O Brasil é o país que mais usa redes sociais na América Latina. Em 2023, são mais de 170 milhões de usuários brasileiros, segundo dados do Statista. O número deve continuar subindo: até 2028, mais 20 milhões de pessoas devem entrar nas diversas mídias digitais existentes – ainda pelos números do site alemão. Com o crescimento das redes sociais, as marcas precisaram se encontrar nesses novos meios de comunicação. Nesse processo de reposicionamento, elas descobriram uma lacuna que, antes, era ocupada majoritariamente por pessoas físicas: a da influência digital. Mas, para conseguirem entrar nesse universo, as companhias têm que entendê-lo e dominá-lo.
Por isso, a Profª. Drª. Carolina Terra, docente do Curso de Relações Públicas da Cásper, decifra os novos veículos e fala sobre sua metodologia REATIVA – o passo a passo de como uma marca pode se tornar uma influenciadora digital.
Uma empresa, para se tornar criadora de conteúdo online, precisa compreender as camadas que envolvem as redes sociais. Estar no mundo digital pede que o criador entenda a linguagem, os formatos, as mudanças e, se possível, os algoritmos de cada plataforma. É necessário, também, construir uma estratégia de exposição e de atendimento às pessoas que tiveram contato com aquele conteúdo.
Então, uma marca pode ter uma grande influência digital, desde que ela entenda todo o processo que envolve esse objetivo e saiba como gerir isso ao seu favor. É indispensável pensar em qual conteúdo a audiência dela está interessada, qual tipo de relacionamento ela precisa ter e em como estabelecer um bom atendimento para o público. Sobre a importância do contato entre marca e pessoas, a docente adiciona:
“Não adianta a marca querer se expor muito no digital e não ter um Serviço de Atendimento ao Cliente que funcione. Porque você gerará conteúdo e demanda, mas não vai ter estrutura o suficiente para abarcar aquele retorno, aquela audiência.”
Nesse sentido, a Professora Carolina Terra criou a Metodologia REATIVA:
A REATIVA é um acróstico e usa as letras da palavra para formar um caminho de como uma empresa pode impulsionar sua influência digital. Abaixo, a Professora Carolina Terra explicou o significado de cada letra da metodologia:
Na entrevista, a Professora ainda comentou sobre um outro ponto importante no assunto, que ela classifica como “quente e latente”, para construção da influência digital das marcas: os influenciadores virtuais.
A Professora explica que os influenciadores virtuais são uma forma da marca ter um(a) representante, estabelecer canais de diálogo, relacionamento e atendimento para as pessoas. A figura do influenciador virtual personifica a empresa por meio da voz e rosto. Isso gera não somente a simpatia da audiência, mas também proximidade, identificação do público. Em casos bem sucedidos, isso melhora a influência digital da marca e também sua presença nas redes.
Porém, algumas interpretações dizem que a onda de avatares não é tão positiva assim. Nessas visões, os influenciadores virtuais causaram o efeito inverso do proposto. Ao invés de aproximação e reconhecimento, geram afastamento e estranhamento. Sobre essas alegações, Carol diz que não é o que tem acontecido nos ultimamente:
“O que a gente tem visto nos últimos tempos é que as pessoas se apegam, se identificam a essas figuras e gostam delas.”