Na última sexta-feira, dia 07 de novembro de 2025, o Coletivo AfriCásper realizou a palestra “Corpos Negros nas Mídias Brasileiras”, no Teatro Cásper Líbero. A iniciativa teve como objetivo refletir sobre a visibilidade de pessoas negras na comunicação e a importância da representatividade para inspirar futuros profissionais. Para enriquecer o debate, o evento contou com a participação de Clóris Akonteh, roteirista da rede Globo, Jordana Araújo, comentarista esportiva da TV Globo, Roberta Freias, influenciadora digital, e João Arnaldo, jornalista e produtor de conteúdo digital.

No encontro, os convidados abordaram o início de suas trajetórias, enfatizando que a principal referência que tiveram na infância foi a jornalista Glória Maria. Nesse sentido, os comunicadores apontaram para a necessidade de se tornarem as suas próprias referências. Para Jordana Araújo, o lugar que ocupa hoje no jornalismo esportivo é extremamente importante, visto que aproxima a juventude negra da realidade que não vivenciou:

“Eu era consumidora, mas não me sentia representada (…). Tive que ressignificar a minha relação no jornalismo, pois eu não me via na TV. A passagem pelo streaming foi simbólica e ressignificou a minha autoestima”, completa a comentarista esportiva.

Em seguida, Clóris compartilhou o trabalho que realiza na emissora, destacando que o seu papel enquanto roteirista é garantir a inclusão de corpos e histórias. De acordo com ela, os enredos criados devem trazer pessoas pretas, garantindo que suas tramas sejam centrais e não marginalizadas.

“Minha maior estratégia é um compromisso: a missão de não apagar ninguém das minhas histórias”, afirmou Clóris.

Ademais, Roberta e João apontaram como as redes sociais trazem visibilidade para a causa da inclusão racial. Nesse viés, os criadores de conteúdo defenderam que essas plataformas oferecem o espaço para que pessoas negras possam se posicionar na mídia, disseminando essa luta de forma mais rápida e obtendo um alcance maior. Porém, os comunicadores apontaram que, mesmo apresentando grande influência digital, ainda sofrem com preconceitos e desigualdades nesse ambiente.

Como uma mulher negra que fala sobre beleza, enfrentei muito preconceito, pois minha profissão foi desvalorizada (…). Hoje, consigo entender que o meu trabalho é um ato político.”, destacou Roberta.

Ao final do evento, os convidados responderam à perguntas do público e ofereceram dicas sobre como ingressar no mercado de trabalho.

Confira os registros fotográficos do evento:

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