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Propaganda do Cartola FC | Imagem: Reprodução

Fanático por futebol, estudante do 4º ano de Jornalismo na Cásper Líbero, estagiário e Cartolouco. Lucas Strabko, jornalista do GloboEsporte.com, foi eleito a revelação da mídia esportiva de 2016 e conta como tem sido sua experiência profissional na Rede Globo.

Do jogo às telas

O Cartola FC é o maior fantasy game sobre futebol do Brasil, ou seja, é um jogo fictício no qual as pessoas montam seus times com jogadores de futebol da vida real.

O game foi criado em 2005 e, em 2016 Lucas passou a apresentar o quadro Cartoloucos, um conteúdo especial, com foco na web, que é divulgado nas redes sociais do Cartola FC, no GloboEsporte.com, exibido no Esporte Espetacular e no Globo Esporte, aos sábados. No quadro, o casperiano que ficou conhecido como “O Estagiário” destaca-se pela sua irreverência e personalidade, ou como ele brinca na estreia: “(…) eu mito”.

Primeiro Cartoloucos apresentado por Lucas, publicado na internet dia 8 de julho de 2016

 

Julya Vendite: Como foi o processo para chegar no Globo Esporte? Você já tinha esse objetivo em mente?

Lucas Strabko: Trabalhar na Globo era o sonho da minha vida. Pude realizá-lo aos 20 anos. O processo para chegar à Globo começou ainda na infância, aos 7 anos, quando comecei a frequentar bastante estádios de futebol. Depois do jogo, eu pedia ao meu pai para irmos aos vestiários conhecer os jogadores. Como a área só era permitida para quem fosse familiar dos atletas ou jornalistas, tínhamos que dar o famoso “Pelé” para poder entrar. Meu pai já falou que era primo ou tio de inúmeros jogadores. O truque dava certo. Hoje, rimos muito dessa situação porque eu finalmente consegui uma credencial que me dá livre acesso aos bastidores – inclusive me tornei amigo dos seguranças da Federação Paulista de Futebol, que me barravam. Me apaixonei por aquele ambiente. Como não poderia ser jogador, eu quis virar jornalista esportivo para estar entre os jogadores. Está dando certo. Comecei a trabalhar na área esportiva em 2015, no jornal Lance. Após oito meses, virei estagiário do Globo Esporte, onde estou desde fevereiro de 2016. Não imaginava que poderia chegar na Globo. Sempre pareceu um sonho muito distante, mas acreditei e deu certo.

E como é poder entrar em contato com jogadores de times conhecidos e grandes nomes do jornalismo esportivo?

Isso é uma das coisas mais bacanas de trabalhar com jornalismo esportivo. No começo, fica aquele sentimento de “Ah, nossa, estou entrevistando o Zico” ou “Meu, olha o Galvão Bueno aí”. Acredite: você perde fácil isso com o tempo. Você passa a naturalizar as pessoas por conviver com elas. Não existe mais aquele distanciamento porque é jogador do Corinthians, do Palmeiras ou de qualquer outro time. É um cara que está ali que você precisa dele para exercer seu trabalho. Felizmente, tenho boa relação com vários jogadores. Já frequentei a casa de alguns.

O meu estilo de trabalho me aproxima desses caras por ter uma abordagem diferente, que eles gostam. Entrar no meio do programa do Galvão Bueno, o “Bem, Amigos”, do SporTV, e dar uma “zoada” nele foi maravilhoso. Quebra um pouco o paradigma de “intocável”. Ninguém é assim e nem deve ser tratado assim. Tem que entrar na brincadeira e humanizar cada vez mais, porque gera empatia com o público de casa, nosso principal cliente.

Como está sendo sua experiência como estagiário? Você sente que coloca em prática o conteúdo absorvido na Faculdade?

Está sendo uma experiência ótima. Aprendo muito desde o primeiro estágio, no Blog do Curioso, de autoria do jornalista Marcelo Duarte. O estágio é muito interessante porque você coloca a teoria em prática. Vê os exemplos dados em sala de aula e consegue transformá-los em seus próprios exemplos, das próprias matérias que faz. Estagiar é fundamental na faculdade de Jornalismo, porque você aprende muito no campo. A Cásper é ótima com projetos experimentais, nos quais os alunos colocam a mão na massa com rádio e revistas – eu, inclusive, fiz parte do “Vem, Comigo”, da TV Gazeta, da Rádio Gazeta AM e da Revista Esquinas.

O que pretende seguir dentro da área esportiva?

Eu gosto bastante do que faço hoje, trabalhando com entretenimento dentro do futebol. O esporte é levado muito a sério, mas não deveria. Futebol é entretenimento. Você tem que entreter com informação. Um dos vídeos que fiz foi com o ex-treinador do Vasco, Milton Mendes. Rolou uma história que ele fez um churrasco para os jogadores e não apareceu. Quando o encontrei, ofereci um espetinho de carne, ele comeu e comentou sobre o caso de uma maneira mais descontraída, porque a cara do quadro é essa. É a busca de uma maneira diferente para se comentar um assunto e gerar uma repercussão diferente do que somente a pessoa ficar falando.

Sei que não vou fazer isso para sempre. Tenho vontade de fazer reportagens sérias também, como sigo fazendo para o GloboEsporte.com. Pode ver que às vezes tem assinatura de Lucas Strabko. As pessoas nem devem reparar, mas é o Cartolouco fazendo coisa séria. Também gostaria muito de ter um programa algum dia.

Você é muito comunicativo. Como formador de opinião, qual foi o maior desafio que enfrentou em seu estágio?

Como formador de opinião, você deve ser muito responsável ao falar sobre alguém. Você pode prejudicar a vida de uma pessoa ao dizer uma inverdade ou fazer uma piada mais pesada. Esse é um dos desafios. Aconteceu uma vez de o Felipe Melo vir me intimar porque fiz uma brincadeira com o Gabriel, jogador do Corinthians, sobre o “Palmeiras não ter Mundial”. É todo direito dele, apesar de eu achar que foi desnecessário. Ele achou que deveria defender o clube. Esse é um exemplo que achei a piada correta, sem peso algum. Por outro lado, já errei. Como um vídeo “zoando” o goleiro Alex Muralha, do Flamengo, que só pula para o lado direito nas penalidades. Disse que ele não poderia dirigir ou que ele tinha tudo para brilhar no Tinder, apesar de não pegar nada. Ele já estava sendo escorraçado na época. Fui mais um. Acho que nessa situação foi errado, porque fui pesado com o rapaz.

Qual o impacto do esporte na sua vida pessoal e profissional?

O impacto é total! O esporte é minha vida, porque faço da minha profissão a minha vida. Vivo o trabalho com muito afinco. E, já que trabalho com esporte, isso acaba tendo um peso muito grande. Tenho que assistir tudo para ter referências sobre o que falar. Faz tempo que não passo um final de semana sem assistir aos jogos. Nem lembro quando foi o último.

Como você vê sua carreira daqui 5 anos?

Escuto essa pergunta quase que todo dia. Vou vivendo o dia a dia, sempre pensando em projetos novos e diferentes. “Você não será Cartolouco para sempre”… Não mesmo. Não sei nem se seguirei na área esportiva, apesar de eu amar muito o que faço hoje em dia. Tenho muita vontade de trabalhar na área policial ou de política. Penso muito em fazer reportagens para o Profissão Repórter futuramente. Gosto do perigo, de estar em situações que causam adrenalina. A minha matéria preferida dessa breve carreira foi quando passei uma tarde com o menor de idade da Gaviões da Fiel que acabou vitimando um rapaz com um sinalizador no jogo do Corinthians contra a Bolívia. Fui anonimamente à torcida organizada para saber como estava o jovem, totalmente blindado. Passei muito medo naqueles momentos, com adrenalina a mil, mas valeu demais porque aquela experiência me fez sentir que é um caminho que gostaria de trilhar algum dia. Ficou uma matéria muito legal. O Blog do Curioso repercutiu em todo lugar com essa informação.

A zoeira é coisa séria! Confira alguns momentos do trabalho de Lucas Strabko: