O documentário Varda por Agnès é uma despedida. Em um piscar de olhos, o espectador transita entre o real e os modos de reprodução, entre a trilha sonora que tão especialmente delineia as ideias da diretora e as falas ensaiadas de seus roteiros; entre as cores vibrantes do cotidiano e as cenas não saturadas da câmera limitada. A cronologia dos trabalhos e os motivos que levaram Agnes a transformar o ordinário em obra de arte são o combustível de seus admiradores, tanto no cinema como nas artes plásticas.
O trabalho da diretora belga está impregnado de subjetividade. Após uma hora e cinquenta e cinco minutos, os créditos sobem e a narrativa chega ao fim. Despedindo-se aos 90 anos, Agnès obstina-se em inspirar, criar e compartilhar.