Hoje em dia a informação está ao alcance das mãos. O tempo todo recebemos notícias pelo celular ou abrindo as redes sociais. Com tanta quantidade, tornou-se ainda mais difícil distinguir o que é verdade e o que não é. Atualmente, estima-se que 62% dos brasileiros não sabe discernir se uma informação é verídica ou não. Todo este contexto foi intensificado pela pandemia: de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford, as fake news cresceram em média 900% em 2020, principalmente devido à desinformação em torno do novo coronavírus.
Por isso, diversos profissionais da comunicação e pesquisadores da área têm criado iniciativas com o objetivo de checar matérias e combater as informações falsas. Uma delas é a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), criada pela pesquisadora Ana Regina Rego, da Universidade Federal do Piauí, e presidenta da Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Ciências da Comunicação – SOCICOM.
A RCND reúne jornalistas, pesquisadores, projetos, agências, coletivos, movimentos sociais, revistas, instituições e participantes independentes. Entre os participantes, estão os integrantes do Grupo de Pesquisa Emancipa-Jor, coordenado pela professora do mestrado da Faculdade Cásper Líbero, Marli dos Santos.
Criado em 2018, o grupo reúne pessoas interessadas em refletir e pensar as práticas jornalísticas além de buscar modelos de emancipação social por meio da cultura tecnológica. De acordo com Matheus Cestari, ex-aluno de mestrado da Cásper, o Emancipa-Jor tem um papel um pouco diferente dentro da RNCD:
“Os outros participantes costumam ser de fact-checking (termo em inglês que significa verificar a veracidade das notícias em circulação). Já a gente quer oferecer uma saída através de iniciativas de letramento midiático”.
De forma resumida, o letramento midiático consiste na ideia de preparar a pessoa que recebe notícias com o objetivo de ensiná-la a identificar se o conteúdo é enganoso ou verídico. Isso acontece de diversas formas, seja por meio de cursos, produção de materiais e dentre outras estratégias.
Por ser um trabalho conjunto e que conta com a atuação de diversos profissionais, a RNCD consegue atingir um nível muito alto de qualidade. Isso porque, várias pessoas estão atuando em diversas frentes para combater a desinformação. A professora Marli dos Santos, coordenadora do Emancipa-Jor, salienta a importância desse tipo de trabalho:
“É importante unirmos forças para aprimorar o conhecimento sobre o tema, desenvolver práticas interessantes a fim de atingir uma maior autonomia das pessoas no reconhecimento de informações de qualidade”.
Confira aqui a palestra de lançamento da RNCD e saiba mais sobre a iniciativa.