Por: Guilherme Augusto Nunes – Aluno de Jornalismo

No contexto de transformações na forma de consumo de eventos esportivos, a Faculdade Cásper Líbero reuniu, em evento especial, três dos principais diretores de transmissão da TV aberta para debater o impacto das novas plataformas digitais e o futuro das transmissões esportivas. O encontro foi mediado pelo Prof. Thiago Soares.

“Hoje, a página mais visitada no site do GE é ‘onde assistir o meu time'”, afirmou George Guilherme, diretor de Transmissões Esportivas e Gestão de Elenco do Esporte, destacando o interesse crescente dos torcedores em saber onde acompanhar os jogos.

Entre os temas abordados, as diferenças entre os formatos digitais e tradicionais foram centrais. Tiago Galassi, diretor esportivo do SBT, afirmou que a TV aberta mantém sua relevância: “Uma pesquisa da Kantar Ibope mostra que 75% das pessoas ainda preferem assistir um produto pela TV aberta”, disse Galassi, sustentando que a televisão tradicional tem um público sólido e cativo, mesmo com o avanço do streaming. “A TV aberta continuará soberana por muito tempo”

Michel Cury, chefe de esportes da Record, acrescentou que a TV aberta e as plataformas digitais atraem públicos distintos, mas complementares: “A TV é mais rígida, não dá pra estourar o tempo, enquanto o digital é mais flexível, dialogando com um público jovem que prefere menos formalidade.” Cury destacou que o caráter acessível da TV aberta garante espaço para que continue impactando uma audiência ampla.

O debate também trouxe à tona o desafio que o consumidor enfrenta com a dispersão dos direitos de transmissão. George Guilherme, diretor de transmissões da TV Globo, descreveu a divisão de jogos entre diferentes plataformas como uma evolução “natural e inevitável”, mas reconheceu que a fragmentação pode frustrar o público: “É muito difícil um veículo bancar tudo sozinho, por isso as transmissões são divididas”, explicou.

A tendência de segmentação foi criticada por George, que expressou preocupação com o custo para os consumidores: “A conta não fecha sem monetizar, mas isso faz com que o público pague mais para ter o que antes era centralizado.” Com a divisão do Campeonato Brasileiro Série A de 2025 entre Globo, Record, Cazé TV e YouTube, o diretor da Globo vê potencial para aperfeiçoar o modelo, afirmando que “o desafio é melhorar isso para o consumidor, mas estamos no caminho certo.”