INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VESTIBULAR DE VERÃO 2025 Fechar
Crédito: Ingrid Matuoka

Crédito: Ingrid Matuoka

Ao passar na frente da Coordenadoria de Cultura Geral, no 5º andar, o transeunte pode observar, no canto esquerdo da sala, escondida atrás da tela de seu computador, uma professora digitando. O cabelo é loiro e curto, os olhos são castanhos claros, o sorriso e a constante boa vontade, evidentes. Assim é a nova coordenadora de Cultura Geral, a também professora de Língua Portuguesa e Estudos de Gêneros Textuais para os cursos de Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas, Sonia Breitenwieser Alves dos Santos Castino.

Sonia iniciou sua vida acadêmica na USP, onde se graduou em Letras, com currículo duplo Língua Portuguesa e Germanística. Apesar do sobrenome alemão, advindo de seu avô, ela afirma que nada sabia da língua germânica antes de iniciar o curso na USP. No mesmo ano que completou sua graduação, 1979, Sonia fez uma especialização em tradução, Português-Alemão, área na qual atuou por algum tempo.

Mesmo afirmando, naquela época, que nunca seria professora, a formação linguística de Sonia logo a levou a trabalhar em escolas de línguas, nas quais ministrou aulas de alemão e de português para estrangeiros. E foi a partir dessa convivência em salas de aulas, Sonia encontrou o tema de seu mestrado, realizado entre 1991 e 1996, novamente na USP: Signos verbais e não verbais no ensino de línguas. Ela reparava que seus alunos se angustiavam ao começar o curso de alemão e não conseguirem, de imediato, formar frases ou se comunicar. Dessa forma, ela focou, nas duas áreas de atuação – pesquisa e docência -, nos contrapontos da linguagem verbal, formal, escrita e falada, e a linguagem não verbal, como cartazes, gestos, mímicas e desenhos.

Enquanto obtinha seu título de mestre, há 17 anos, Sonia se tornou professora da Faculdade Cásper Líbero. Para ela, lecionar numa faculdade de comunicação é algo importantíssimo, porque Sonia vê na comunicação uma ponte que se estabelece entre duas individualidades, algo que a interessa como linguista, tradutora e docente. Além disso, o que ela adora na Cásper é a boa preparação dos alunos ingressantes e como as pessoas se conhecem e dialogam, sempre abertos a um bate-papo.

Após cinco anos lecionando no Ensino Superior, a professora deu mais um passo acadêmico, o Doutorado. Realizado entre 2002 e 2006, em mais um retorno à Universidade de São Paulo, seu tema da tese de Sonia foi a poesia, na figura do mineiro, Affonso Romano Sant’Anna. Poesia também é o que não falta nas aulas da professora – Sonia utiliza, além do próprio, Affonso Romano, textos de Cecilia Meirelles, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto, pois acredita que esse material é de fácil comunicação com a sensibilidade aos jovens.

Além da vida Casperiana, Sonia é uma grande apaixonada por viagens e livros. Aos 23 anos, ela fez um intercâmbio de cinco meses para a cidade de Gottingen, na Alemanha. Ali, despertou para costumes e singularidades culturais alemães, como a questão da amizade. Ela contou que “Quando o alemão te convida para ir à casa dele, ele abre também as portas de seu coração, como um amigo. Muito diferente do brasileiro que sempre diz ‘Passa lá em casa’, mas nunca marca uma data, nem diz o endereço”. Afora a Alemanha, uma de suas cidades preferidas é Paris e ela diz que poderia visitá-la sempre.

Quanto aos livros, Sonia os ama desde que se conhece por gente. Quando pequena, lia de gibis a enciclopédias e gostava de procurar palavras no dicionário. A faculdade de Letras apenas amplificou seu gosto pela leitura, sobretudo a dramaturgia alemã de Bertold Brecht em “A Santa Joana dos Matadouros” e “Mãe Coragem” e de Goethe em “Fausto 0”.

Sonia Castino exala uma calma natural, conversa olhando nos olhos, dá respostas comedidas e é incrivelmente prestativa, não apenas com a entrevistadora, mas com todos que nos poucos minutos de conversa que tivemos passaram na Coordenadoria de Cultura Geral. Sempre penso, assim como a Sonia, que o que torna a Cásper Líbero tão única, não é o endereço privilegiado, nem o busto do fundador na entrada do 5º andar, são as pessoas. Pessoas como Sonia Breitenwieser Castino que amam estudar, se comunicar, ensinar, ajudar outras pessoas e acima de tudo, amam o que fazem.