Líbero é a revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Faculdade Cásper Líbero, de periodicidade quadrimestral. Publica textos inéditos, de autoria individual ou coletiva, sob a forma de artigos, resenhas ou entrevistas, assinados por autores nacionais e estrangeiros. Trata-se de espaço destinado à disseminação de conteúdo científico voltado aos processos comunicacionais e suas expressões culturais, narrativas, tecnológicas, políticas e econômicas. Para saber mais, acesse o site da revista.
Os editores da Revista Líbero aceitam trabalhos inéditos, de autoria individual ou coletiva, assinados preferencialmente por professores dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação do Brasil, ou por professores e pesquisadores doutores estrangeiros da área de Comunicação, sempre que aderentes à área de concentração e às linhas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. A assinatura de pelo menos um professor doutor é indispensável e não se aceitam trabalhos de co-autores que não tenham pelo menos o título de mestre.
Os textos, sobre a forma de artigos ou resenhas, serão submetidos, inicialmente, à aprovação da Comissão Editorial para verificação de sua aderência à área de concentração e às linhas de pesquisa do Programa. Os artigos passarão em segunda pela avaliação de dois pareceristas externos ao Programa da Cásper Líbero e, caso necessário, um terceiro parecerista externo será adicionado. No caso de aprovação com ressalvas, o texto será encaminhado ao ator autor para as devidas correções.
Quando LÍBERO foi criada, 25 anos atrás, o ambiente midiático era dominado pela televisão, com destaque também para o rádio; havia uma coisa nova, estranha, chamada “internet”, e promessas de que ela mudaria radicalmente a comunicação – o que gerou olhares céticos e de entusiasmo na mesma proporção. “Redes sociais” eram um termo restrito à sociologia dos grupos; palavras como “postar”, “curtir” e “compartilhar” podiam muito bem se referir aos correios (“postar uma carta”), a uma música (“curti esse som”) ou a uma informação (“vou compartilhar esse dado”).
A revista acompanhou as transformações suscitadas desde 1997, abrindo espaço tanto para os olhares de crítica quanto para perspectivas empíricas mais positivas sobre as “novas mídias”, lembrando que a ciência se faz na pluralidade e no debate. Nomes do primeiro time de pesquisadoras e pesquisadores do Brasil e do exterior encontraram lugar em suas páginas, assim como jovens autoras e autores.
Periódicos acadêmicos são elemento central na divulgação do conhecimento há pelo menos 400 anos. Ao que tudo indica, lembram Lucien Febvre e Henri-Jean Martin, em O aparecimento do livro, a história começa na França, com uma decisão ministerial, apoiada pelo rei Luís XIV, de criar o Journal des Savants, destinado à exposição e ao debate de ideias. Mais ou menos no mesmo período, a Sociedade Real Inglesa começa a publicar as Transactions, originalmente uma compilação das cartas trocadas entre seus participantes a respeito de estudos, experimentos e descobertas. A noção de “ciência”, no sentido moderno, estava sendo construída aos poucos e, mesmo com várias resistências encontradas, já apresentava duas de suas principais características: a investigação criteriosa de um tema e o debate público de ideias. A validade do conhecimento não era mais garantida pela autoridade de uma única pessoa, mas por sua participação em algo maior, que nos séculos seguintes ganharia o nome de “comunidade científica”.
Quatro séculos depois, o cenário mudou radicalmente, mas algumas de suas premissas parecem se manter. De um lado, a ciência ainda encontra ampla resistência em alguns meios, sendo vista com reserva e desconfiança; de outro, o critério de validade do saber continua sendo o debate e a troca de informações em uma comunidade. Certamente, a “ciência” mudou bastante, e o filósofo interessado em diversos assuntos, como Isaac Newton ou Goethe, deu lugar à cientista especializada em uma área. Seu núcleo também mudou, e no atravessamento de questões políticas, o conceito de uma ciência única e válida, vinda de uma matriz hegemônica, abriu frente para perguntas sobre suas condições de produção – o espaço das diferenças como conhecimento validado e a variedade de epistemologias para tratar a realidade. Esse cenário macro pode ajudar a pensar, em outra escala, o lugar que ocupamos.
Uma edição especial
Esta edição comemorativa de LÍBERO, de representativo nº 50, busca contribuir com o debate sobre o(s) espaço(s) da pesquisa em comunicação, tensionando proximidades e distâncias em termos de genealogias, modos e locus de produção científica e diálogos entre questões e perspectivas. Foi pensada também como forma de valorizar as epistemologias do Sul. Inspiramo-nos notadamente no conceito formulado por Boaventura de Sousa Santos, assumindo que a este periódico, situado no Sul global, cabe o papel de reforçar a disseminação de conhecimento autóctone que possa, ainda que aos poucos, ser reconhecido como saber legítimo e capaz de “concorrer” com as epistemologias do Norte.
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