Informações Gerais
Abertura 16 de outubro de 2018 (terça), Sala Aloysio Biondi, Noite
Grupos de Trabalho 17 e 18 de outubro de 2018 (quarta e quinta), Sala Aloysio Biondi (+ Sala da Pós), Tarde e Noite
Descrição
Um senso de urgência tomou conta do cenário político brasileiro. O sistema político brasileiro parece desmoronar de crise em crise, desde as manifestações de junho de 2013. Operação Lava Jato, impeachment, o debate sobre o fato de ser ou não golpe. Os questionamentos sobre o uso político das diferentes mídias. Cresce o descrédito, que não é exclusivo do contexto político brasileiro, a respeito da política como possibilidade de enfrentamento dos problemas sociais, e dos partidos como capazes de representar os interesses em disputa na sociedade. O ano de 2018 e suas eleições tornam-se emblemáticos como oportunidade para uma reflexão sobre a crise da política na sociedade contemporânea e o papel da comunicação dentro desse contexto.
O V Seminário Comunicação e Política na Sociedade do Espetáculo propõe o debate sobre o momento decisivo que estamos passando. Pesquisadores e pesquisadoras de diferentes instituições do campo científico brasileiro reúnem-se, mais uma vez, na Faculdade Cásper Líbero, para discutir o enfraquecimento crescente das instituições democráticas. Serão apresentados trabalhos sobre a situação brasileira contemporânea, mas também sobre outros momentos históricos em que a crise política esteve presente, assim como trabalhos que debatem o tema do seminário tendo por foco realidades de outros países. Há uma saída para a crise que estamos vivendo? Participe desse debate.
Obs: O seminário valerá 1 crédito para os alunos do mestrado, desde que estejam presentes em pelo menos 3 mesas do evento e entreguem o relatório sobre o seminário até o dia 10 de dezembro.
Programação
Mesa de abertura do seminário, com mediação de Cláudio Coelho
19 horas
Abertura do seminário: Cláudio Coelho
19h10
Conservadorismo e nova direita no Brasil - Vera Chaia
Resumo:
A apresentação tem como objetivo analisar a nova onda conservadora surgida após os movimentos de 2013, e acompanhar a composição da última legislatura (2014-2018) do Congresso Nacional, considerada a mais conservadora. Predominam as Bancadas do Boi, da Bíblia, da Bala e da Família. Dentre estas bancadas destacam-se os representantes da indústria armamentista, formada por parlamentares ligados aos setores militares.
Palavras-chave:
Conservadorismo. Nova direita. Congresso Nacional. Bancadas.
Professora do Departamento de Política, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, pesquisadora do Neamp (Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; pesquisadora do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa do Ministério de Ciência e Tecnologia) e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Título de Livre-Docência obtido na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Coordenadora do projeto temático “Lideranças políticas no Brasil: características e questões institucionais”, com financiamento da Fapesp.
19h40
Mídia independente e mídia hegemônica: fatos e versões na cobertura das eleições presidenciais 2018 - Marli dos Santos
Resumo:
O objetivo do estudo é investigar os pontos de vista da mídia independente e da mídia hegemônica durante a cobertura da campanha eleitoral presidencial de 2018 no Brasil, tendo em vista que os modelos de jornalismo são diferentes: um que se consagra como indústria cultural, na medida em que o seu modelo de negócio visa aos interesses do capital; e o outro é considerado independente, pois não depende da publicidade, sendo bancado com recursos próprios dos fundadores e pela adesão de leitores.
A partir da análise de conteúdo de dois sites, Nexo e G1, especificamente das seções dedicadas às eleições 2018, será realizado um levantamento durante a primeira semana da propaganda eleitoral (31/08 a 06/09), acerca dos temas divulgados, candidatos a presidência, abordagem das matérias, gêneros e formatos jornalísticos, fontes consultadas, datas, horários, características do webjornalismo, e posteriormente uma análise crítica dos conteúdos, à luz de conceitos como indústria cultural, comunicação pública e política, jornalismo político, jornalismo independente e webjornalismo.
Palavras-chave:
Jornalismo político. Mídia hegemônica. Mídia independente. Eleições presidenciais 2018
Jornalista, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, docente do Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Pesquisadora da FAPESP.
20h10
Entretenimento e Política: articulações e desdobramentos na democracia - Luis Mauro Sá Martino
Resumo:
À primeira vista, entretenimento e política não poderiam estar mais distantes. Enquanto um parece remeter ao tempo livre, à diversão e aos assuntos de menor importância, a outra, ao contrário, diz respeito às questões fundamentais da vida democrática e da cidadania. No entanto, mergulhada no ambiente midiático, sobretudo no espaço das redes digitais, a política parece se aproximar continuamente da lógica das mídias em um esforço renovado de falar com seus eleitores.
A partir daí, várias questões podem ser levantadas: como situar, nesse contexto, a deliberação política ou a constituição de uma cultura cidadã? Ou o debate de ideias se transformou na disputa de imagens? Em que medida a cultura política se articula com o ambiente das mídias digitais? Nesse cenário, a política – e os políticos – são pensados, em termos de visibilidade pública, de acordo com os códigos e linguagens da mídia: a cultura das celebridades, a teatralização das atitudes, a dramatização do noticiário e mesmo o divertimento permeiam a comunicação política, procurando se comunicar com a cidadã ou o cidadão – aproximados, dentro dessa lógica, com o consumidor e, mais ainda, com o fã. Nesta apresentação, procura-se pensar as relações entre entretenimento e política em uma perspectiva da midiatização como articulação contínua entre o ambiente da mídia e as práticas sociais – e suas consequências para a democracia.
Palavras-chave:
Entretenimento. Política. Midiatização. Democracia.
Professor do PPG em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.
20h40
Será que existe um olho político? - Simonetta Persichetti
Resumo:
A partir do entrelaçamento de teorias entre pesquisadores e teóricos da fotografia como a israelense Ariella Azoulay, da norte-americana Susie Lienfield, o catalão Joan Fontcuberta e do brasileiro Boris Kossy, discutir a apresentar a presença de um olho político nas imagens contemporâneas. Será que estética e ética são opostas ou o discurso passa pela estética.? Como compreender a construção de imagens em todos os âmbitos. A passagem de uma imagem histórica para uma imagem circulante e sem densidade na Internet. Procurar detectar o olho do período e o olho da história.
Palavras-chave:
Fotografia. Política. Estética. Imagem. Comunicação Jornalista, crítica de fotografia e doutora em psicologia-social. Estuda e pesquisa fotografia há 40 anos. Já publicou 23 livros sobre fotógrafos brasileiros. É professora da graduação e ligada ao PPGCOM da Faculdade Cásper Líbero.
21h10
Debate e encerramento
Encerramento do dia 16 de outubro de 2018
Mesa 1, com mediação de Vivyane Garbelini
14 horas
Everyday Brasil: Pensando modos de ver e representar o território a partir da fotografia documental contemporânea - Daniela Fonseca Moura
Resumo: Esta pesquisa tem como proposta refletir sobre o agenciamento da fotografia documental contemporânea no contexto das redes na construção de representações do território, como um contraponto à dinâmica das imagens na sociedade do espetáculo sobre a qual escreve Guy Debord. Parte-se de Milton Santos e de Cornelius Castoriadís para pensar, respectivamente, o território e o imaginário, e de André Rouillé e Martine Joly para discutir a função e relevância da imagem como linguagem e produção política de modos de ver. Por fim, analisa-se fotografias de autoria de mulheres brasileiras publicadas no perfil “Everyday Brasil” no Instagram.
Palavras-chave:
Imagem. Representação visual. Fotografia documental. Imaginário. Território.
Graduada no Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal da Bahia e mestranda pelo programa de Mestrado em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Integra o grupo de pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo, é fotógrafa e pesquisa a construção de modos de ver através da fotografia.
14h30
Crise Migratória e Crise Política na Itália Contemporânea - Rosa Maria Martins Silva
Resumo: Principais aspectos da crise migratória na Itália. A cobertura da Mídia. A situação econômica do país e o debate sobre a União Européia. A polarização política e a crise da política. Eleições e Partidos Políticos na Itália.
Palavras-chave:
Sociedade italiana. Política contemporânea. Crise migratória. Mídia
Jornalista, editora da revista Esperança, mestranda do PPGCOM da Cásper Líbero.
15 horas
Debate e Intervalo
15h45
Meme Mia! Imitação e viralização nas eleições políticas italianas 2018 - Fabíola Ballarati Chechetto
Resumo: Comunicação e política são ações centrais nas circulações de sentido nas redes sociais digitais. E os memes sintetizam conteúdos aparentemente ligeiros, se espalham rápido. O meme político na sua peculiaridade codifica inclusive a propaganda, o slogan, o engajamento e as palavras de ordem nas dinâmicas coletivas. Esse trabalho propõe a análise de dados capturados em onze sites italianos, três fanpages no Facebook e oito sites, dois meses antes das eleições na Itália em 2018. Os indícios dessa primeira exploração no small data sugerem a materialização de estratégias de persuasão e o dispositivo memético como letramento político. Um terreno ideológico entrecruzado com regras próprias e mecanismos comunicacionais peculiares.
Palavras-chave:
Meme.; Mídias digitais. Comunicação. Comunicação e Política. Teoria da Comunicação.
Mestranda em Comunicação na Faculdade Cásper Líbero sob orientação do Prof. Dr. Luís Mauro Sá Martino, e integrante do Grupo de Pesquisa “Teorias e Processos da Comunicação” sediado no PPGCom da Faculdade Cásper Líbero. Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos (USM) e em Língua e Cultura Italiana para Estrangeiros pelo Consorzio ICoN, Pisa - Itália com TCC em Arqueologia Clássica.
16h15
A Memetização no Jornalismo Político - Marcelo Bechara
Resumo: Este artigo ocupa-se do estudo sobre a utilização de memes no jornalismo político. A pesquisa consiste em questionar esse novo modelo de notícia que ganha espaço nos veículos de comunicação e estabelece uma linha entre o entretenimento e a informação. Em um primeiro momento, buscamos apoio teórico em pesquisadores como David Bennahum e Richard Dawkins para entender a origem do termo meme e suas características. Depois utilizamos os conceitos de Sociedade do Espetáculo e Indústria Cultural para entender o contexto no qual o meme é inserido. Por fim, analisamos como os principais sites e canais de TV utilizam os memes como modelo de notícia.
Palavras-chave:
Memes. Jornalismo político. Sociedade do espetáculo. Internet. Entretenimento.
Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e graduado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda –, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Tem passagens pela Confederação Brasileira de Tênis e ESPN Brasil. Trabalhou na Copa do Mundo de Futebol de 2014 e nas Olimpíadas do Rio, em 2016. É autor do livro A Produção do Jornalismo Esportivo na Internet.
16h45
Ativismo político na Sociedade do Espetáculo: a emergência da ação conectiva e seus primeiros desdobramentos - Natasha Bachini
Resumo: Nas sociedades hodiernas, a espetacularização da vida alcança o seu ponto máximo. Em nenhum outro momento da história as relações sociais foram tão mediadas por imagens como agora, dada a intensa incorporação das mídias sociais ao cotidiano das pessoas. Nesta apresentação, procurarei explorar os efeitos da cultura da extimidade no ativismo contemporâneo a partir do conceito de ação conectiva, suas potencialidades e limitações. Para tanto, analisarei os principais protestos do último ciclo, dando ênfase às manifestações brasileiras ocorridas a partir das Jornadas de Junho de 2013 e os seus desdobramentos na conjuntura política atual.
Palavras-chave:
Sociedade do espetáculo. Ação conectiva. Ciberativismo.
Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, IESP-UERJ), onde participa como pesquisadora no Núcleo de Estudos de Teoria Social e América Latina (NETSAL) e no Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP). Mestre em Ciências Sociais pelo Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde participa como pesquisadora no Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP). Tem experiência nas áreas de Sociologia e Ciência Política, atuando principalmente em suas fronteiras, na Sociologia Política. Lecionou no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) por meio da realização de estágio docente. Foi professora durante dois anos no Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Atualmente, coordena o projeto M Facebook, do Manchetômetro (LEMEP). Suas pesquisas concentram-se nas seguintes linhas: ação coletiva; movimentos sociais; identidade coletiva; ciberativismo; ciberpolítica, campanhas eleitorais e lideranças políticas.
17h15
Debate e encerramento
Mesa 2, com mediação de Emerson Ike Coan
14 horas
O Coronelismo Midiático em Alagoas: a trajetória de Fernando Collor de Mello - Eduarda Lages
Resumo: Já comprovado por diversas pesquisas, o Brasil é campeão em falta de pluralidade nos meios de comunicação, muitas empresas se concentram na mão de poucas famílias, muitas delas de políticos. Em Alagoas, esse caso se intensifica, o na teoria, já extinto coronelismo se atualizou. A grande maioria dos veículos é comandada por importantes famílias de políticos locais, principalmente pela família Collor de Melo, dona das filiais da Rede Globo no estado. Essa pesquisa investiga como os veículos de Fernando Collor de Melo tratam a sua atuação política e qual o posicionamento quanto a seus concorrentes, além de trazer uma breve analise histórica do coronelismo midiático em geral e do posicionamento dos veículos do ex-presidente durante seu mandato presidencial, período em que seu jornal “A Gazeta de Alagoas” teve uma grande importância do cenário nacional.
Palavras-chave:
Coronelismo midiático. Meios de comunicação. Politica. Campanha eleitoral.
Estudante de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e pesquisadora de iniciação científica.
14h30
Caso Collor: um escândallo fratricida - Tathiana Senne Chicarino
Resumo: Esta pesquisa tem por finalidade apresentar um material empírico e analítico acerca da produção de escândalos políticos da revista Veja especificamente no que se refere ao governo de Fernando Collor (1990-1992), de sua ascensão à sua queda, ambas intensamente midiatizadas. Tratamos a produção de escândalo na perspectiva gramsciana de bloco histórico em que dois tempos históricos dialéticos, o estrutural e o conjuntural, fundamentam as disputas por hegemonia. Para tanto, tratamos metodologicamente a narrativa de Veja pela operacionalização do conceito de pacotes interpretativos de Gamsom e Modigliani (1989) que busca os núcleos de sentido dos conteúdos sem deixar de lado o contexto histórico, que lhe dá inteligibilidade (MENDONÇA; SIMÕES, 2012). Assim, a partir da análise de 195 conteúdos midiáticos pudemos identificar a ocorrências de quatro pacotes interpretativos: sobre esquemas de corrupção no tocante ao financiamento de campanhas, pagamento de propinas e sonegação de impostos; na defesa por uma agenda liberalizante em contraposição ao nacional-desenvolvimentismo; no enquadramento sobre o posicionamento da sociedade civil durante o processo de impeachment; e por fim, sobre uma postura intensificada durante o período de coleta de dados que coloca a revista como um ator político fundamental no desnudamento do escândalo e de fiscalização do Estado em um procedimento de auto reconhecimento.
Palavras-chave:
Escândalo político. Revista Veja. Governo Collor. Pacotes interpretativos.
Doutoranda em Ciências Sociais pela PUC/SP. Professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Pesquisadora do NEAMP PUC/SP e do Grupo de Pesquisa "Comunicação e Sociedade do Espetáculo" da Casper Líbero. Bolsista FAPESP. Email:
[email protected]
15 horas
O ciber-rebanho: quando pastores se tornam influenciadores digitais - Leandro Ortunes, Tathiana Senne Chicarino e Silvana Martinho
Resumo: A presente pesquisa traz uma análise discursiva e imagética da produção de vídeos de três pastores evangélicos reconhecidos pelo capital político adquirido nos espaços religiosos em que frequentam, mas também nas esferas de poder, tendo em vista que dois deles possuem mandato eletivo. São eles: o senador Magno Malta, o deputado federal Marco Feliciano, e Silas Malafaia. O objetivo dessa investigação é compreender o posicionamento desses atores na internet, especificamente nos vídeos divulgados em seus perfis no YouTube durante o período eleitoral que vai do dia 15 de agosto de 2018 ao dia 28 de outubro de mesmo ano. Nossa premissa é a de que Magno Malta, Feliciano e Malafaia atuam como influenciadores digitais tendo em vista uma comunidade de fé que cresce em termos populacionais e em representação política formal.
Palavras-chave:
Evangélicos. Eleições. Influenciadores digitais. Religião e política.
Doutorando e Mestre em Ciências Sociais pela PUC/SP. Pesquisador do NEAMP PUC/SP e do MIRE na INTERCOM. Bolsista CAPES (PDSE). Email:
[email protected]
Doutoranda em Ciências Sociais pela PUC/SP. Professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Pesquisadora do NEAMP PUC/SP e do Grupo de Pesquisa "Comunicação e Sociedade do Espetáculo" da Casper Líbero. Bolsista FAPESP. Email:
[email protected]
Doutoranda em Ciências Sociais pela PUC/SP. Pesquisadora do NEAMP PUC/SP e Bolsista CNPQ. Email:
[email protected]
15h30
Debate e intervalo
16h15
Transparência: a ausência de lucidez na sociedade do espetáculo - Ethel Shiraishi Pereira
Resumo: Para ser transparente no mundo corporativo, uma organização deve disponibilizar informações de interesse público de forma clara, completa e confiável. Programas de governança corporativa utilizam o princípio da transparência como uma de suas diretrizes básicas. Já no campo governamental, uma série de mecanismos de controles institucionais e portais foram estruturados para atender as exigências da Lei de Acesso à Informação (Lei Nº 12.527/11). Em tempos de crise de imagem e de credibilidade das classes política e empresarial, compreender o conceito de transparência e sua utilização em Relações Públicas torna-se o objetivo deste artigo, uma vez que o termo tem sido amplamente utilizado como atributo positivo dos políticos e das organizações.
Palavras-chave:
Relações Públicas. Transparência. Sociedade do Espetáculo.
Relações Públicas, Pós-Graduada em Administração e Organização de Eventos pelo SENAC, Mestre em Comunicação e Mercado pela Faculdade Cásper Líbero. Iniciou sua carreira no setor automobilístico e, desde então, presta serviços para importantes empresas e entidades de classe. Atualmente é professora de Relações Públicas e membro do Grupo de Pesquisa no CNPQ Comunicação na Sociedade do Espetáculo da Cásper Líbero. Também atua como docente do MBA e Aperfeiçoamento em Eventos e Gastronomia e do Curso de Pós-graduação em Comunicação Corporativa da Universidade Anhembi Morumbi e do Curso de Marketing Político e Propaganda Eleitoral da ECA-USP.
16h45
Fórmula do Espetáculo: o empreendedorismo de palco e o discurso do homem neo-liberal no YouTube - Thais Godinho
Resumo: Em 1996, um norte-americano chamado Jeff Walker, auto-denominado "dono de casa", criou o que ele chamou de Launching Formula, ou "Fórmula de Lançamento", em português. Trata-se de um programa de marketing digital pautado em listas de e-mails e conteúdos gerados estrategicamente voltados para vendas de infoprodutos e, mais tarde, produtos e serviços diversos. No Brasil, a "Fórmula" foi trazida por Érico Rocha, que resume seu programa com o slogan "6 em 7", o que significa conquistar o faturamento de seis dígitos em apenas sete dias. Com essa promessa, Érico Rocha mantém um canal no YouTube, fomentando o empreendedorismo como a saída possível para profissionais que buscam abrir seu próprio negócio ou aumentar as vendas de suas empresas já existentes. Este trabalho tem como objetivo apresentar esse programa dentro do cenário neoliberal que se constrói pautado em estratégias como o discurso do "homem empresa" e problematiza os possíveis efeitos dessa tendência na sociedade e atuação política brasileira, especialmente no que diz respeito à normalização da precarização do trabalho.
Palavras-chave:
Neoliberalismo. Empreendedorismo. YouTube. Precarização do trabalho
Publicitária, com especialização em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo SENAC-SP e mestranda em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero.
17h15
A análise jornalística das sabatinas, realizadas em conjunto pela Folha de São Paulo, UOL e SBT com os presidenciáveis, referente às propostas neoliberais para o saneamento básico nas eleições 2018 - Telma Mondoni
O presente trabalho propõe-se a analisar a abordagem jornalística da Folha de São Paulo, UOL e SBT com relação ao tema saneamento básico durante as sabatinas, promovidas em conjunto pelos três veículos, com os presidenciáveis no primeiro turno das eleições de 2018. Também procura averiguar a relevância dada ao assunto, sob a ótica neoliberal, pelos postulantes à Presidência da República. A fundamentação teórica sobre gestões públicas neoliberais apoia-se em Pierre Dardot e Christian Laval com A nova razão do mundo - Ensaio sobre a sociedade neoliberal (2016), David Harvey em O neoliberalismo - história e implicações (2014) e Guy Debord com A sociedade do espetáculo (2015).
Palavras-chave:
Saneamento básico. Eleições. Mídia. Presidenciáveis.Neoliberalismo.
Mestre em Comunicação na Linha de Pesquisa II “Produtos Midiáticos: Jornalismo e Entretenimento” pela Faculdade Cásper Líbero (2017). Pós-graduada (lato sensu) em Teoria da Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero (1994), graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela FIAM-FAAM Centro Universitário (1983). Sua trajetória profissional vincula-se ao jornalismo impresso e à Comunicação corporativa dos setores público e privado, com ênfase no diálogo com os diferentes públicos de relacionamento em empresa de saneamento básico, indústria química internacional e marketing político.
17h45
Debate e encerramento
Mesa 3, com mediação de Tathiana Senne Chicarino
19 horas
Comunicação e games: potencialidades políticas e pedagógicas - Alexander Maximilian Hilsenbeck Filho
Resumo: Os jogos eletrônicos deixaram de ser apenas entretenimento, sendo um reflexo da sociedade e do momento em que surgem, são meios de comunicar, expressões culturais e artísticas. Ao mesmo tempo são capazes de amparar reflexões críticas para pensar questões essenciais desta mesma sociedade, influindo na própria formação da subjetividade e sociabilidade contemporânea. Cumprem, assim, o papel
de educar e disciplinar, fornecendo subsídios de adaptação à cultura e ao trabalho, através de novos contornos em que se entrecruzam produtos midiáticos. Propomos um primeiro ensaio de reflexão crítica sobre os potenciais políticos e pedagógicos presentes nos jogos e as virtualidades didáticas desse campo, visto o entrelaçamento de temas entre realidade e ficção, notícias e imaginário.
Palavras-chave: Games. Comunicação. Produtos Midiáticos. Entretenimento. Política.
Professor de Ciência Política e Cultura Brasileira na Faculdade Cásper Líbero (FCL), Doutor em Ciência Política (Unicamp), Mestre em Ciências Sociais (Unesp). Participante do Grupo de Pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo (FCL), do Grupo de Trabalho ACySE do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais, e do Núcleo de Estudos ideologias e Lutas Sociais (PUC-SP). e-mail:
[email protected].
19h30
Jair Bolsonaro: a construção do personagem político nas eleições 2018 - Deiyi Ciocarri, Romer Motinha e Simonetta Persichetti
Resumo: O objetivo deste trabalho é identificar a construção da imagem do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições 2018. Para tanto, analisamos os jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo durante o período eleitoral, de 31 de agosto à 7 de outubro. Procuramos verificar qual a visibilidade e tratamento atribuído às citações nas manchetes e imagens relacionadas ao candidato. O texto tem por objetivo identificar padrões de presença de Bolsonaro na disputa eleitoral de 2018 no Brasil bem como identificar como a mensagem ideológica das imagens e suas variações durante a cobertura eleitoral filtram e traduzem a realidade. Analisamos também a presença da Fortuna e da Virtú no processo eleitoral do candidato. Entendemos que, na falta de Virtú, a mídia faz esse papel na construção do personagem. Nosso referencial teórico principal parte de Guy Debord e Maquiavel.
Palavras-chave:
Comunicação. Comunicação Política. Imagem. Espetáculo. Cobertura Jornalística.
Jornalista, doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP, pós-doutoranda em Comunicação pela Faculdade Casper Líbero. Membro da Academia de Letras dos Municípios do Rio Grande do Sul. Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC e dos grupos Comunicação e Política na Sociedade do Espetáculo e Comunicação, Cultura e Visualidades, da Casper Líbero.
Graduado em Ciência Política (UNINTER), Especialização em Mídias Integradas na Educação (UFPR) e Mestre em Ciência Política pela UFPR. Pesquisador do grupo Elites Políticas, Comunicação e Políticas Públicas da UNITER.
Jornalista, crítica de fotografia e doutora em psicologia-social. Estuda e pesquisa fotografia há 40 anos. Já publicou 23 livros sobre fotógrafos brasileiros. É professora da graduação e ligada ao PPGCOM da Faculdade Cásper Líbero.
20 horas
Debate
20h30
Política em Tempos de Revanche Neoliberal: pensamento e ação - Fábio Cardoso Marques
Resumo: A partir de alguns aspectos das análises políticas, sociais e históricas de Florestan Fernandes sobre a formação da dependência e do subdesenvolvimento do capitalismo brasileiro e de alguns aspectos sobre a dinâmica histórica e estrutural da econômica política brasileira em Celso Furtado, percebe-se a necessidade da formação de uma vontade política e coletiva para a superação das desigualdades sociais e econômicas. O artigo pretende questionar sobre perspectivas a esta formação desde Antonio Gramsci e de suas dificuldades no tempo do domínio da sociedade do espetáculo.
Palavras-chave:
Política. História. Ideologia. Vontade política. Espetáculo.
Mestre pela Cásper Líbero, em 2004, com um estudo comparativo sobre as coberturas das três primeiras edições do Fórum Social Mundial, feitas pela grande imprensa e pela imprensa alternativa. Publicou: “Uma reflexão sobre a espetacularização da imprensa”, em “Comunicação e sociedade do espetáculo”, (org.) Cláudio N.P.Coelho e Valdir José de Castro, Editora Paulus, 2006; “As possibilidades do pensamento e ação transformadores na sociedade do espetáculo”, Revista Estudos de Sociologia, nº 30, da Unesp/Araraquara, 2011.Titulação. Vínculo institucional. Principais produções.
21 horas
A democracia espetacular à brasileira: consenso e coerção - Emerson Ike Coan
Resumo: O artigo busca compreender a crise política brasileira contemporânea, com base na forma de democracia da fase do poder espetacular integrado, conceito de Guy Debord, vigente dos anos 1980 até os dias atuais, e a correspondente forma de democracia à brasileira, observada por Florestan Fernandes no período da instalação da “nova república”. O fundamento teórico, dos processos de consenso e coerção para a sustentação da forma de democracia espetacular à brasileira, está no conceito de Estado ampliado de Antonio Gramsci.
Palavras-chave:
Crise política contemporânea. Democracia brasileira. Estado ampliado. Sociedade do espetáculo. Poder espetacular integrado.
Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero (FCL), onde é membro do Grupo de Pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo. Mestre em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
[email protected]
21h30
Debate e encerramento
Encerramento do dia 17 de outubro de 2018
Mesa 4, com mediação de Ethel Shiarishi Pereira
14 horas
A política como espetáculo: partidos trocam nome por slogan - Vanderlei de Castro Ezequiel
Resumo: Numa tentativa de driblar o desgaste com a crise da representação política no Brasil, intensificada após o início da Operação Lava Jato , alguns partidos políticos investem na troca de nome de suas legendas. Especificamente, alguns partidos tiram o “p” e adotam palavras de ordem, como Avante ou Podemos. Essa tendência na qual os partidos trocam o nome por slogan favorece a construção de “marcas” para atender aos anseios da população. O objetivo imediato é distanciar do termo “partido”, já desgastado pela exposição negativa na mídia brasileira. Dessa forma, surgem novas denominações no contexto da representação político-partidária: Centro Democrático, Progressistas, Patriotas, MDB, Democracia Cristã e Avante. No âmbito do marketing político, trata-se de uma renovação da marca como tentativa de superação do desgaste das siglas partidárias. Isso se dá principalmente pelo esvaziamento da ideologia dos partidos, que passam a investir unicamente na construção de uma marca. Conclui-se que, a alteração do nome representa uma mudança de fachada, longe de representar a almejada renovação da política. Este trabalho traz uma breve apresentação dos conceitos de identificação partidária (ou partidarismo) e declínio dos partidos políticos. Segue com os discursos dos dirigentes e representantes políticos para justificar a mudança do nome e sigla dos partidos políticos, excluindo o termo “partido”. Em seguida, discute os argumentos utilizados para a troca de nome dos partidos. Finaliza com uma análise crítica da espetacularização da política brasileira.
Palavras-chave: Partido político. Identificação partidária. Democracia.Espetacularização
Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, membro do grupo de pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo. Artigos publicados em: (1) “A Sociedade do Espetáculo. 50 anos depois” (Editora Appris); (2) “Campañas electorales en América Latina, España y Portugal” (Editora Fragua); (3) “Mídia e política: estudos sobre a democracia e os meios de comunicação” (Editora Anita Garibald); (4) “Comunicação e Sociedade do Espetáculo” (Editora Paulus).
14h30
Mulheres na política institucional: Apontamentos sobre o Partido da Mulher Brasileira - Vivyane Garbelini
Resumo: Fundado em 2008, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) obteve registro definitivo no ano de 2015. Ao contrário do que se poderia esperar, o partido não defende causas feministas. Apesar da presidência do PMB ser ocupada por uma mulher, os filiados com mandatos no Congresso Nacional eram e são, majoritariamente, homens. Isso desperta as seguintes perguntas: Qual parcela da população brasileira tal partido representa? Quais são os interesses envolvidos? Com o presente artigo, pretende-se uma reflexão sobre tais questões, analisando o site oficial do partido e suas contas em sites de redes sociais digitais, à luz do conceito de Sociedade do Espetáculo e das noções de Ciência Política mobilizadas por Flávia Biroli e Luis Felipe Miguel.
Palavras-chave:
Sociedade do Espetáculo. Comunicação. Internet. Feminismo. Política institucional.
Aluna especial do programa de pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Mestra em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero (2017) e jornalista graduada pela mesma instituição (2011). Pesquisa imprensa feminina brasileira, feminismos, representações midiáticas de gênero, mídia e política. Integra o grupo de pesquisa "Comunicação e Sociedade do Espetáculo" desde 2015.
15 horas
Um pouco sobre pós-verdade e as bolhas políticas - Felipe Kawai
Resumo: Falar sobre o paradigma que é a pós-verdade e o fenômeno das Fake News é mais que necessário em uma sociedade como a nossa, polarizada politicamente. O excesso e a velocidade das informações geram uma nova forma de fazer política e de assimilação social, gerando assim um campo fértil para notícias sem fatos e narrativas irreais.
Aluno do quarto ano de jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.
15h30
Debate e intervalo
16h15
Complexidade e Incerteza na Política: um diálogo com Daniel Innerarity - Carolina Moura Klautau
Resumo: Em A política em tempos de indignação e A transformação da política, o autor basco Daniel Innerarity, tece críticas à política e à democracia, em nossa proposta, a partir daquilo que foi sugerido por Edgar Morin (2015) como pensamento da complexidade. Nas duas obras, o filósofo e ensaísta basco pensa a democracia a partir de um espetáculo, com ajuda dos meios de comunicação, que se dá num mundo permeado de incertezas. Innerarity, ao refletir sobre o papel do jornalista na cobertura dos acontecimentos políticos, por exemplo, tece críticas à tentativa de simplificação de questões complexas e da sugestão de conclusões para assuntos que estão, a todo momento, em transformação. Em sua perspectiva da democracia, há lugar para o diálogo com a incerteza, objetividade, subjetividade, razão e emoção – estes são, na verdade, opostos que se complementam. Dito de outra forma, há diálogos possíveis entre Innerarity e Morin. Dessa forma, nossa proposta é, a partir das duas obras citadas anteriormente, perceber a presença do pensamento complexo e compreensivo, nas linhas do que é sugerido por Edgar Morin e Dimas Künsch, respectivamente, no entendimento de política e democracia de Daniel Innerarity.
Palavras-chave:
Política. Democracia. Complexidade. Compreensão. Daniel Innerarity.
Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, graduada em Comunicação Social – habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal do Pará. Integrante dos grupos de pesquisa: “Comunicação e política na sociedade do espetáculo” (Faculdade Cásper Líbero) e “Da compreensão como método” (Universidade Metodista de São Paulo).
16h45
Reflexões Semióticas sobre a Imagem do Juiz Sergio Moro na Imprensa Internacional - Anita Gonçalves Hoffmann
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar como a imagem de Sergio Moro, juiz federal responsável pela condução da Operação Lava Jato, tem sido construída pela imprensa internacional. Por meio de uma pesquisa qualitativa e interpretativa da Semiótica Peirceana, que leva em consideração palavra e imagem, pretende-se compreender como os jornais The New York Times, Le Monde, Clarín, El País e Público utilizam-se de signos para construir representações de uma das figuras brasileiras de maior destaque na mídia nos últimos anos.
Palavras-chave:
Sergio Moro. Operação Lava Jato. Imprensa Internacional. Semiótica.
Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Estadual do Centro-Oeste, especialista em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero, e mestra em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, é professora dos cursos de Jornalismo e Produção Audiovisual do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo- Vila Mariana e também atua como assessora de comunicação em uma agência global de Relações Públicas.
E-mail:
[email protected].
17h15
As contradições da candidatura Bolsonaro: o uso dos afetos e a tentativa de construir uma narrativa liberal na economia - Luciano Feltrin
Resumo: A pesquisa tem como foco demonstrar que parte importante da imprensa tem ajudado a consolidar a ideia de que, caso eleito, Bolsonaro adotaria, sem constrangimentos ou nacionalismo de um militar da reserva, uma agenda favorável ao mercado financeiro. A proposta contempla um diálogo com a análise crítica da narrativa (como método) para expor o noticiário. Serão usados autores como Marilena Chaui, Espinosa (na questão dos afetos propriamente ditos); Milton Santos, David Harvey, Dardor/Laval (para estabelecer as relações entre afetos e neoliberalismo); e Sérgio Buarque, no que diz respeito à definição do brasileiro cordial.
Palavras-chave:
Política. Neoliberalismo. Afetos. Economia. Mercado.
Jornalista e mestre pela Cásper Líbero. Especializou-se em Economia, Negócios e Finanças, tendo atuado como repórter e editor em diversos jornais do segmento, como DCI, Gazeta Mercantil e Brasil Econômico. Atualmente, leciona disciplinas na área de Comunicação da Universidade São Judas.
17h45
Debate e encerramento
Mesa 5, com mediação de Deysi Cioccari
14 horas
As metamorfoses da mudança na propaganda eleitoral de 2014: atualizando a polarização PT x PSDB - Bruno Mello Souza e Joyce Miranda Leão Martins
Resumo: A disputa presidencial brasileira vem sendo polarizada por Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) há vinte anos, mesmo havendo uma tendência progressiva de crescimento de candidaturas de terceira via, pelo menos desde 2002. Este trabalho observa o posicionamento político de eleitores e eleitoras que não querem nem PT nem PSDB, bem como o comportamento desses partidos na batalha pelo voto dos eleitores da “terceira via de 2014”, a então candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Marina Silva. Busca-se responder: quais são as opiniões demonstradas, entre 2002 e 2010, pelos eleitores das candidaturas de terceira via nas eleições nacionais? Como o embate, dentro do HGPE, ajudou a atualizar a batalha PT x PSDB, em 2014? Para isso, analisam-se dados de surveys dos Estudos Eleitorais Brasileiros (ESEB) e os discursos de Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nos blocos do horário eleitoral.
Palavras-chave:
PT. PSDB. Terceira Via. Eleições 2014. Horário eleitoral
Pós-doutoranda em Ciência Política na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou estágio doutoral na Universidad Complutense de Madrid (UCM). É mestra em Sociologia e bacharela em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará. Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Estudos em Arte, Mídia, Política (NEAMP), da PUC-SP, desenvolve estudos relacionados à construção de imagens públicas da política, horário eleitoral, estratégias discursivas do poder, gênero e teoria política. Autora do livro “O novo jogo eleitoral brasileiro: PT e PSDB na democracia de público”, no prelo, a ser publicado pela editora APPRIS.
Pós-Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Doutor e Mestre em Ciência Política pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduado em Ciências Sociais pela UFRGS. Pesquisador do Núcleo de Pesquisas sobre a América Latina (Nupesal/UFRGS), coordenado pelo Dr. Marcello Baquero, e do Grupo de Pesquisa Democracia e Marcadores Sociais da Diferença, da Universidade Federal do Piauí. Atua principalmente nos seguintes temas: cultura política, capital social, democracia, eleições, participação política e transições à democracia.
14h30
As mídias sociais e os atores coletivos no Brasil contemporâneo - Mariana Zanata Thibes
Resumo: No Brasil, principalmente após 2013, foi notório o papel das redes sociais para organização das manifestações e de construção de diálogos e ideias divergentes dos veículos da grande mídia. No entanto, passada esta fase de intensas manifestações, resta saber como as mídias digitais vêm sendo utilizadas pelos coletivos em sua rotina de ações, se o papel decisivo que desempenharam em 2013 permanece ou se houve alguma transformação importante. Com efeito, procuramos contemplar elementos auto referenciais dos atores coletivos por meio de entrevistas, com o objetivo de apreender aspectos da estrutura e das formas de organização, bem como aspectos relativos à comunicação, tanto para divulgação de suas causas e/ou pautas quanto na utilização das redes como ferramenta em prol de certa sustentabilidade financeira. Buscamos também perscrutá-los sobre o estabelecimento de redes e conexões com outros atores coletivos, instituições e políticos, e como isto ocorreria do ponto de vista instrumental e substantivo. Outro aspecto importante abordado pela pesquisa diz respeito ao papel estratégico que a Internet pode desempenhar para aumentar a visibilidade da atuação dos atores coletivos, e principalmente para a auto-organização permanente destes - não só nos momentos de manifestações e outros eventos pontuais, mas de modo continuado em sua rotina.Assim, a comunicação propõe-se a analisar o uso das mídias digitais pelos movimentos sociais e coletivos de ação cultural e política em suas próprias dinâmicas, tomando como amostra as entrevistas realizadas com esses atores em diversos estados brasileiros.
Palavras-chave:
atores coletivos; mídias sociais; ação coletiva; movimentos sociais; coletivos
Doutora em Sociologia pela USP, com estágio na NYU. Pós-doutorado em ciências sociais pela UFABC e pesquisadora de pós-doutorado do NEAMP PUC/SP, com auxílio FAPESP.
15 horas
Da relação entre crítica e crise na teoria de Guy Debord - Erick Quintas Corrêa
Resumo: A crítica histórica e estratégica de Guy Debord (1931-1994), o mais influente membro da Internacional Situacionista (1957-1972), ocupa um lugar único no mapa intelectual e político da última metade do século XX. Nesta comunicação pretendemos apresentar a trajetória crítico-prática de Debord elucidando particularmente a forma singular com que os diagnósticos e prognósticos apresentados em seus dois principais livros teóricos de crítica social, A sociedade do espetáculo (1967) e Comentários sobre a sociedade do espetáculo (1988), seriam historicamente verificados corretos em duas conjunturas distintas, primeiramente na/pela crise explosiva de 1968 e, mais tarde, na/pela crise implosiva de 1989. A hipótese central é a de que existe uma continuidade teórica e metodológica entre os textos de 1967 e 1988, diferentemente de outras interpretações acadêmicas que, ao assinalarem uma suposta “ruptura” das teses “pós-modernas” de 1988 com o “marxismo” das teses originais de 1967, indicam a existência de uma descontinuidade entre elas. Procura-se demonstrar como há, entre as teses sessentistas e oitentistas de Debord, uma descontinuidade que é, contudo, de ordem estritamente temática, condicionada pelo desenrolar do próprio processo histórico ao qual se vinculam concretamente. Demonstra-se, além disso, como o texto de 1988 reflete criticamente as soluções regressivas encontradas pelo capital e pelo Estado na gestão e resolução da crise revolucionária detonada internacionalmente em torno de 1968, particularmente na França e na Itália.
Palavras-chave:
Guy Debord; sociedade do espetáculo; crítica; crise; contemporaneidade.
Mestre e doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP/FCLAr). Bolsista CAPES. Co-organizador do livro “68 – como incendiar um país” (São Paulo: Veneta, 2018).
15h30
Debate e intervalo
16h15
Direito e democracia: A construção política do Estado de Direito à luz da ambivalência democrática - >Marcelo Padula
Resumo: O presente trabalho constitui uma análise do processo político de construção do Estado Democrático de Direito à luz do caráter ambivalente da democracia. Pretende-se demonstrar como a democracia promove o progresso político ao propor a superação de suas próprias ambiguidades, e como este processo influenciou o direito político na conformação jurídica do Estado Democrático de Direito. Isto é, busca-se demonstrar o processo de evolução histórica do Estado a partir das formas de expressão da ideia democrática.
Palavras-chave:
Direito. Democracia. Estado Democrático de Direito. Teoria Política.
Bacharel em Direito pela PUCSP. Mestrando do PPGCOM da Cásper Líbero.
16h45
Perspectivas políticas. Os modelos de democracia em questão, a crise da política e a sociedade do espetáculo - Gilberto da Silva
Resumo: O objetivo deste trabalho é discutir o atual estágio da democracia participativa e da representação política no Brasil tendo como suporte o conceito de sociedade do espetáculo de Guy Debord e como objeto de análise o Decreto 8243 de 23 de maio de 2014, que cria a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS)
Palavras-chave:
Democracia. Sociedade do espetáculo. Politica
Jornalista. Mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero. Sociólogo da Prefeitura de São Paulo. Editor da revista Partes (www.partes.com.br)
17h15
“O problema do Poder Popular é que ele é popular demais e poder de menos”: Cuba e as suas eleições - Gustavo Dhein
Resumo: O artigo é resultado indireto de minha pesquisa de doutorado em Cuba. No ínterim em que estive na Ilha, o país viveu um novo processo de eleições gerais. O pleito despertou pouco interesse entre meus entrevistados – exceto entre os idosos –, a despeito de 83% da população terem ido às urnas. Nas próximas páginas, o que se discute é o potencial impacto da centralização do poder e da insurgência de problemas “capitalistas” (como o advento de um precariado) sobre a “participação popular” na (re)construção do socialismo cubano, pais em que “lutar”, “inventar” e “resolver” são termos recorrentemente empregados para referir-se às formas – cada vez mais “individualizadas” - de superar as dificuldades do dia a dia.
Palavras-chave:
Cuba. Eleições. Poder. Participação popular
Jornalista graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialista e mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e doutor em Comunicação pela UFSM.
17h45
Debate e encerramento
Mesa de Encerramento do Seminário, com mediação de Mara Rovida
19 horas
Há uma herança de 68 na Contemporaneidade? - Maria Ribeiro do Valle
Resumo: Buscaremos fazer, à luz dos acontecimentos de 1968, um levantamento sobre os diferentes relatos que emergem nas comemorações desse ano ímpar. Em estudo anterior intitulado 1968: o diálogo é a violência – movimento estudantil e ditadura militar, reconstruí os principais acontecimentos desencadeados pelo movimento estudantil a partir do registro da grande imprensa, dos estudantes e das autoridades militares. Em pesquisa recente analisei o retorno midiático de 1968, particularmente pelo levantamento dos artigos publicados pelos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo e pela revista Veja durante as comemorações dos trinta e dos quarenta anos de 1968. Assim, pude estabelecer uma comparação entre o relato da grande imprensa no calor da hora com as (novas) versões construídas durante as comemorações sobre 68 nas décadas posteriores. Proponho, assim, a análise das versões sobre 1968 através da teoria crítica, particularmente da argumentação de Debord e Marcuse. Buscaremos analisar se o retorno midiático é pautado pelos princípios da sociedade do espetáculo, da indústria cultural e do fechamento do universo da locução, no sentido que possam explicar o silenciamento e/ou a herança de 68 no Brasil.
Palavras-Chave: 1968.Retorno midiático. Sociedade do espetáculo. Brasil.
Graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1990), mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é professora livre-docente da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP - campus de Araraquara
19h30
Lideranças políticas no brasil: a espetacularização da prisão de Lula e do atentado a Jair Bolsonaro - Rosemary Segurado
Resumo: O ano de 2018 vem sendo marcado pelo processo de polarização política no país, aumento expressivo de forças conservadoras e de direita e rearticulação de forças no campo progressista e de esquerda. Em abril de 2018, o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva foi preso pela Polícia Federal, após confirmação de sua condenação em segunda instância e aguarda alguns recursos nos quais defende sua inocência. Neste caso, é curioso pensar que mesmo preso, Lula se manteve à frente das pesquisas de intenção de voto para a presidência da República. Recluso, além de liderar o cenário eleitoral, Lula deu o tom campanha eleitoral. Neste processo, chama atenção o crescimento de apoiadores do candidato à presidência, deputado Jair Bolsonaro, que vem glutinando em torno de sua liderança apoiadores em várias partes do país. Em setembro de 2018, o candidato sofreu um atentado em uma atividade de campanha e foi hospitalizado, mas manteve a atividade de campanha. Os dois polos da campanha eleitoral presidencial estão reclusos, embora permaneçam as lideranças mais importantes do processo eleitoral em curso. Na presente comunicação analisaremos o processo de espetacularização dois momentos fundamentais deste processo: a prisão do ex-presidente Lula e o atentado ao candidato Jair Bolsonaro.
Palavras-chave:
Lideranças políticas. Judicialização da política. Espetacularização do judiciário
Pós-doutorado em Comunicação Política pela Universidad Rey Juan Carlos de Madrid, Professora do Programa de Estudos Pós Graduados da PUC/SP e da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Pesquisadora do NEAMP (Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC/SP)
20 horas
Mídia e Crise de Representação Política - uma análise da eleição presidencial de 2018 - Carla Montuori Fernandes
Resumo: Desde as Jornadas de Junho de 2013, a crise de representação política no Brasil se acentuou. No país, a crise tem espaço na disputa entre a mídia e o campo político, pela legitimidade da formação da agenda de discussão pública. O declínio da identificação partidária, atrelado a midiatização dos escândalos de corrupção, acentuou o caráter fiscalizador dos meios de comunicação, que ocuparam papel relevante nos rumos políticos do país. Pretende-se analisar a eleição de 2018, a partir da midiatização da política e da antipolítica como estratégia discursiva dos agentes em disputa.
Palavras-chave:
Mídia. Política. Crise de Representação. Eleição.
Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Paulista (UNIP). Atua como pesquisadora do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP – PUC/SP). Brasil. E-mail:
[email protected] /
[email protected]
20h30
Crise da política e sociedade do espetáculo - Cláudio Novaes Pinto Coelho
Resumo: O princípio da soberania popular e a sociedade de classes. As relações entre poder e espetáculo. As formas do poder espetacular e a sociedade capitalista. A democracia representativa e a sociedade do espetáculo. O poder espetacular integrado e a sociedade contemporânea. O Brasil e a autocracia burguesa. Crise econômica e crise política. Crise da política e mídia. Crise da política e totalitarismo.
Palavras-chave:
Sociedade do espetáculo. Poder. Política. Mídia. Democracia. Totalitarismo.
Doutor em Sociologia pela USP. Docente do PPGCOM da Faculdade Cásper Líbero. Coordenador do Grupo de Pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo. Atualmente realiza Estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCSP
21 horas
Debate e encerramento do seminário
Público
Público: Professores e alunos do programa de mestrado em Comunicação da Cásper Líbero, e do programa de mestrado e doutorado em Ciências Sociais da PUC São Paulo; professores e alunos do programa de pós-graduação Lato Sensu e graduação da Cásper Líbero; pesquisadores, professores e Estudantes de Comunicação e de Ciências Sociais das demais instituições de ensino superior da Grande São Paulo; profissionais do mercado interessados no assunto.
Inscrições: Alunos da graduação (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e RTVI), pós-graduação e mestrado devem enviar previamente um e-mail com seu nome, RA, turma e as mesas de interesse para [email protected].
Público externo deve enviar nome completo, RG, instituição que representa e as mesas de interesse para [email protected]. Feito isto, aguardar a confirmação de inscrição. Demais interessados pelo tema também poderão participar.