A uma estação da sede da Conferência do Clima (COP23), iniciada na segunda-feira, 6, em Bonn, Alemanha, ativistas anti-globalização e ambientalistas se concentraram neste sábado (11), embaixo de chuva, para reivindicar ações mais efetivas dos governos com os compromissos previstos no Acordo de Paris.
O protesto, convocado pelo grupo No Climate Change (Nenhuma Mudança Climática, na tradução livre) e apoiado por 20 movimentos sociais, entre eles o anti-globalização Attak, coincidiu com o início do Carnaval em Colônia, cidade vizinha.
A polícia local estimava a participação de 3 mil pessoas na manifestação, que partiu do centro de Bonn para a sede da COP23, mas a chuva e a concorrência com o Carnaval reduziram o público do protesto para cerca de 2 mil pessoas, segundo os organizadores.
Embora reconheçam a importância da Conferência do Clima, sobretudo para a conscientização da população, organizações de diversos países representadas no protesto pediram ações mais imediatas por parte dos governos e do setor privado. Elas argumentam que os discursos sobre os problemas ambientais têm retardado a implementação das medidas necessárias para conter o aumento da temperatura global.
Os participantes, na sua maioria ativistas sem vínculos com governos, estão reunidos desde quarta-feira para discutir a validade e a eficiência das plataformas políticas que se dizem comprometidas com o pacto climático.
O trabalhador manual Hubert Bauer, ambientalista e um dos integrantes do comitê de coordenação do evento, disse não ser contra a conferência ou governos que promovem eventos como esse, mas ressaltou sua preocupação com o excesso de promessas e discursos sobre a mitigação das mudanças climáticas e, por outro lado, têm adiado as atitudes esperadas para que isso aconteça. Para Bauer, as metas estão muito distantes e não são, necessariamente, concretas.
Participantes da COP23 também estavam presentes no protesto. Ibrahima Sory Youla, da República da Guiné, na África Ocidental, fez duras críticas aos modelos adotados na conferência. Para Sory Youla, embora as conferências do clima tenham integrado diversos países, até agora nenhuma solução efetiva foi apresentada. “Precisamos ser ambiciosos, mas também realistas, pois o mundo precisa de atitudes agora”.
“O engajamento jovem é o futuro, nós ensinamos as pessoas a sair da comunidade em que vivem para construir resiliência. Essa manifestação é muito importante para informar os cidadãos sobre a crise climática. É um assunto que afeta o mundo inteiro. Precisamos trabalhar juntos, países desenvolvidos e subdesenvolvidos”, completou o guineano voluntário na ONU.