Casperianos do Núcleo Editorial exibem edições da revista Crédito: divulgação

Casperianos do Núcleo Editorial exibem edições da revista
Crédito: divulgação



Considerado um dos maiores comunicadores do Brasil, Cásper Líbero reformulou o modo de fazer jornalismo, além de influenciar, até hoje, a construção de um extenso legado cultural. E um desses “ecos” de seu trabalho não poderia ter recebido um nome mais apropriado: Cásper, a revista de comunicação, educação e cultura, da Faculdade.

Planejada inicialmente como um espaço em que os quatro cursos ministrados pela instituição pudessem dialogar – tanto de modo convergente, quanto na própria diferença entre eles – e se abrir para o mundo da comunicação, a Cásper ampliou, progressivamente, suas fronteiras de interesse, abrindo espaços para assuntos relacionados com o cinema, o teatro, a literatura e a música, por exemplo. Esses temas tornaram-se pautas constantes. Inúmeros foram os repórteres, que de alguma forma, deixaram suas marca ao longo das 68 páginas que contemplam a publicação, especialmente a equipe do Núcleo Editorial de Revistas, órgão responsável pela produção e publicação das três edições, lançadas quadrimestralmente em maio, setembro e dezembro.

Embora ainda possua uma história curta no universo editorial, a revista pode ser entendida como uma miscelânea das diversas “cabeças” que ajudaram e ajudam no seu desenvolvimento. Pessoas que desejam falar, e principalmente, ouvir. E Thiago Tanji é uma delas. “Eu participei do primeiro número da revista, em 2010, como repórter sob orientação do então editor, o professor Gilberto Maringoni. No ano seguinte, fui responsável pela edição junto do professor Carlos Costa (editor-chefe entre as edições 3 e 9). A oportunidade de aprender com todos os processos de produção da revista – a discussão da pauta, a montagem de espelho, a apuração, a redação, a edição e o fechamento – é algo que dificilmente teria em outro lugar.” E a experiência rendeu frutos, pois Thiago (editor entre a nº3 e nº 5) tornou-se repórter da revista Info e já soma em seu currículo a conquista de um Prêmio Abril de Jornalismo quando ainda era estagiário da publicação.

E a experiência obtida pelos alunos participantes da revista não seria bem aproveitada, caso não fosse catalisada pela figura do editor-chefe, sempre representado por um professor. Pelo expediente, já passaram os nomes dos jornalistas Gilberto Maringoni – o criador da publicação –, Ricardo Muniz e Carlos Costa, atualmente coordenador do curso de Jornalismo da Cásper Líbero. Hoje, a revista está sob a batuta do professor Sergio Vilas-Boas. Na união entre as duas gerações – mestre e aluno – a revista Cásper se converte em uma ferramenta de pesquisa democrática, com uma linguagem que tenta inovar, porém mantendo a seriedade no modo de fazer jornalismo. Sentimento compartilhado pela aluna Caroline Mendes, ex-editora da Cásper e que atualmente trabalha na redação da revista Trip: “Para quem está na faculdade, aprendendo, tentando se tornar profissional, toda experiência é válida. Aceitei a vaga de editora da Cásper porque vi ali, como enxerguei nos outros estágios que fiz, uma oportunidade de aprender”.

Entre as capas da Cásper já figuraram rostos do teatro (Lígia Cortês, nº8), literatura (Gonçalo M. Tavares, nº7; Alberto Manguel, nº9), cinema (Tropa de Elite, nº 3), humor (a equipe do CQC, da TV Bandeirantes, nº4) e jornalismo (Sônia Bridi, nº10), ratificando sua missão de ser plural e atualizada aos diversos temas que engloba, principalmente, a cultura nacional. Com entrevistas que fogem do senso comum, a Cásper discutiu sobre tecnologias na educação, indústria fonográfica, gastronomia, coletivos urbanos e até mesmo a complexa relação entre games e arte. Também, as últimas edições mostraram que as barreiras geográficas não são um obstáculo. Através do “portifólio”, Cásper já levou o leitor à região do Tibet, mostrou o cotidiano da sociedade chinesa, e revelou o contraste de vidas na Chapada Diamantina.

“Com as pautas, pude exercitar minha criatividade e aprendi a pensar uma revista com leveza e sensibilidade. Foi um começo incrível, de que me lembro com muitas saudades e gratidão”, diz Amanda Massuela, ex-editora da revista, atualmente trabalhando na Cult. Com seu jeito de pensar, a estudante do 4º ano de jornalismo, conseguiu um feito extraordinário: Cásper #9, na qual foi editora, esgotou a versão impressa poucos meses após seu lançamento, devido à grande procura. Além dos já citados, Aline Magalhães (revista Auto Esporte) e Gabriela Sá Pessoa (Revista Trip) fazem parte da lista de ex-editores. Após três lançamentos – nº 9 como repórter e nº10 e nº11 na edição – também deixo a redação da Sala Marcos Faerman no quinto andar da Faculdade, para uma nova etapa na carreira. E é assim, através de boas-vindas e despedidas, editores-chefe, editores de arte e texto, repórteres e colaboradores que uma nova Cásper surge, trazendo um mundo já conhecido, mas através de outros olhos, linguagens, ideias. Outro jornalismo. Bem do jeito que o jornalista e empresário Cásper Líbero imaginou.