O coordenador do curso de jornalismo Carlos Costa explicou que a partir de fevereiro serão realizadas reuniões quinzenais com os alunos da Cásper e os editores da Folha, nas quais os estudantes poderão sugerir pautas. Elas devem ser impressas contendo nome, ideias e fontes a serem ouvidas, podendo propor entrevistas e reportagens escritas, fotográficas ou em vídeo.
Não há um número máximo de pautas escolhidas por reunião e as selecionadas serão elaboradas pelo aluno e um repórter da Folha, que vão dividir tarefas, sob as coordenadas do editor. Uma vez pronta, a matéria será publicada na Revista sãopaulo com o devido crédito e remuneração.
E por que essa parceria exclusiva com a Cásper? Cleusa Turra explicou: “por experiências empíricas que tive, participando de bancas de seleção para trabalhar na Folha, vi que os casperianos se distinguem. Tem vindo muita gente boa daqui e isso chamou a atenção”. Ela também disse que, com talento e determinação, é possível que jovens trabalhem em um grande jornal e a parceria evidencia isso.
Os estudantes receberam a notícia com entusiasmo e interesse. “Teremos a oportunidade de nos aproximar da rotina da profissão, orientados por importantes profissionais”, disse Sarah Mota Resende, aluna do 1º ano de jornalismo e, Luanna Martins, sua colega de sala, complementou: “a oportunidade que a Folha de S. Paulo está nos proporcionando é única”.
Cleusa, que cursou filosofia e queria trabalhar como museóloga, hoje dirige o núcleo composto pelas revistas Guia Folha, Serafina e sãopaulo, cujo editor é Ivan Finotti. A revista editada por ele traz reportagens sobre a cidade e seus personagens, cultura e lazer, circula pela Grande São Paulo aos domingos “oferecendo um novo olhar sobre o dia a dia dos paulistanos”.
A diretora também explicou como conseguir ideias para as matérias: “os jovens têm compartimentado as coisas, como se tivessem vidas paralelas: a faculdade está aqui, o trabalho está lá e a minha vida acontece aos finais de semana. Aproximem o jornalismo da rotina de vocês, de onde vocês moram, os assuntos com a família e amigos. São vocês que circulam pela cidade, usam metrô, trem, ônibus, táxi e carona. Tudo isso pode ser exatamente o que o nosso leitor quer ler: pode dar pauta”.
Cleusa disse que as perguntas são a essência do jornalismo e revelam o que é obscuro. Ela também ressaltou a importância de ir a campo observar o cotidiano e encerrou a conversa com uma mensagem positiva aos futuros jornalistas: “não acreditem quando dizem que o jornalismo está em crise. É o modelo de negócio que está, não o jornalismo, não a notícia. Sejam corajosos na profissão de vocês”.