Uma grande rede de comércio varejista anunciou um programa de trainee exclusivamente para candidatos negros, ação que nas redes sociais deu o que falar. Comentários como “É racismo que chama” e “Imagine o sentimento da pessoa sabendo que foi contratada pela cor da pele” foram alguns dos posicionamentos contrários à ação. O programa que formará as futuras lideranças da empresa visa aumentar a quantidade de negros em cargos de gestão, visto que, hoje, dos 53% de funcionários negros e pardos apenas 16% ocupam cargos de chefia.

Entretanto, parece haver uma contradição na iniciativa: se, por um lado, a empresa visa reparar anos de discriminação e segregação racial no Brasil, contribuindo para aumentar a inclusão social; por outro, por que não incentivar o crescimento dos trabalhadores negros e pardos que já fazem parte do quadro de funcionários, oferecendo-lhes cursos, treinamentos e programas de reciclagem que os promovam a cargos de liderança? A ideia de atrair novos trainees negros soa mais como uma jogada de marketing para promover o nome da empresa.