Por Lucas Valença, estagiário de Núcleo de Mídias Digitais.
Com o avanço das mídias digitais, a cobertura dos Jogos Olímpicos passou por uma transformação profunda. Redes sociais e plataformas de conteúdo se tornaram indispensáveis para que os jornalistas possam se conectar com o público em tempo real, fornecendo informações dinâmicas e personalizadas.
Fernando Gavini, jornalista formado na Cásper e correspondente da Gazeta nos Jogos Olímpicos de 2024, explica como as mídias digitais se integraram ao trabalho de cobertura:
“Hoje, você não consegue imaginar uma cobertura dos Jogos Olímpicos sem o uso intenso das redes sociais. A grande questão é saber como adaptar a informação para cada plataforma, pois quem está no Instagram, por exemplo, quer uma experiência rápida e visualmente impactante, diferente de quem acompanha pelo YouTube ou pelo site.”
Na cobertura dos Jogos Olímpicos, só a reprodução de notícias não é suficiente. O público deseja uma experiência envolvente, que vá além dos resultados e números. Uma das principais estratégias é utilizar as redes sociais para mostrar os bastidores e o lado humano dos atletas, aproximando o espectador do evento.
Gavini ressalta essa abordagem:
“Você não pode simplesmente jogar informação no perfil da sua rede social e esperar que o público interaja. O segredo é trazer os bastidores, mostrar o que acontece fora das competições, oferecer uma visão que o espectador comum não teria. Isso gera uma conexão, como se o público estivesse dentro do evento, mesmo que de forma virtual.”
Essa estratégia humaniza a cobertura e aumenta o engajamento, principalmente nas redes sociais, onde o público valoriza conteúdos exclusivos. As Paralimpíadas, que ocorrem logo após os Jogos Olímpicos, também oferecem uma oportunidade única para jornalistas que querem explorar histórias inspiradoras e momentos de superação. Acompanhar esses eventos nas mídias digitais permite ampliar a visibilidade dos atletas paralímpicos e destacar a importância da inclusão no esporte.
Além disso, iniciativas como a da Cazé TV, que cobriu as Olimpíadas e agora está cobrindo as Paralimpíadas de 2024 de forma inovadora, mostram como a cobertura digital pode ser uma alternativa cativante e acessível para o público. Ao levar as competições diretamente aos espectadores, a Cazé TV cria novas formas de interação e aproxima as pessoas dos atletas e dos eventos em tempo real, oferecendo uma experiência diferenciada e conectada com o público das plataformas digitais.
O crescimento das plataformas digitais exige que os jornalistas sejam versáteis e dominem diferentes formatos de produção. Hoje, a demanda não é apenas por reportagens escritas, mas também por vídeos, podcasts e transmissões ao vivo. Gavini, que possui uma vasta experiência em coberturas esportivas, destaca a importância de o jornalista dominar essas habilidades:
“O mercado está cada vez mais exigente. Quem não domina multiplataforma está ficando para trás. Durante minha carreira, percebi que quanto mais o jornalista se adapta às novas formas de comunicação, maior é sua relevância no mercado. Hoje, eu gerencio uma plataforma com mais de 400 mil seguidores, algo que só é possível graças à expansão do jornalismo digital.”
A versatilidade permite que o profissional não apenas conte a história de maneiras diversas, mas também alcance públicos maiores e mais diversificados. O domínio multiplataforma já é uma exigência para os jornalistas, especialmente em coberturas tão abrangentes quanto os Jogos Olímpicos.
A cobertura dos Jogos Olímpicos passa por um processo de adaptação constante, guiado pelo avanço das mídias digitais. Ao utilizar uma abordagem multiplataforma, os jornalistas têm a oportunidade de criar experiências de alta qualidade, conectando os espectadores diretamente aos momentos mais marcantes do evento.
No cenário do jornalismo esportivo, a capacidade de explorar essas ferramentas digitais não é mais um diferencial, mas uma necessidade. As plataformas, quando bem utilizadas, não apenas ampliam o alcance da cobertura, mas também oferecem novos caminhos para a inovação no modo como as histórias olímpicas e paraolímpicas são contadas. Assim, o futuro da cobertura esportiva se apega na habilidade de integrar tecnologia e conteúdo de maneira inteligente e criativa.