Iniciando a 22ª Semana de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, nesta segunda-feira (29) aconteceu um encontro entre ex-alunos Casperianos mediado pelo professor Carlos Costa. A mesa foi composta pelos convidados Vicente Adorno, Maria Aparecida Damasco, Jacyra Octaviano, Regina Helena Paiva Ramos, Silvio Crespo e Gilson Yoshioka, todos formados em jornalismo pela faculdade. O encontro contou com a participação especial do professor Erasmo de Freitas Nuzzi, formado pela escola que veio a dirigir em diversas oportunidades.
Durante uma conversa descontraída, os convidados contaram suas experiências não apenas profissionais, como também, sobre a época em que fizeram aqui o curso de jornalismo. A história do prof. Erasmo, formado em 1952, encantou a todos. Além de Samuel Wainer, Erasmo foi o único jornalista a conseguir uma entrevista exclusiva com o presidente Getúlio Vargas.
Colega de turma de Erasmo, Regina Helena Paiva Ramos também comentou sobre a profissão na época em que se formou, lembrando o preconceito que as graduadas sofriam nas redações por serem titulares de um diploma.
A segunda rodada da conversa foi voltada para conselhos dos veteranos para os alunos presentes, além de opiniões sobre o mercado de trabalho atualmente e a mudança tecnológica ocorrida na profissão. Por atuarem em diversas áreas, os convidados se mostraram inclinados a opinar sobre as dificuldades que os futuros jornalistas irão enfrentar. Formado em 2008, Silvio Crespo afirmou que o mercado do jornalismo impresso não está favorável, mas destacou dois motivos otimistas em relação à profissão: a credibilidade que os jornais e portais transmitem, o que colabora para o interesse dos anunciantes, e também, a disposição em pagar por informações privilegiadas, como é o caso dos bancos que necessitam de dados econômicos em primeira mão. Um ponto destacado durante a palestra foi o crescimento da comunicação corporativa. Cida Damasco e Jacyra Octaviano concordaram que essa área é muito promissora para os estudantes que se preparam para atuar com o jornalismo.
Outra questão abordada foi sobre a mudança tecnológica que afeta o jornalismo. De acordo com a convidada Cida Damasco, a maneira de exercer a profissão continua a mesma de outros tempos, mudando apenas a plataforma em que o conteúdo é publicado. “Talvez essa mudança esteja abrindo um novo leque de oportunidades para a profissão”, completou com otimismo Jacyra Octaviano.
Com relação à estrutura da faculdade, alguns convidados lembraram que em sua época não existiam laboratórios para as práticas do fazer jornalístico. Regina Helena salientou que durante sua fase de estudante havia apenas um pequeno jornal laboratorial, o nosso conhecido A Imprensa, sem periodicidade, produzido pelos alunos; enquanto hoje a faculdade tem entre seus órgãos laboratoriais as revistas Cásper e Esquinas, o programa de TV Edição Extra, e a Rádio Gazeta AM-Universitária, para um aprendizado mais aprofundado por parte dos alunos.
Dicas muito proveitosas foram dadas aos alunos participantes. Cida Damasco, redatora-chefe da edição impressa e digital do jornal O Estado de S. Paulo, questionada sobre as técnicas de redação e a importância da visão cultural e crítica dos jornalistas, afirmou que “O domínio das técnicas não substitui a visão cultural mas pode ajudar a melhorar a visão de mundo do jornalista”. Além disso, ela acredita ser indispensável para o jornalista de qualquer área saber estruturar seu pensamento, além de uma escrita concisa e clara. Vicente Adorno, formado em 1968, acredita que o conhecimento em línguas abra muitas portas e é necessário para quem deseja ser correspondente internacional. A curiosidade, o interesse em apurar dados e o saber trabalhar em equipe foram as habilidades apontadas por Jacyra Octaviano como essenciais para um jornalista.