Abrindo o quarto dia da 22ª Semana de Jornalismo Cásper Líbero, em paralelo ao workshop de Voice Design, foi realizada a palestra que teve como tema o jornalismo na Rede Record de Televisão. O evento, mediado pelo professor Silvio Henrique Barbosa, contou com a participação da jornalista e atual âncora do Jornal da Record, Adriana Araújo.
Após uma breve introdução feita pelo professor, Adriana projetou um curto vídeo que exibia, resumidamente, as principais reportagens realizadas por ela. Entre esses trabalhos, a cobertura do resgate dos mineiros no Chile, na mina de San José em 2010; uma visita à mina de prata de Potosí, na Bolívia; as reportagens sobre os terremotos que assolaram o Japão no início de 2011 e levaram ao desastre na usina de Fukushima, além das entrevistas exclusivas que obteve com o ex-presidente Lula e com sua sucessora, Dilma Rousseff, no final do segundo turno das eleições de 2010. Algumas dessas reportagens foram recorrentemente citadas por Adriana Araújo ao longo de sua palestra. Após a jornalista comentar esses momentos de sua carreira, Silvio abriu a apresentação para as perguntas dos alunos presentes na plateia.
Perguntada sobre diversos aspectos do jornalismo televisivo, além de responder questões como a influência do bispo Edir Macedo na emissora Record, ou as diferenças entre o telejornalismo e o jornalismo das mídias impressas e digitais, Adriana ilustrou suas respostas com acontecimentos de sua vida profissional. Apesar da diversidade de assuntos tratados em sua conversa com os alunos, destacaram-se temas como o que significa ser âncora e as responsabilidades e exigências da profissão; as características do jornalismo realizado pela televisão; a relação entre o cotidiano de Adriana e sua carreira profissional.
Em resposta às perguntas que abordavam sua função no Jornal da Record, a jornalista diz que “não se estipula como meta ser âncora, você tem que se formar para isso. E você se forma na rua, na prática da reportagem”. Atribuindo ao jornalismo mais prático o papel de ser responsável por um ganho maior de segurança e experiência, Adriana comentou que pretende realizar e produzir diversos projetos, tanto no país quanto internacionalmente, e que sua posição como âncora do jornal é temporária. Ainda declarou que considera a versatilidade uma das exigências para o meio televisivo, sendo necessário “ler e cobrir a maior gama possível de assuntos”. “Ser âncora é bem mais do que ler uma notícia.”
Sobre o meio em que trabalha, acrescentou também que o considera importante por ser capaz de transmitir e noticiar os acontecimentos com rapidez, e sempre com imagens. Para Adriana Araújo, a televisão se destaca ainda pelo seu amplo alcance e variedade de público, e sua função de traduzir as notícias para os espectadores, em uma linguagem clara e precisa. Em comparação com o jornal impresso, por exemplo, quem consome a informação por meio da mídia em papel, procura algo mais específico e aprofundado. Mesmo assim, a jornalista não considera que o jornalismo feito na TV seja superficial. Ela própria admite ter buscado em sua carreira pautas que fugissem do factual, sempre elaborando narrativas diferenciadas, mais trabalhadas.
Adriana encerrou sua palestra explicitando o orgulho que sente de sua profissão, contando mais um episódio de sua carreira. Após algumas breves considerações, despediu-se, agradecendo aos estudantes e desejando boa sorte a todos, principalmente aos que se decidissem por seguir o jornalismo televisivo.