Em Antiguidades judaicas, o historiador Flávio Josefo (37/8-100 d.C.), escreveu: “Nesse mesmo tempo, apareceu Jesus, que era um homem sábio, se é que podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas também por muitos gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres dentre os de nossa nação acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como santos profetas haviam predito, dizendo também que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, os quais vemos ainda hoje, tiraram o seu nome”.
Existem, porém, duas versões sobre o texto do historiador: uma em língua grega, que trata do messianismo de Cristo, e uma em árabe, que omite tal condição. Alguns estudiosos afirmam que a afirmação do messianismo de Jesus não se deve à pena de Josefo, tratando-se de uma interpolação acrescentada posteriormente por mão cristã; ocorre que o testemunho está presente em todos os códices e em concordância com o estilo de Josefo, motivo pelo qual boa parte dos estudiosos consideram o texto integralmente genuíno.
Como uma figura histórica acabou migrando para o terreno do mito, onde exerce o papel principal de uma das maiores religiões do mundo? Cabe a mesma pergunta que Pilatos fez pra Cristo em (João, 18-38): “O que é a verdade, afinal?”.