INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O PROCESSO SELETIVO 2024.2 Fechar

Beatriz Albarez de Assunção, estudante de Têxtil e Moda da Universidade de São Paulo (USP), contou como foi a experiência que viveu durante o programa International College Program, promovido pela agência Student Travel Bureau (STB), destinado a universitários do mundo inteiro. Por meio dele, foi trabalhar no complexo Disney World, em Orlando. A jovem de 19 anos ficou de dezembro de 2012 até fevereiro de 2013 e realizava a tarefa de custodial, cinco vezes por semana, no hotel Pop Century. Relembra tal fase de sua vida com constante brilho nos olhos e animação perceptível até para os que não a conhecem muito bem.

Durante a estada, morou em um local destinado exclusivamente para os participantes do programa, proporcionando à garota o contato com diferentes culturas. Eram quatro condomínios, nos quais pessoas do mundo inteiro conviviam juntas. A campineira ria toda vez que se lembrava de alguma situação marcante. “Super voltaria”, concluiu quando a questionei se viveria a experiência mais uma vez.

Como você conheceu o programa?
Minha amiga tentou participar quando estava na faculdade e eu ainda no ensino médio. Ela não conseguiu e acabou fazendo outro programa de Work and Travel pela STB. Eu passei na faculdade, e ela falou: “Ah, Bia, lembra o programa da Disney que eu tentei? Vamos tentar este ano? “. Eu peguei e fui com ela. Por meio dela que eu fiquei sabendo do programa.

Qual foi sua maior motivação para participar dele?
Eu queria ir para viajar, porque eu gosto e também para conhecer a Disney, que eu sempre quis. Para ter uma experiência profissional, também, porque eu nunca trabalhei, além disso. Foi minha primeira experiência profissional, desde sempre. Foi muito bom me desligar um pouco financeiramente dos meus pais. Foi bem legal.

Como funciona o processo seletivo?
Você se inscreve no site, faz um pré-cadastro. A agência faz uma palestra em São Paulo, no Rio, Belo Horizonte, nas principais capitais. Eles falam um pouco sobre a Disney, como funciona o programa, explicam tudo certinho e nesse dia eles distribuem uma senha para você fazer a entrevista com o pessoal da STB mesmo. Ela é em inglês, tem que levar seu currículo, uma carta de apresentação e eles vão selecionar as pessoas para a próxima fase. Essa segunda fase acontece com o próprio pessoal da Disney. Eles vivem viajando para recrutar as pessoas do mundo todo para trabalhar lá, para ter diversidade cultural.

Qual era sua função durante o trabalho?
Eu trabalhava como custodial, tipo auxiliar de limpeza, no hotel Pop Century. A gente era responsável por manter a organização, porque o trabalho pesado era feito por uma empresa terceirizada, durante a noite, que estava mais vazio. Nós cuidávamos de banheiros, do lobby do hotel, da área externa, como piscina, banheiros lá de fora, as pequenas ruas onde as pessoas passavam. Era bem básico. Cada dia a gente tinha uma função diferente. Podia fazer as piscinas ou o lobby, dependendo da escala da semana.

Você escolheu a função que exerceria na Disney ou foi escolhida para ela?
Eles pedem para você fazer um ranking com as três roles que você gostaria de trabalhar. A gente chama a função assim. Eles dão a listinha e, claro, explicam antes o que faz em cada uma e você escolhe. Eu escolhi custodial como primeira opção, merchandising como segunda opção, que era trabalhar em lojas, e costuming, para trabalhar na parte de uniformes, como terceira. Muita gente não é escolhida para a primeira opção, porque tem umas que tem mais vagas que outras. Também tinham as opções quick service (fast food em geral), full service (restaurante a la carte), housekeeper (camareira), life guards (salva- vidas), trabalhar nos hotéis e parques aquáticos, character (os personagens).

Existe uma quantidade máxima de vezes que você pode participar do programa?
Sim. Antes você podia ir duas vezes para Orlando, só. Se você quisesse, poderia tentar ir para a Disney da Califórnia depois. Este ano as regras mudaram. Quem já foi pra Orlando, não pode mais voltar para lá, só pode tentar ir para a Califórnia.

O que você acha que valeu mais a pena ao participar do International College Program?
Eu acho que foram as pessoas. Eu conheci muita gente muito legal e, não sei, conhecer um lugar diferente, como a Disney. Todo mundo quer ir para lá brincar. Acho que foi isso. Amizade e conhecer o lugar.

Essa experiência teve algum ponto negativo?
Eu não sei. É difícil pensar, porque às vezes a gente fica chateada com algumas coisas, mas depois você pensa que é tão pequeno que nem vale a pena. No começo eu fiquei meio triste porque eu estava meio sozinha. Até você se acostumar, em um outro país com gente totalmente diferente, não conhecendo ninguém, dá um desespero. Durante as primeiras semanas eu fiquei meio na minha, tentando me adaptar, mas depois que eu comecei a trabalhar mesmo, o negócio fluiu.

Você poderia me contar alguma situação engraçada que viveu lá?
Em relação à língua, um dia um menininho estava conversando comigo, dizendo que ele gostava do Brasil. Só que tinham coisas que eu não sabia falar, tipo hino nacional. Ele falou para mim que sabia cantar o hino do Brasil, mas eu não entendi. Achei que era uma música de uma banda que ele conhecia. Eu falei que não conhecia. Eu vi que eles me olharam meio estranho, mas sei lá. Depois quando eu fui pesquisar, percebi que falei pro menino que não conhecia o hino do meu país. Que vergonha! Eu fiquei procurando ele um tempão no hotel de novo, para me desculpar e falar que eu não tinha entendido, mas eu não achei. Então ficou por isso mesmo.