Em comemoração aos 20 anos do acordo bilateral sino-brasileiro, a Fundação Cásper Líbero organizou o “Fórum de Debates Brasil-China, 20 anos de parceria”, que contou com a análise de empresários, jornalistas e acadêmicos sobre a relação entre ambos os países nas áreas econômica, política e cultural.
O Sr. Li Jinzhang, embaixador da China no país, abriu o evento com destaque ao histórico de colaboração que os dois países realizam entre si, principalmente na área econômica, através de tratados comerciais que rompem barreiras e os limites da distância geográfica. Também, o embaixador pediu às imprensas brasileira e chinesa que divulguem a parceria existente de forma completa, para melhor compreensão da dinâmica de colaboração.
Iniciando os debates, a mesa de discussão sobre a imagem transmitida de um país ao outro, através das respectivas estruturas jornalísticas, teve participação de membros da mídia chinesa atuantes no Brasil e jornalistas brasileiros que atuaram no país asiático. Alguns pontos estabelecidos pautaram a queda de estereótipos produzidos às nações. A correspondente do Diário do Povo – principal mídia impressa da China –, Hailin Wang, disse que o povo brasileiro não se resume ao futebol e carnaval, e que tenta passar uma imagem mais detalhada do Brasil aos seus conterrâneos, através de matérias que abordem outros temas do país, como a Amazônia.
Wang Fan, jornalista da agência internacional Xinhua (Nova China), levantou problemas que dificultam a melhor disseminação de informação entre ambos os países. Em seu relato, Fan evidenciou a falta de conhecimento entre os dois povos, e acha que os jornalistas estão sendo tendenciosos. “O que você conhece, talvez seja o que a mídia quer transmitir”, explica. Já, Fabiano Maisonnave, jornalista da Folha de S.Paulo, destacou um problema desconhecido pelo grande público: a crise de correspondentes brasileiros na China: o número de profissionais que cobre o assunto diminuiu drasticamente, em que apenas a Folha possui jornalista no páis. Em contrapartida, Maisonnave declarou que a China não relata muitos fatos sobre o Brasil, principalmente, devido a pouca disseminação da língua portuguesa no mundo.
No prosseguir da discussão, métodos que ajudem na solução do problema foram destacados. Felipe Corazza, chefe de reportagem da editoria Internacional do Jornal O Estado de S. Paulo, disse que “as perguntas direcionadas aos países voltam-se muito para o lado econômico ou às curiosidades exóticas, sendo que a imprensa brasileira deveria fazer perguntas melhores sobre a China, através de um planejamento jornalístico mais generoso”.
Com intuito de relembrar a construção da relação sino-brasileira e discutir problemas e melhorias na questão da comunicação entre ambas as nações, a primeira mesa de discussão do “Fórum de Debates Brasil-China, 20 anos de parceria” evidenciou um cenário favorável ao desenvolvimento cultural, comercial e comunicacional, diante à troca de experiências realizadas por brasileiros e chineses.