Equipe de repórteres e editores da revista Crédito: acervo pessoal
Yan Resende escrevia para um jornal de Jacutinga, cidade do sul de Minas Gerais, onde morava antes de vir para a capital. Chegou a São Paulo no ano passado para cursar jornalismo na Cásper e não perdeu tempo: em março já trabalhava na redação da Jovem Pan. “Era muita correria, exigiam agilidade”. Em 2013, começou a trabalhar na Gazeta Esportiva e percebeu que seu interesse era por matérias mais longas. Gostava de apurar, ter tempo para pensar em como tornar o texto mais interessante. Na mesma turma do curso, Yan encontrou alguém com ideais parecidos: Pedro Camargo.
Pedro, que é apaixonado por revistas, tentou criar uma no primeiro ano do curso. Ele buscava um espaço para sua criatividade, a liberdade que o mercado editorial por vezes não permite. “Queria ter uma coisa minha, com textos longos e mais profundos, que coubessem devaneios”. Tomou a iniciativa para concretizar seus planos, mas, em um primeiro momento, não deu certo.
Uniram-se, então. Queriam produzir sem pressão, sem ter que olhar para o patrocinador, sem muitas preocupações com o mercado. “Vamos escrever do jeito que a gente quer, as ideias que vieram à cabeça. Uma revista livre”, propôs Yan. Inspirados em Anita Malfatti e os ideais da Semana de Arte Moderna de 22, criaram o nome da revista: A Boba.
Logo puseram todos os seus esforços em fazê-la dar certo, contando com a experiência que Pedro havia adquirido em sua primeira tentativa. “Eu já sabia muito do que podia dar errado e me organizei para que desse certo na segunda”. Decidiram que seria uma revista digital, trimestral e temática, Pedro seria o editor-chefe e Yan o editor de arte.
Começaram a montar a equipe e as pessoas foram “escolhidas a dedo”, porque precisavam ter certeza de que gostavam de revista, que poderiam disponibilizar o tempo para essa atividade paralela, conscientes de que os textos seriam grandes e exigiriam dedicação. Fecharam um grupo de onze pessoas da mesma sala e Nathália Aguiar, de outra turma, que assumiu o cargo de editora de redação.
Pedro, Yan e Nathália decidem o tema, selecionam as principais pautas e, a partir disso, compartilham com a equipe de repórteres, que escolhem quais matérias querem fazer, dão sugestões e incluem ideias. Essas grandes reuniões costumam acontecer na biblioteca da Cásper, mas o grupo não se prende a formalidades; por serem amigos, há proximidade e por todos lutarem por um mesmo objetivo, há abertura para conversarem sobre isso sempre que possível, em qualquer lugar.
Os trabalhos começaram efetivamente em julho, e o grupo usou uma plataforma digital para organizar o processo de entrega dos textos, o que dispensou o uso de e-mails e folhas impressas. Conforme conseguiam fotos, fontes e conteúdo, os repórteres os adicionavam à plataforma. Assim, Pedro e Yan puderam acompanhar o andamento de todas as matérias, evitando imprevistos que atrapalhassem o cronograma.
Um mês e meio depois, essa atenção à organização valeu a pena e os editores puderam começar a revisar e diagramar os textos. Yan contou que foram todos os dias, durante a tarde inteira, à sala dos computadores próprios para trabalhos mais artísticos que a Cásper oferece; enquanto Pedro revisava, ele diagramava. Ao final de duas semanas, estava pronta. “Não dava para acreditar, a gente tinha uma revista”, vibrou Yan. Depois disso, mostraram para os professores Welington Andrade e Carlos Costa, que se ofereceram para revisar os textos uma última vez e ajudar na diagramação. Em primeiro de setembro, publicaram a edição de estreia de A Boba, cujo tema é café.
Eles contaram que estavam apreensivos e inseguros com o retorno que teriam, porque haviam começado do zero, mas se surpreenderam. Os veteranos demonstraram interesse em saber o que era a revista, como eles tinham feito. A equipe percebeu que os alunos do primeiro ano também ficaram animados, sabendo que era possível uma iniciativa independente dar certo. “A receptividade foi grande e isso nos deu mais ânimo, mais incentivo para continuar”, comentou Yan.
Por fim, o retorno dos professores: “quando hora que eles abraçaram isso, dando incentivo, foi fundamental”, disse Yan, “a professora Helena, a Simonetta e o Sergio Vilas-Boas nos ajudaram com a diagramação, por exemplo”. Yan contou que foi entrevistar o professor Luís Mauro para uma matéria e perguntou se conhecia a revista que o grupo estava fazendo ao que ele imediatamente respondeu: “A Boba?”. Pedro também falou sobre o reconhecimento dos professores Carlos Costa e Welington: “ver que eles gostaram do trabalho foi a nossa medalhinha, porque nós os admiramos, são as nossas referências”.
Yan e Pedro acreditam que criar essa revista ajudou a prepará-los para enfrentar o mercado de trabalho, cientes de que “não vai ser as mil maravilhas”, mas que essa experiência já é um diferencial. “Nós não temos nome, temos que ir atrás do que a gente quer com muito mais garra do que revistas já consolidadas”, ponderou Yan.
“Sou apaixonado pelo o que eu faço. Não penso muito em como vai ser o futuro, que é para não me estressar. Acredito que enquanto eu estiver fazendo algo que me move, que me leva junto, isso acabará sendo reconhecido de alguma forma. Parece que não ter o melhor salário se torna insignificante perto da paixão de fazer algo que você gosta”, refletiu Pedro.
A equipe continua trabalhando para preparar a próxima edição, que será publicada no site A Boba http://www.revistaaboba.com.br/ dia primeiro de dezembro.
Yan Resende escrevia para um jornal de Jacutinga, cidade do sul de Minas Gerais, onde morava antes de vir para a capital. Chegou a São Paulo no ano passado para cursar jornalismo na Cásper e não perdeu tempo: em março já trabalhava na redação da Jovem Pan. “Era muita correria, exigiam agilidade”. Em 2013, começou a trabalhar na Gazeta Esportiva e percebeu que seu interesse era por matérias mais longas. Gostava de apurar, ter tempo para pensar em como tornar o texto mais interessante. Na mesma turma do curso, Yan encontrou alguém com ideais parecidos: Pedro Camargo.
Pedro, que é apaixonado por revistas, tentou criar uma no primeiro ano do curso. Ele buscava um espaço para sua criatividade, a liberdade que o mercado editorial por vezes não permite. “Queria ter uma coisa minha, com textos longos e mais profundos, que coubessem devaneios”. Tomou a iniciativa para concretizar seus planos, mas, em um primeiro momento, não deu certo.
Uniram-se, então. Queriam produzir sem pressão, sem ter que olhar para o patrocinador, sem muitas preocupações com o mercado. “Vamos escrever do jeito que a gente quer, as ideias que vieram à cabeça. Uma revista livre”, propôs Yan. Inspirados em Anita Malfatti e os ideais da Semana de Arte Moderna de 22, criaram o nome da revista: A Boba.
Logo puseram todos os seus esforços em fazê-la dar certo, contando com a experiência que Pedro havia adquirido em sua primeira tentativa. “Eu já sabia muito do que podia dar errado e me organizei para que desse certo na segunda”. Decidiram que seria uma revista digital, trimestral e temática, Yan seria o editor-chefe e Pedro o editor de arte.
Começaram a montar a equipe e as pessoas foram “escolhidas a dedo”, porque precisavam ter certeza de que gostavam de revista, que poderiam disponibilizar o tempo para essa atividade paralela, conscientes de que os textos seriam grandes e exigiriam dedicação. Fecharam um grupo de doze pessoas da mesma sala e uma delas, Nathália Aguiar, assumiu o cargo de editora de redação.
Pedro, Yan e Nathália decidem o tema, selecionam as principais pautas e, a partir disso, compartilham com a equipe de repórteres, que escolhem quais matérias querem fazer, dão sugestões e incluem ideias. Essas grandes reuniões costumam acontecer na biblioteca da Cásper, mas o grupo não se prende a formalidades; por serem amigos, há proximidade e por todos lutarem por um mesmo objetivo, há abertura para conversarem sobre isso sempre que possível, em qualquer lugar.
Os trabalhos começaram efetivamente em julho, e o grupo usou uma plataforma digital para organizar o processo de entrega dos textos, o que dispensou o uso de e-mails e folhas impressas. Conforme conseguiam fotos, fontes e conteúdo, os repórteres os adicionavam à plataforma. Assim, Pedro e Yan puderam acompanhar o andamento de todas as matérias, evitando imprevistos que atrapalhassem o cronograma.
Um mês e meio depois, essa atenção à organização valeu a pena e os editores puderam começar a revisar e diagramar os textos. Yan contou que foram todos os dias, durante a tarde inteira, à sala dos computadores próprios para trabalhos mais artísticos que a Cásper oferece; enquanto Pedro revisava, ele diagramava. Ao final de duas semanas, estava pronta. “Não dava para acreditar, a gente tinha uma revista”, vibrou Yan. Depois disso, mostraram para os professores Welington Andrade e Carlos Costa, que se ofereceram para revisar os textos uma última vez e ajudar na diagramação. Em primeiro de setembro, publicaram a edição de estreia de A Boba, cujo tema é café.
Eles contaram que estavam apreensivos e inseguros com o retorno que teriam, porque haviam começado do zero, mas se surpreenderam. Os veteranos demonstraram interesse em saber o que era a revista, como eles tinham feito. A equipe percebeu que os alunos do primeiro ano também ficaram animados, sabendo que era possível uma iniciativa independente dar certo. “A receptividade foi grande e isso nos deu mais ânimo, mais incentivo para continuar”, comentou Yan.
Por fim, o retorno dos professores: “quando hora que eles abraçaram isso, dando incentivo, foi fundamental”, disse Yan, “a professora Helena, a Simonetta e o Sergio Vilas-Boas nos ajudaram com a diagramação, por exemplo”. Yan contou que foi entrevistar o professor Luís Mauro para uma matéria e perguntou se conhecia a revista que o grupo estava fazendo ao que ele imediatamente respondeu: “A Boba?”. Pedro também falou sobre o reconhecimento dos professores Carlos Costa e Welington: “ver que eles gostaram do trabalho foi a nossa medalhinha, porque nós os admiramos, são as nossas referências”.
Yan e Pedro acreditam que criar essa revista ajudou a prepará-los para enfrentar o mercado de trabalho, cientes de que “não vai ser as mil maravilhas”, mas que essa experiência já é um diferencial. “Nós não temos nome, temos que ir atrás do que a gente quer com muito mais garra do que revistas já consolidadas”, ponderou Yan.
“Sou apaixonado pelo o que eu faço. Não penso muito em como vai ser o futuro, que é para não me estressar. Acredito que enquanto eu estiver fazendo algo que me move, que me leva junto, isso acabará sendo reconhecido de alguma forma. Parece que não ter o melhor salário se torna insignificante perto da paixão de fazer algo que você gosta”, refletiu Pedro.
A equipe continua trabalhando para preparar a próxima edição, que será publicada no site A Boba dia primeiro de dezembro.
Usamos cookies para fornecer uma experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, você concorda com o uso de TODOS os cookies. Conheça nossa Política de Privacidade.
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these cookies, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may have an effect on your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.