A Faculdade Cásper Líbero promoveu, no dia 4 de outubro, o primeiro Seminário de Comunicação Interna Eficiente, mediado pela professora Viviane Mansi, profissional com ampla experiência no mercado, professora da casa e gerente de comunicação corporativa na indústria farmacêutica Takeda. Com uma ótima presença e interação do público, a plateia era formada por gestores de comunicação, profissionais de recursos humanos, coordenadores de comunicação, relações públicas e jornalistas, entre outros. O tema principal foi a importância do diálogo nas organizações.
Os profissionais enfrentam hoje grandes paradigmas no ambiente corporativo. Para Fabio Betti, profissional de comunicação que atua como consultor em processos de transformação organizacional, as pessoas confundem seriedade com severidade. Segundo ele, hoje há um questionamento sobre a velha forma de se fazer comunicação: “não é somente com veículos que se constroem relacionamentos de credibilidade e confiança entre os funcionários e a organização”.
Com a sociedade mais exigente, os fenômenos de massa transmitem um poder imenso que refletem na forma das organizações pensarem sobre as suas reputações e como gerir a sua imagem diante desses públicos. A força do diálogo passa a tomar forma em grandes empresas e a gestão tem feito cada vez mais esforço para se utilizar dessa força criadora. Mas como criar esse diálogo que ao mesmo tempo tem como função motivar, engajar e fazer com que o funcionário entenda o seu papel dentro da organização?
Segundo Guilherme Azevedo, editor do portal de comunicação Jornalirismo, o segredo desse diálogo está na força das narrativas. Atualmente existe uma necessidade geral das pessoas serem ouvidas, o funcionário quer ter também o poder de fala, e nós como comunicadores, exercendo um papel social dentro das organizações, é quem somos capazes de criar um ambiente adequado para criar essa história. Guilherme afirma que “as narrativas devem seguir em busca do equilíbrio e que o diálogo deve ter a capacidade de gerar empatia e cumplicidade entre os funcionários e a organização”. Ao terminar sua palestra ele enfatizou “Não podemos achar que vamos catequizar os funcionários, o objetivo do conhecimento é nos humanizar”.
Tiago Marcellos, da Cappellano Marcas, agência especializada em comunicação com empregados, trouxe para discutir em sua apresentação o tema da semiótica ligado às práticas e ações de comunicação interna dentro das organizações.
A agência usa a semiótica para a construção dos signos, significante e significados, criando a forma e o conteúdo dos veículos de comunicação, disseminando e estimulando o entendimento da identidade corporativa, promovendo um clima organizacional positivo por meio do alinhamento entre discurso e prática e de maior compreensão. Em seu discurso, Tiago nos traz uma importante reflexão. “Por mais que você fale, a sua voz não é a única. Como comunicador, pense antes de falar e escrever, compartilhe conhecimentos e não apenas dados.”
Este primeiro Seminário de Comunicação Interna Eficiente também contou com a presença de profissionais da Unilever, Ultragás e Syngenta.
Em um bate-papo bem descontraído com o gestor Bruno Carramenha da Unilever, o público pode acompanhar a estratégia utilizada para a medição de resultados dos veículos internos. Com o objetivo de comunicação sendo parte do objetivo de negócio da organização, a Unilever investe fortemente em canais que cheguem a todos os funcionários para que eles possam interagir e estar por dentro de tudo o que ocorre na organização. Dentro do objetivo de longo prazo medido pela régua de efetividade na Unilever, Bruno destaca, “Queremos criar uma cultura de alta performance, passando por todos os objetivos de comunicação até chegarmos ao advocacy, ou seja, um estágio em que os funcionários se tornam defensoras genuínas de nossa marca, nossos negócios e nossas crenças.”
O case de sucesso apresentado pela Syngenta foi baseado na reformulação da intranet global da organização. O objetivo da ação foi gerar um equilíbrio entre as unidades de negócio, além de a empresa criar um material único de apoio, traduzido e adaptado para o idioma local de todos os países em que a organização possui suas sedes. Cada funcionário pode escolher o conteúdo principal a ser lido ao abrir o seu computador. Para Laila, representante da Syngenta e a mais de dez anos atuando na área de comunicação corporativa de grandes empresas, é imprescindível tornar relevante a comunicação para o público de interesse, no entanto ela ainda alerta para aqueles que abusam dos veículos internos, “Cuidado com a overdose de informações para os funcionários, na maioria dos casos a efetividade é alcançada de maneira mais simples. Basta saber como engajar.”
Para fechar o dia, Marina Gerardi, profissional de relações públicas formada pela casa, compartilhou um pouco da sua experiência de mercado e pôde contar para o público um pouco da estrutura das áreas de comunicação interna por onde passou, até chegar à estrutura de sua atual empresa, a Ultragás. Segundo ela, as pessoas não devem julgar as empresas onde a comunicação interna está ligada ao departamento de recursos humanos ou departamento de comunicação corporativa, temos que efetivamente nos adaptar a cada estrutura que nos é apresentada. Ao destacar a importância do diálogo dentro das organizações, Marina nos conduziu para um cenário em que também é necessário refletirmos: “A comunicação interna não é somente feita para os funcionários, ela deve ser feita também para a alta liderança, de forma adaptada, para que eles também entendam a sua função estratégica como líderes e transmissores de informação na empresa.”.
Para mais informações sobre comunicação com os funcionários, os leitores podem acessar o blog Comunicação com funcionário, que é gerenciado pela Viviane Mansi. Lá, inclusive, você poderá ver publicadas outras ideias de alguns dos palestrantes. Confira!