Publicado em 1998, o Diário de um Jornalista Bêbado foi escrito pelo jornalista norte-americano Hunter S. Thompson. Criador do chamado “Jornalismo Gonzo”, em que o narrador abandona toda e qualquer regra do jornalismo, se entregando totalmente à ação, ao enredo da história; Thompson era um jornalista romântico, que beirava a inocência no ramo, característica nítida no longa inspirado em seu livro.
The Rum Diary, nome original da obra cinematográfica, tem um porquê: Kemp, a redação e o cenário em si são regados de muito rum. No filme, Johnny Depp interpreta Paul Kemp, um dos alter-egos da carreira de Hunter. Kemp sai de Nova York na década de 60, cansado da vida da cidade grande, para trabalhar em um jornal decadente em Porto Rico, “The San Juan Star“, administrado pelo prepotente Lotterman (Richard Jenkins).
O jornalista se aproxima de dois funcionários do jornal, o fotografo Sala (Michael Rispoli) e o boêmio, e um tanto quanto afetado pelo álcool, Moburg (Giovanni Ribisi). Nesse pano de fundo, entra a paixão de Paul por Chenault (Amber Heard), noiva de Sanderson (Aaron Eckhart), um dos maiores empresários da cidade e que possui um plano em transformar Porto Rico com obras extremamente capitalistas.
O filme é essencial para quem é, ou deseja seguir a carreira de jornalista, visto que assuntos como o jornalismo gonzo, a melancolia e o idealismo de Kemp, a ética e até mesmo os problemas acarretados em entregar matérias fora do prazo, são abordados.
Além disso, Johnny Depp faz uma atuação perfeita, sempre com o seu toque de humor leve e discreto. Talvez a única ressalva seja o fato da grande exaltação da figura alcoólica de Hunter e não tanto da figura do gênio e do grande colaborador para a história do jornalismo.