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Leonardo Miggiorin, Marcos DeBrito, Francisco Gaspar e Ninho Moraes | Crédito: Yuri Andreoli

No terceiro dia da 9ª Semana do Audiovisual, o tema da mesa de debates foram os filmes de terror, gênero clássico do cinema. O evento contou com a presença do diretor Marcos DeBrito, que apresentou o filme “Condado Macabro”, que tem estreia prevista para o dia 12 de novembro de 2015, em mais de 40 salas de cinemas do país, e dos atores do filme, Leonardo Miggiorin e Francisco Gaspar.

Marcos DeBrito contou que sempre quis trabalhar com cinema, e para realizar o sonho mudou-se de Florianópolis para São Paulo a fim de estudar cinema na FAAP-Faculdade Armando Álvares Penteado. No final do curso, a produção de um curta-metragem, estimulada por professores, foi a porta de entrada para os festivais. O resultado foi o melhor possível: em 2001 Marcos recebeu o prêmio Kikito de Melhor Diretor do Festival de Gramado por “Vídeo Sobre Tela”, curta-metragem rodado em 35mm.

Sobre terror, o diretor contou que começou a ter contato com o gênero na faculdade e idealizou o roteiro de um longa chamado “O Condado Macabro”.  Após 10 anos, Marcos teve a ideia de reviver o projeto. Captou recursos e escolheu como locação de filmagens o estado do Mato Grosso, na casa dos pais de Marcos. Para conseguir realizar o projeto, o cineasta contou que os atores dormiram no próprio set por falta de verba: “A priori os únicos gastos foram com alimentação e transporte”.

Marcos e Leonardo se conheceram nos sets do curta “O.D. Overdose Digital”, em 2006. “O que eu mais gosto no trabalho do Marcos é que ele calcula bem o que irá acontecer no set de filmagem”, disse Miggiorin. Sobre o filme ser trash – filme de baixo orçamento sem efeitos sofisticados-, Leonardo disse que isso não impede o ator de construir uma personagem bem delineada. Marcos aproveitou a fala e reforçou que embora o filme siga essa linha cinematográfica, tal aspecto não indica falta de qualidade no projeto.

Ao ser questionado sobre a representatividade do folclore brasileiro nos filmes, Francisco Gaspar disse que para a construção do palhaço Cangaço, sua personagem no filme, optou pelo uso de signos nordestinos, como as vestes de cangaceiro. E sugeriu o uso de canções populares no Nordeste, como as de Reginaldo Rossi.

Marcos contou que algumas das referências cinematográficas usadas em “Condado Macabro” foram filmes clássicos do gênero terror como “O Massacre da Serra Elétrica” e “Sexta-feira Treze”, entre outros. A palestra foi encerrada com o diretor pontuando a necessidade dos novos profissionais se arriscarem e disputarem editais para obterem financiamentos de futuros projetos.