Na noite da terça-feira, 13 de agosto, o professor e comunicólogo Dov Shinar esteve na Faculdade Cásper Líbero ministrando a aula magna Treinamento de jornalistas para cobertura de conflitos, organizada pela Pós-Graduação em parceira com a Graduação em Jornalismo.
A aula contou com a mediação do Prof. Dr. Dimas A. Künsch, coordenador da Pós-Graduação, e com os comentários do Prof. Dr. Carlos Costa, Coordenador do curso de Jornalismo, e Prof. Dr. Roberto Chiachiri, docente do Mestrado.
Referência internacional no incentivo à cobertura de conflitos armados por meio do Jornalismo de Paz, Shinar, que já participou de outros eventos na Cásper (o último em 2009), fez questão de esclarecer que sua presença na aula magna não continha vínculo com nenhum órgão oficial: “Sou um acadêmico que falo o que penso que é direito, sendo crítico do presente governo de Israel e de outros governos de direita no país.”.
Doutor em comunicação pela Universidade Hebraica de Jerusalém, o paulistano Shinar vive em Israel desde 1950, onde atuou como jornalista e integrou a equipe que estabeleceu a televisão. Atualmente, é catedrático de Comunicação e Diretor do Centro de Investigação de Guerra e Paz no Netanya Academic College israelense.
Professor emérito das universidades Ben Gurion (Israel) e Concordia (Canadá), Shinar fundou e dirigiu a Escola de Comunicação do College of Management, em Tel Aviv. Seus alunos – e demais interessados – podem ouvi-lo em hebraico, português, inglês, espanhol e francês.
Nesse retorno à Cásper, Shivar disse ter uma visão mais crítica da prática jornalística que defende. “Existe uma moda de jornalismo de paz que é muito difícil de definir, que não tem uma base teórica, uma base ideológica”, afirma o pesquisador, cujos focos de estudo são identidade coletiva, comunicação internacional, mídia na guerra e na paz, mídia e desenvolvimento e mídia comunitária.
Para ele, o treinamento daqueles que exercem funções no âmbito do Jornalismo deve primar pelo uso de preceitos básicos da profissão tais quais o controle de boatos, a verificação de fatos e validade das fontes, a redução de preconceitos e estereótipos e, sobretudo, a apresentação dos lados existentes em um conflito. “Jornalismo de Paz não é ideologia, mas um arsenal [de técnicas alternativas] que pode melhorar a cobertura dos acontecimentos.”