Bastidores do piloto Epiderme Geek | Foto: Equipe Epiderme Geek

O projeto Epiderme Geek, realizado por professores e alunos de Rádio, TV e Internet proporciona um encontro entre histórias sobre tatuagens e temas geeks. Como um piloto, o Epiderme Geek  busca conter as principais ideias de forma e conteúdo que poderiam resultar em uma proposta de produção seriada audiovisual, seja para a TV ou para a internet.

Escolhas do tema e do formato

O Professor Doutor Marco Antônio Pereira do Vale, responsável pela criação e supervisão do projeto, afirma que a escolha do tema surgiu espontaneamente. “O meu interesse por este universo cultural é por um motivo muito simples: eu sou um geek! A mistura de arte com tecnologia sempre foi irresistível para mim. A ideia de ter também tatuagens como tema veio de uma inquietação minha, ao perceber um comportamento social muito recente: pessoas que escolhem fazer tatuagens de referências da cultura POP, para sempre ligadas à pele de quem se identifica com estes ícones”. Ele ainda acrescenta que a visão de quem tem a tatuagem é muito diferente de quem a vê de fora. Para os tatuados, não são imagens de “produtos culturais descartáveis”, mas parte importante de suas identidades.

Segundo Marco Vale, as tatuagens são elementos fundamentais no projeto, pois há a discussão de interessantes mistérios dessas imagens, tanto pelo lado mais intimo e individual (por meio da história pessoal do dono da tatuagem), como pelo significado daquela imagem para a cultura popular contemporânea. “Os geeks formam um público muito exigente e de uma faixa etária bem mais elástica do que outros segmentos tradicionais do público audiovisual”.

Sobre o fato de se tratar de um projeto piloto, o professor comenta sobre a possibilidade do desdobramento de episódios e da transformação de piloto em série.

Foto: Divulgação

“Um projeto piloto tem que ser não apenas cativante, mas deve mostrar que as ideias nele contidas podem se desdobrar em vários episódios, abordando vários assuntos e personalidades, mas sempre com uma forte identidade de formato. E por esse motivo, já no piloto, “Epiderme Geek” tem a sua vinheta de abertura com várias tatuagens geeks de alunos e ex-alunos de RTVI da Cásper Líbero. A vinheta avisa, ao público, que caso o projeto conquiste sua serialidade de produção, nós poderemos abordar séries de TV como ‘Doctor Who’ ou ‘How I Met your Mother’, filmes como “Estranho Mundo de Jack” ou games como ‘The Legend of Zelda’.”. 

Trilha sonora

O Professor Doutor Ruggero Ruschioni compôs a trilha sonora do projeto piloto. Para ele, a dificuldade na composição de uma trilha surge na comunicação com o diretor e com o público. “A tela branca aceita qualquer imagem, o silêncio qualquer som. As expectativas são as que criam dificuldades”.

Ruggero acredita que o envolvimento de alunos na produção e execução de projetos durante a graduação são muito importantes para que haja aplicação do que se aprende em aula.

Foto: Divulgação

“Há matérias teóricas e necessárias que vocês odeiam. Há matérias práticas que são abordadas como exercícios de repetição técnica. Um projeto como este coloca sua voz em primeiro plano: é o lugar certo onde aplicar a teoria crítica e a técnica na prática.”.

Aprendizados

O projeto busca atingir o público geek, procurando mostrar o quanto esta cultura se reflete no comportamento e na atitude de seus participantes. Os casperianos Felipe Lini e Gustavo Queiroz, 3º e 4º ano de Rádio, TV e Internet, viram, como monitores da produtora experimental do curso – antiga Clact Zoom – o projeto como uma forma de aprimorarem conhecimentos e habilidades.

Ambos os alunos auxiliaram no desenvolvimento do piloto. Felipe ressalta a importância de buscar referências na produção de um projeto audiovisual como o Epiderme Geek.

Foto: Divulgação

“Como aprendizado, para mim em particular, foi a admiração por um cara que até então não conhecia: Stanley Kubrick. Na parte do desenvolvimento, ficou toda a experiência de poder construir um projeto do zero e compartilhar as dificuldades para que se encontrasse uma solução e dessas soluções ter um crescimento pessoal e profissional.”.

Para os dois, o publico do projeto não se restringia somente aos geeks, mas sim a todos que um dia foram impactados com alguma obra audiovisual. Eles ainda afirmam que Epiderme Geek teve a intenção de ser algo “inédito” e para se fazer algo inédito era preciso conhecer tudo aquilo que já tinha sido feito e o que estava se fazendo, então houve muita pesquisa. Fora isso, o projeto contribuiu para o desenvolvimento da habilidade de operação de câmera, criação de planos e enquadramentos. Gustavo ainda comentou sobre como desenvolveu técnicas editoriais ao longo do trabalho:

Foto: Divulgação

“O projeto me aperfeiçoou em várias partes do processo de edição e organização. O material bruto do epiderme possuía duas horas, meu maior trabalho foi comprimir o programa em 15 minutos. Foi um grande desafio para um novo editor trabalhar com tanto material, usando múltiplas câmeras e enquadramentos.”.

Confira algumas fotos dos trechos e dos bastidores do projeto piloto Epiderme Geek (Imagens: Equipe Epiderme Geek):