Love, liebe, grá, amore, ljuba, adoro. Independente em que canto do mundo essa palavra seja dita, seu simbolismo continua único. Falada em uma roda de amigos ou entre um casal apaixonado, sempre que escutamos “te adoro”, o sentimento de união vem à tona. E pensando nesse contexto de catarse, a publicitária gaúcha Pamela Morrison criou a revista J’adore (adoro, em francês), publicação que trata sobre arte, através dos diversos estilos que esta propicia (design, fotografia e arte urbana, por exemplo). “As revistas de arte são sempre focadas em um ou poucos estilos: é só ilustração, ou só fotografia, ou apenas arte urbana. Mas quem gosta de arte, gosta de tudo isso. Então, por que não unir tudo em apenas uma revista?”, fala Pamela, em entrevista concedida.
Um dos pontos que mais chamam atenção é o belo trabalho gráfico aplicado na publicação, que dá espaço a diversos artistas independentes. “O que me fez querer seguir adiante com a ideia é que eu vi na J’adore a minha oportunidade de criar de forma mais livre, em cima de algo que eu acredito e que me motiva. Além disso, poderia ajudar um monte de artistas a mostrar o seu trabalho” explica a publicitária. E a persistência deu certo: utilizando inicialmente os próprios recursos, ela lançou a primeira edição em janeiro do ano passado. E a partir deste momento, a ideia de união nunca foi tão verdadeira.
O bom desempenho da edição possibilitou que Pamela unisse capital junto ao Catarse – portal de financiamento coletivo. Em alguns meses, pessoas que gostaram do projeto e que queriam sua viabilização financiaram parte do capital, que foi integrado ao recurso de anunciantes. “No fim deu tudo certo, alcançamos a meta sem precisar pedir 1 real emprestado. Saber que tive como imprimir a 2ª edição sem precisar investir dinheiro próprio e nem pedir empréstimo é muito bom”, diz Pamela. Há poucos dias, a 2ª edição foi lançada em um coquetel na Casa de Cultura Mário Quintana (Porto Alegre) e contou com presença massiva do público.
E falando em festas, estas se mostraram como uma boa forma de captar recursos, além de uma excelente maneira de divulgar o projeto e unir àqueles que possuem uma paixão em comum: a arte: “Os eventos se mostraram uma ótima alternativa pra custear a revista. Além de proporcionar momentos legais para o público, podemos interagir com ele, trazendo mais ideias”.
Como já foi dito, a revista segue uma dinâmica democrática na exposição dos artistas, onde, por exemplo, o público escolhe aquele que irá produzir a capa em cada edição. Além disso, todos que possuem uma ideia bacana e criativa relacionada ao tema podem mandar seu trabalho, e este tem a chance de ser publicado. Através deste cenário, há uma ampla popularização do tema, além de exercitar uma extensão da produção artística. Para se ter uma ideia, J’adore pode ser obtida gratuitamente em pontos localizados em Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e até mesmo Buenos Aires.
E é assim que J’adore homenageia diversos estilos artísticos e aqueles que querem soltar a imaginação e desenvolver ideias realmente criativas. E de forma democrática. “A ideia é fazer as pessoas criarem, exercitarem a imaginação, se inspirarem e levarem ao ato de criação. E aí é o ponto: a J’adore está convidando a todos que não nos mandem simplesmente trabalhos lindos de arte, e sim, ideias inovadoras”, sintetiza Pamela, que desde a conversa com seu colega de trabalho, Diego Goettems – a quem deve o estalo da ideia – e a grande vontade de diagramar e dar vida a uma revista, persistiu e conseguiu viabilizar o seu projeto. E ao fim desta história, uma mensagem fica: arte, J’adore!
Conheça mais sobre a J’adore e se inspire.