“Às professoras e aos professores da Faculdade Cásper Líbero,

Tal como a arte do teatro, que pode ocorrer em muitos outros espaços para além do edifício que acabou sendo batizado com o mesmo nome da expressão artística e se confundindo com ela, vocês foram capazes, neste ano tão atípico, de expandir o entendimento do que seja uma faculdade para domínios aonde o conceito ainda não havia chegado.

Desde março de 2020, a Cásper deixou de ser apenas um conjunto de salas de aula, de estúdios de rádio e tv, de laboratórios de informática… Deixou de ser também somente uma ideia, que corresponde à imagem mental de uma instituição.

Pelo trabalho exercido por cada um dos docentes a quem eu me dirijo agora com muito orgulho, uma coisa verdadeiramente prodigiosa ocorreu: uma faculdade esteve de pé, firme e forte em seus propósitos, sem ocupar um metro quadrado sequer de suas instalações.

Vocês realizaram o mesmo feito de Ítalo Calvino em As cidades invisíveis: fizeram a Cásper deixar de ser um conceito geográfico para se tornar um símbolo impalpável da experiência educacional.

Todos nós erguemos uma escola de comunicação em pleno ar. E no ar nos mantivemos. Voando alto, tomando fôlego, sonhando, não deixando em momento algum a gravidade da situação atuar e nos derrubar.

Taí uma experiência inesquecível: fazer o corpo a corpo da Paulista, 900 se converter na alma encantadora das infovias…

Vale notar que a Direção e todos os demais profissionais que têm trabalhado aqui presencialmente andam com muitas saudades da tridimensionalidade de vocês.

 

 

A ilustração desta mensagem é o Dom Quixote de cócoras, com ideias delirantes, desenho a lápis de cor sobre papel, de Candido Portinari. Sobre a figura do Quixote, creio não precisar dar nenhuma explicação. Mas por que um Quixote especialmente delirante? Simplesmente porque a palavra delirium era empregada no latim quando o arado saía fora do sulco. Assim, de andar fora do previsível cada mestre da Cásper entende muitíssimo bem!

Feliz dia dos professores!”

A Direção.