presencialmente ou através da rede social Facebook, já que a distância impedia que ele se encontrasse com um dos integrantes, que mora no Japão. O intuito dessas conversas foi obter informações que comprovassem ou desmentissem questões que sua pesquisa acadêmica havia levantado.
“Ouvi todas as músicas do Língua de Trapo novamente, e também músicas de outras bandas e artistas da época, como Premeditando o Breque, Arrigo Barnabé, Grupo Rumo”, conta. Em sua pesquisa, Dieb concluiu que muitos dos problemas denunciados nos anos 80, através das músicas do Língua de Trapo, ainda não foram solucionados e continuam fazendo parte da vida do brasileiro. “É possível comprovar essa tese através das músicas, tais como Tudo para o Paraguai, que aponta o contrabando via Paraguai, troca de votos por bens materiais, da canção Eu amo esse homem ou a mercantilização da fé religiosa, da música Régui Espiritual”, exemplifica.
Apesar de ter apenas recebido o título de mestre, Dieb já pensa em começar um doutorado ainda neste ano. O tema? “É possível que seja em História da Mídia ou História da Música em Publicidade, mas ainda não escolhi a universidade em que penso desenvolver minha pesquisa”, complementa.
Para aqueles que pretendem ingressar em um mestrado, Dieb conta que, apesar ter sido trabalhoso, foi bem orientado e o resultado foi ótimo. “Vale a pena começar um mestrado assim que terminar a graduação, mas desde que seja para seguir carreira acadêmica. Caso haja necessidade de melhorar o currículo para o mercado de trabalho, o ideal no momento é uma pós-graduação”, afirma.