A surpresa da vitória foi ainda maior, pois, ao se deparar com uma situação que nunca tinha enfrentado, a jovem cogitou desistir de participar da premiação: “A entrega foi dia 29 de outubro às 18h, terça-feira. E mudei a minha pauta na terça de manhã. Porque o especialista da religião islâmica – a pauta era sobre a expansão do islamismo nas periferias – com quem queria falar se recusou a me dar entrevista. Acho que foi a primeira vez na vida que alguém disse que não queria me dar entrevista. Naquele dia, também estava fechando meu TCC. Estava desesperada.”.
Mas, graças à sua mania de fazer lista, Ana Carolina já tinha outra pauta em mente e resolveu executá-la no dia da entrega: foi atrás das pessoas e dos órgãos com quem precisava falar. Muitas informações da Polícia Federal foram conseguidas através da internet, por exemplo, pois ninguém atendia suas ligações. E mesmo fechando o TCC e a reportagem ao mesmo tempo, a aluna conseguiu entregar tudo dentro do prazo.
“A nova pauta nasceu dentro da Cásper, porque, em 2011, eu fiz uma matéria para o Esquinas sobre imigração. Falava sobre peruanos, haitianos, bolivianos e paraguaios. E foi onde conheci o pessoal da Japayke (Associação de Integração Paraguai-Brasil). Eu só citei a Japayke na matéria, mas aquilo ficou na minha cabeça. E, nesse tempo, todo mantive contato com eles.”, contou Ana Carolina. E mesmo com medo de fugir do tema – cidades -, a casperiana seguiu a sua intuição, estudou os candidatos que venceram as outras edições e fez o que achava certo.
A jovem também falou sobre a importância das participações na revista Esquinas para a sua formação como jornalista: “Eu sempre fiz estágio em agência de publicidade, mas a Esquinas fez com que eu não abandonasse esse meu lado jornalístico. Eles me ensinaram a pensar em todos os pontos da execução de uma reportagem. E eles me deixaram segura para fazer uma pauta como essa.”.
Atualmente, Ana Carolina trabalha na editoria internacional do portal R7 e pretende aproveitar a oportunidade de estudos na Espanha: “Espero muito essa vivência da universidade. Conhecer alunos de outros países, cursos. Acho que isso pode me ajudar a escolher uma pós-graduação. Além de ter uma experiência jornalística. Eu sei que vou aprender muito. Espero crescer e amadurecer.”.