Empresas de quaisquer portes estão em busca de entender a nova ordem no que se refere à comunicação. No mesmo rumo está a produção acadêmica que propõe reflexão, pesquisa, estudos e experiências de mercado para reforçar a necessidade de investir em relações e estratégias digitais contemporâneas. Nesse sentido, o livro Comunicação organizacional – Práticas, desafios e perspectivas digitais (Summus Editorial, 240 p., R$ 98,30), organizado por Bianca Marder Dreyer, Carolina Terra e João Francisco Raposo, é um encontro de especialistas nos diversos aspectos da integração proposta pela transformação digital, na esfera corporativa.
Assim, na primeira parte – “Comunicação organizacional: transformações, mudanças e um novo modus operandi” –, Elizabeth Saad aborda a transformação digital, trazendo à tona novos cenários e olhares para a comunicação; Else Lemos fala da comunicação integrada e sua função basilar nos processos comunicativos das organizações; e Diego Wander da Silva e Rudimar Baldissera discutem as estratégias de (in)visibilidade da comunicação organizacional nas ambiências digitais.
A segunda parte – “Comunicação interna contemporânea” – ressalta as mudanças da comunicação com colaboradores em tempos de mídias sociais. Bruno Carramenha apresenta o tema, e Rodolfo Araújo discute as novas fronteiras na comunicação com empregados e como engajá-los nos dias atuais. Já Flávia Apocalypse mostra de que forma a tecnologia transformou a área de comunicação interna das organizações, que a usa como aliada.
A terceira parte – “Públicos, audiências, dados e impactos” – dedica-se a examinar as transformações em conceitos como públicos e audiências e os consequentes efeitos na comunicação organizacional. Daniel Reis Silva trata das plataformas digitais, dos algoritmos e de como tal contexto altera os públicos na sociedade contemporânea; João Francisco Raposo discorre sobre a comunicação organizacional e seus públicos numa dinâmica de dados, midiatização e plataformização das relações; e Margareth Boarini apresenta o big data, suas novas dinâmicas para o comunicador e seus impactos na análise das audiências.
A temática da influência digital e seus impactos na comunicação organizacional é objeto de reflexão da quarta parte do livro. Issaaf Karhawi debate aproximações teóricas e estratégicas para a atuação de tais atores digitais no campo, e Carolina Terra não só discute de que forma as organizações podem se tornar agentes influenciadoras na rede, como também cria um acrônimo da influência digital delas.
Na quinta parte, os temas centrais são o planejamento, a comunicação mercadológica e sua relação com a comunicação organizacional. Daniele Rodrigues traz o passo a passo de uma proposta de estrutura para planejar a comunicação corporativa, e Eric Messa trata da comunicação espontânea e de como as marcas podem vir a ser agentes de sentido na contemporaneidade.
Olhares atuais sobre gestão de crises em tempos de comunicação digital e mídias sociais são o foco da sexta parte. Jones Machado apresenta uma matriz estratégica da comunicação de crise aplicada às organizações; e Rosângela Florczak reflete sobre as mudanças e os avanços nas estratégias comunicacionais das organizações quando ocorrem crises que ameaçam reputações.
Finalizando nossa coletânea, um tema de extrema importância sempre latente na comunicação organizacional: métricas e avaliação. Bianca Dreyer e Issaaf Karhawi explanam o conceito de métrica, além de apresentar proposições teóricas e práticas para lidar com dados, avaliação e indicadores no fazer da comunicação organizacional.
Destinada a profissionais de relações públicas, marketing e publicidade, a coletânea oferece referências fundamentais para a comunicação no que se refere a volatilidade, imediatismo, necessidade de relacionamento e transparência.
Os organizadores:
Bianca Marder Dreyer é graduada em Relações Públicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Tem vasta experiência na realização de projetos de comunicação com diferentes públicos e coordenou trabalhos de escopo social bastante premiados. Mestre pela ECA-USP e doutora em Ciências da Comunicação pela mesma instituição, é professora de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero. Consultora, ministra aulas e palestras em cursos de especialização e de pós-graduação e integra o Grupo de Pesquisa em Comunicação, Jornalismo e Mídias Digitais (COM+). É autora de Relações públicas na contemporaneidade: contexto, modelos e estratégias (Summus, 2017), Teoria e prática de relações públicas – Uma metodologia para diagnosticar, construir e obter resultados com os relacionamentos (Summus, 2021), e de diversos artigos publicados nas mais diferentes mídias.
Carolina Terra é doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECAUSP). Especialista em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela ECAUSP. Graduada em Relações Públicas pela Universidade Estadual Paulista (UnespBauru). Atuou em empresas como Fiat, Vivo, MercadoLivre e Agência Ideal (onde atendeu clientes como Google, McDonald’s, Pepsico, Nike, Avon, Hospital Albert Einstein etc.). Foi gerente de mídias sociais do grupo Nestlé, tendo sido responsável pela estratégia digital da marca Garoto como patrocinadora da Copa do Mundo. É docente na graduação e no mestrado da Faculdade Cásper Líbero e em diversas pós-graduações na ECA-USP. Publicou os livros Marcas Influenciadoras Digitais, Mídias Sociais… e agora? e Blogs corporativos: modismo ou tendência? É editora do blog Rpalavreando.
João Francisco Raposo é especialista em Gestão da Comunicação Digital Integrada, doutorando em Ciências da Comunicação e na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA‑USP). Publicitário formado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), atua como pesquisador do Grupo COM+ da ECA‑USP, e possui mais de quinze anos de experiência em Comunicação Corporativa em agências do Brasil e do exterior.