Comecei minha carreira como estagiária da Secretaria de Estado da Juventude. Um ano depois realizei um sonho e fiz estágio na Rhodia. Em 2006 conclui o curso de RP na Cásper e minha primeira experiência profissional depois de formada foi na Solví, empresa que atuei durante quatro anos como Analista de Comunicação. Na busca por um novo desafio comecei a trabalhar na Cosan. Quando estava em minha melhor fase profissional ganhei bolsa de estudo integral para fazer mestrado em Estocolmo. Atualmente curso Media Management no KTH – Royal Institute of Technology, universidade reconhecida como uma das melhores da Europa. 

Tendências em comunicação 

A vivência internacional tem sido uma experiência muito rica. O mestrado tem me colocado em contato com tendências de comunicação que vem emergindo e sendo discutidas na era das redes – como vídeo sob demanda (VoD); e-books; e-magazines; apps; conceitos de co-criação, constelação de valor, tecnologias disruptivas, entre outros. 

O programa tem cursos bem variados que vão de liderança no contexto cross-cultural a tecnologias em mídias sociais. Um dos cursos mais interessantes foi O Futuro das Mídias, em que a partir das tendências trazidas por profissionais, os alunos têm que elaborar um produto, que possa ser comercializado em um futuro de 10 a 15 anos. O tema de 2012 foi “revistas” e o grupo que integrei focou no segmento de culinária e jardinagem urbana. Com páginas comestíveis e cultiváveis a Season’s foi elaborada para leitores que desejam o despertar dos sentidos. O projeto foi premiado e como recompensa fomos convidados para a estonteante Nobel NightCap – festa do Prêmio Nobel. 

Um dos maiores desafios do mestrado tem sido a convivência com pessoas do mundo todo, em especial, Alemanha, Camboja, Espanha, Índia, Rússia e Suécia. Eu não imaginava que essa experiência fosse me trazer tanto autoconhecimento e ampliar minha percepção intercultural. Outro ponto de destaque é que em um ambiente tão propício a interatividade, o clima de inovação está por toda parte e é incentivado em especial pela incubadora da Universidade. Grandes empresas como Skype, SoundCloud e Spotify foram criadas por alunos empreendedores do KTH. 

Comunicação e sustentabilidade 

O mundo digital passa uma falsa sensação de sustentabilidade. Dificilmente ao darmos um clique nos questionamos qual a pegada ecológica de um web site, por exemplo. Não pensamos onde está o servidor que armazena e processa os dados e na quantidade de energia que é necessária para manter esses servidores na temperatura adequada. Duas iniciativas do Centre for Sustainable Communications – CESC que eu admiro, e ajudam a explorar o conceito de comunicação sustentável, são o site Greenalytics e o site Carbon.to (onde é possível medir e comparar emissões de CO² de webpages). O próprio site do CESC também tem diversas pesquisas publicadas muito interessantes. 

Uma das maiores tendências que tenho observado nessa área é a análise comparativa de ciclo de vida de produtos (LCA – life cycle assesment). Um exemplo é o uso de revistas impressas versus o uso de revistas digitais. Diversos estudos têm sido feitos para acessar o impacto ambiental da produção, distribuição e consumo de diversas mídias. Outra forte tendência é a elaboração de aplicativos para celular que facilitam a escolha dos consumidores por produtos e um estilo de vida ecologicamente corretos. 

Na minha opinião, cabe a nós, profissionais da área de comunicação, acompanhar essas tendências e analisar de que forma podemos contribuir para que iniciativas verdes possam ser implementadas nas empresas e organizações que atuaremos. É importante lembrar que o discurso não pode ser vazio, a empresa tem que mostrar que de fato pratica o que divulga.

 

Fernanda Curcio Relações Públicas atualmente cursa Media Management no KTH – Royal Institute of Technology ([email protected])