Por Lucas Valença, estagiário do Núcleo de Mídias Digitais.
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem se consolidado como uma ferramenta poderosa em diversas áreas, principalmente na educação. Para os estudantes, a IA pode ser uma aliada importante, desde que utilizada de forma ética e consciente. Este artigo explora maneiras pelas quais a IA pode facilitar o processo de aprendizagem, ajudando os alunos a desenvolverem seus trabalhos de forma mais eficiente.
A revolução da IA na educação traz uma série de possibilidades, mas também levanta questões importantes. Enquanto algumas ferramentas são benéficas para tarefas como pesquisa e organização, o debate sobre o impacto da IA na originalidade dos trabalhos acadêmicos se intensifica. Especialistas dividem-se quanto ao uso ético e eficiente dessas tecnologias.
Camilo Vanucchi, professor da Cásper e Secretário de Cultura de Diadema, observa que:
“Terceirizar o trabalho de criação é a pior coisa que vocês (alunos) deveriam fazer, sobretudo neste momento em que mais deveriam aproveitar as oportunidades de criar, experimentar e treinar. O uso excessivo da IA pode reduzir e comprometer nossa capacidade de invenção, de inovação, de ousar e revolucionar. Estamos correndo o risco de transformar a educação em uma mera repetição do que já foi produzido antes.”
Vanucchi defende que os alunos restrinjam o uso da IA a processos que não envolvam criação, a fim de preservar a autoria dos trabalhos.
Por outro lado, Eduardo Nunomura, Mestre e Doutor em Ciências da Comunicação pela USP e professor da Cásper, destaca o potencial da IA para otimizar tarefas repetitivas, sem comprometer a aprendizagem dos estudantes:
“A inteligência artificial tem potencial para aprimorar o aprendizado de inúmeras formas, inclusive para estudantes de comunicação. No entanto, mais do que recorrer à IA para facilitar o trabalho, o aluno deve se questionar sobre as implicações de seu uso. Proibir o uso de IA, a essa altura, me parece ir contra uma inovação que pode ajudar e muito o trabalho em todas as áreas. Mas, deixar a IA fazer algo que poderíamos estar fazendo melhor, enquanto comunicadores, me parece um caminho para o fracasso.”
Nunomura ressalta que, ao invés de substituir o processo criativo, a IA pode ser usada para melhorar a eficiência na organização de dados e na revisão de textos.
Diante dessas perspectivas, é importante considerar as ferramentas que já estão disponíveis para os estudantes e como elas podem ser utilizadas de forma responsável. Ferramentas como o Google Scholar e o Semantic Scholar são essenciais na busca por fontes acadêmicas, refinando os resultados para oferecer artigos e teses relevantes. O Zotero e o Mendeley auxiliam na organização de referências, simplificando o gerenciamento de fontes e garantindo que os trabalhos acadêmicos sigam as normas. Além disso, Grammarly e ProWritingAid oferecem suporte na revisão de textos, melhorando a gramática e o estilo sem comprometer o conteúdo essencial.
Para estudantes que trabalham com dados, o IBM Watson e o Google Cloud AI ajudam a identificar padrões e interpretar informações, tornando as análises acessíveis. No aprendizado de idiomas, aplicativos como o Duolingo adaptam o ensino às necessidades dos alunos, facilitando também a compreensão de textos em outras línguas.
O relatório da UNESCO sobre Inteligência Artificial na Educação aprofunda a discussão sobre esses desafios, enfatizando a necessidade de uma abordagem ética no uso dessas tecnologias. O relatório destaca que, embora a IA possa melhorar a eficiência em muitas áreas, é crucial que seu uso seja regulamentado e que os alunos sejam orientados a usar essas ferramentas como suporte, e não como um substituto para suas próprias habilidades. A UNESCO também sugere que instituições de ensino desenvolvam políticas claras para guiar o uso da IA, prevenindo práticas que possam comprometer a originalidade e a criatividade dos estudantes.
Os estudantes e educadores devem integrar a inteligência artificial no ambiente acadêmico de forma responsável e ética. Quando utilizada de maneira consciente, a IA pode otimizar tarefas como pesquisa e revisão, permitindo que os estudantes aprimorem suas produções sem comprometer a originalidade. Os estudantes devem enxergar a tecnologia como uma aliada, que facilita o processo de aprendizagem sem substituir o esforço necessário.
No entanto, é fundamental compreender os limites e as responsabilidades envolvidas. Como alerta o professor Camilo, terceirizar a criação para a IA pode comprometer a originalidade e reduzir a habilidade dos alunos de desenvolver suas próprias ideias. Por isso, os estudantes devem incorporar a IA ao cotidiano acadêmico com discernimento, usando-a para potencializar o aprendizado, mas sempre preservando a criatividade e a autoria como elementos centrais de suas produções. . Se você deseja aprofundar seus conhecimentos e se preparar para os desafios do mercado, explore os cursos de graduação da Cásper Líbero, onde a inovação e a formação ética caminham lado a lado.