“Um dia, Bob Wolfenson, que é meu amigo desde o ginásio, disse que eu tinha características de jornalista. Acreditei naquela besteira e fui atrás”, é assim que se inicia a fala de Rodolpho Gamberini, profissional com mais de 40 anos de carreira. Ele é o novo âncora da edição das 19h do Jornal da Gazeta, ao lado de Stella Gontijo.
Gamberini começou no jornal Folha de S. Paulo e, na Rede Globo, fez parte da primeira geração de repórteres a aparecer nas matérias. Na TV Cultura, lançou o programa de debates Roda Viva, e foi correspondente internacional, diretor de jornalismo e âncora em várias outras emissoras.
O experiente jornalista é Casperiano, formado em 1977. Tudo começou quando, pela primeira vez, entrou em uma redação e se apaixonou pelo ambiente. “Era barulhento, de muita conversa, de telefones tocando sem parar, com uma equipe muito maior do que as de atualmente. Hoje as redações são muito silenciosas, parece que as pessoas conversam pouco e que cada um está caminhando em uma direção”.
Durante a graduação na Cásper Líbero, Rodolpho afirmou ter encontrado grandes professores que ensinaram a ele muito além das técnicas de redação, característica que julga indispensável a um tutor de jovens aprendizes: “um professor de jornalismo tem que ser bom de filosofia, entender da vida, de comportamento, ética e moral; deve ensinar os alunos a ver o mundo como bons jornalistas”.
Retornar à Cásper é bastante estimulante para o jornalista de 61 anos, principalmente pelo contato com muitos novatos. “Gosto de conviver com jovens, de conviver com gente diferente. Sempre aprendemos quando tem gente diferente por perto”.
Como âncora, Gamberini tem a preocupação em dar a melhor informação do melhor jeito possível ao espectador. Para ele a opinião do âncora não interessa e seu dever é dar informações adicionais aos da notícia, de forma a complementar aquilo que foi veiculado, deixando ao telespectador a tarefa de interpretar os fatos.
Como exemplo cita um caso recente, em que, após a exibição de notícia sobre o caso de um policial que matou dois negros, ele menciona dados da Anistia Internacional que apontam que 75% das mortes provocadas pela Polícia Militar Paulista são de negros e pobres.
Lá nos anos 70, Bob Wolfenson viu um jovem Gamberini extrovertido, contestador, interessado, e disse que seria um bom jornalista. Hoje, Wolfenson acredita que ele continua igual, firme, e deixa um recado: “Rod, nem sabia que aquele meu conselho ia te levar tão longe”.
Saiba mais sobre o novo âncora do Jornal da Gazeta em entrevista realizada pelo apresentador Ronnie Von, no programa Todo Seu, da TV Gazeta.