Não é a primeira vez que Agnès Varda utiliza sua trajetória pessoal como tema central de um filme. Em As praias de Agnès ela também faz uso da autoreferência. Mas, diferentemente da obra de 2008, em Varda por Agnès ela adota na narrativa um tom mais professoral, por meio do qual explica os principais momentos de sua trajetória, não só no cinema, mas também nas artes plásticas.
A análise de sua carreira é construída pela perspectiva de uma mulher de 90 anos, doente e distante o suficiente para tecer considerações críticas a respeito de si mesma e de uma trajetória de mais de 60 anos de carreira. Ao final do filme, Varda nos brinda com uma última lição: a de que tudo é efêmero e desaparece como poeira no vento.