O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE é uma prova aplicada a cada três anos para alunos que estão concluindo o ensino superior em determinados cursos. Neste último triênio, as áreas de Comunicação foram avaliadas pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) – órgão responsável pelo ENADE – em 2018 e, pela primeira vez, a Faculdade Cásper Líbero teve uma representante na elaboração da prova para o curso de Jornalismo.
Em abril de 2018, a professora Helena Jacob, que era a coordenadora do curso na época, foi convidada para integrar a Comissão Assessora Técnica de Jornalismo. Essa Comissão, formada por mais seis professores de diferentes estados e regiões do país, é responsável por configurar toda a prova e gabarito do ENADE para o curso de Jornalismo, avaliação composta por 27 questões de múltipla escolha e três dissertativas.
“Foi uma experiência incrível! Eu não sabia o que me esperava quando fui para a primeira reunião, mas foi incrível. É um compromisso muito bacana, de muita responsabilidade, em que você pensa o que é necessário perguntar para saber qual é o perfil do egresso do curso de jornalismo no Brasil e o que as instituições estão ensinando, como o ensino de jornalismo está sendo tratado.”
Como primeiro passo, em uma reunião realizada em abril de 2018, a Comissão definiu as orientações sobre como as questões da prova deveriam ser elaboradas: o que deveriam trabalhar como competência dos alunos, quais os objetos de conhecimento e itens jornalísticos que seriam abordados. Após a definição dessas orientações, o INEP abriu um banco nacional de itens para que professores da área de Comunicação formulassem e enviassem questões a serem utilizadas na prova, processo que se estendeu até o mês de agosto.
Depois desse período, a Comissão voltou a se reunir para avaliar os itens sugeridos e definir as questões do exame. Em setembro, a prova foi finalizada, revisada e formalizada pela equipe técnica do INEP. Helena conta que o maior desafio de todo o processo é exatamente elaborar as questões.
“As reuniões dessas provas são feitas em salas seguras. Passávamos por uma revista – daquelas com detector de metal – depois por um scanner, cadastrávamos as digitais e entrávamos. Para ir ao banheiro tinha que passar por todo esse esquema de novo. Ficávamos lá totalmente concentrados no que íamos fazer, então o estar lá era um estar sem distrações.”
A prova foi aplicada em 25 de novembro de 2018. Após a realização do exame, em fevereiro de 2019, a Comissão voltou a se reunir para avaliar se a mostra de correção nacional era compatível com o gabarito, ou seja, se os alunos de jornalismo, considerando as realidades das diferentes regiões do país, estavam respondendo o que era esperado, principalmente nas questões dissertativas.
Nesse quesito, a professora comenta que existem diferenças consideráveis entre “o que é o jornalismo na Avenida Paulista e o que é o jornalismo em regiões como Norte e Nordeste” e que houve uma troca de conhecimentos intensa entre ela e os outros professores integrantes.
“A experiência foi essencial para aprender e sobre a elaboração de provas – principalmente as questões de múltipla escolha -, sobre os critérios do que seria abordado e como funciona a estrutura do INEP e o processo avaliativo. Além disso, ter uma representante da Cásper Líbero pela primeira vez foi muito importante para mostrar que a Faculdade, além de ter tradição, é uma instituição que pensa o ensino de jornalismo hoje. “
O último passo da Comissão 2018 aconteceu recentemente, em junho de 2019, quando os professores se reuniram para analisar o relatório desenvolvido pelo INEP a partir da tabulação dos resultados das provas, reunindo a experiência da Comissão sobre o que funcionou bem ou não, e deixar sugestões para a próxima edição da prova.
“É uma experiência que vou sentir saudades e que, se puder, participarei de novo!”