“Eu estava atrás da melhor história, e acho que um jornalista tem que fazer isso: ir atrás daquilo em que acredita”, afirma Ricardo Rossetto, 24. E buscar a melhor história rendeu ao Casperiano o 9º Prêmio Santander Jovem Jornalista, realizado em conjunto com a Semana Estado de Jornalismo.
Este é o segundo ano consecutivo em que a Cásper Líbero vence o Prêmio. O tema desta edição foi “Tecnologia que revoluciona a educação” e Ricardo contou a história do portal multimídia Índio Educa, em que indígenas de diferentes tribos produzem o conteúdo do portal, explicando sobre sua história, conquistas e lutas atuais. “Queria trazer uma história que não fosse só um projeto de transformação, mas que as próprias pessoas fossem agentes dessa transformação”, conta Ricardo.
Em 2008 foi instituída uma lei que obriga escolas públicas e particulares a incluírem o estudo da história indígena no programa de aula. Assim, o portal é fonte de material didático para uso em sala de aula e bastante acessado por professores e alunos da escola pública, de acordo com dados de visitação obtidos pela equipe gestora do Índio Educa.
O prêmio do Casperiano, que se forma este ano, foi uma bolsa de estudos de seis meses na Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, na Espanha. O do projeto, a possibilidade de receber financiamento e de permitir que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo, graças ao aumento de sua visibilidade com a publicação da reportagem no jornal O Estado de S. Paulo.
Ricardo contou que desde o começo da faculdade, em 2011, procurou se envolver em projetos externos. Ao todo, participou de cinco cursos do projeto Repórter do Futuro, organizados pela Oboré, instituição que atua com comunicação popular, e que isso o incentivou não ter medo de “sujar os sapatos” e permitiu as primeiras aplicações práticas das aprendizagens obtidas na Cásper Líbero. Assim, conheceu muitas pessoas, histórias e fontes que o ajudaram a chegar à história que buscava para o Jovem Jornalista.
Com uma semana de prazo para entrega da reportagem, ele começou a fazer contatos e conseguir fontes. “Estava atrás da melhor história e acho que um jornalista tem que fazer isso: buscar por aquilo que acredita. Foi o que fiz durante toda a minha apuração”, conta Ricardo. Por meio das professoras Casperianas Juliana Serzedello e Bianca Santana, que indicaram outros nomes para desenvolver a pauta, conseguiu chegar ao Projeto Índio Educa. “Foram, pelo menos, vinte pessoas com quem eu conversei pessoalmente até encontrar o Projeto e, quando encontrei, pensei ‘essa história é incrível e merece visibilidade’”.
Falando sobre as expectativas que tem em estudar na Espanha, Ricardo relembra: “A primeira palestra que tive, no primeiro ano do curso na Cásper Líbero, foi com Bernardo Kucinski, e ele disse que o bem mais precioso de um jornalista é ter bagagem cultural. Então, quero tentar absorver tudo da cultura espanhola, viajar bastante, aprende o máximo que eu puder e trazer tudo isso de volta para o Brasil, para minha vida futura como jornalista. Quero viver tudo o que eu puder”.