Bruno Chiarioni é aluno do Programa de
Mestrado
Bruno Chiarioni, editor-executivo do Conexão Repórter do SBT, fascinou-se pelo programa ‘Profissão Repórter’, exibido pela Rede Globo, assim que o assistiu pela primeira vez, em 2006 – quando esse ainda integrava a equipe de produção do Fantástico. “Nesta época, o ‘profissão’ ainda era um quadro semanal, às vezes até quinzenal, mas fiquei encantado pela forma como o jornalismo era conduzido ali”, conta Bruno. O encantamento levou o jornalista a adotar a atração como tema para sua dissertação de mestrado, que concluiu em 2012 na Faculdade Cásper Líbero.
“No mestrado, você abraça um projeto por dois anos, e isso pode levar a uma relação de amor ou de ódio. Por isso é muito importante gostar do objeto de pesquisa”, explica ele. “No meu caso, eu gosto muito do ‘Profissão’ porque ele mostra as múltiplas vozes de uma mesma matéria e as suas condições de produção. Isso é legal porque muitas vezes nós fazemos uma reportagem, mas a melhor parte não está nela em si, e sim na forma com que ela é obtida”.
A indicação da dissertação produzida por Bruno ao Prêmio Compós de Teses e Dissertações 2013 se deu por meio do Colegiado do Programa de Pós-Graduação, após análise do material, debate e votação envolvendo todos os professores. “Fiquei feliz com a indicação porque se trata de um trabalho que contou com 90% de dedicação e 10% de sorte. Na TV Globo, eu estava no mesmo ambiente do ‘Profissão Repórter’ e, no mestrado, tive a chance de conhecer autores, disciplinas, pessoas e pensadores que conseguiram me esclarecer várias dúvidas e me ajudar”, declara o jornalista.
O professor Dimas Antonio Künsch, doutor em Ciências da Comunicação e mestre em Integração da América Latina pela USP, é o coordenador da pós-graduação da Cásper Líbero e foi o orientador do trabalhado em questão. “Durante o processo, tive várias discussões – não literalmente, mas mais no sentido poético da palavra – porque eu insistia na ideia de ir além, de trabalhar em um projeto mais diferenciado”, revela Bruno.
De acordo com ele, a dissertação de mestrado não deve ser apenas uma revisão da literatura, como um diálogo entre autores, mas sim o desenvolvimento de algo autoral e mais pessoal. Seu objetivo inicial com a dissertação era estudar o ‘Profissão Repórter’ por meio de suas formas de narrativa. Mais tarde, ele passou a explorar também os efeitos que a participação no programa exerce sobre os repórteres envolvidos. “Queria saber como os profissionais que participam do programa – e são todos recém-formados em jornalismo – saem dessa experiência”.
A partir dessa premissa, Bruno faz uso das ideias de um pesquisador espanhol para estabelecer sua própria teoria da reportagem, a do sublime olhar. “Não basta ser repórter ou apurador; por trás disso existe um processo complexo, que são as referências pessoais e memórias de cada um, que influenciam nesse trabalho do jornalista. Quero levar isso adiante nos meus estudos, mas já começo a deixar plantada essa teoria do ‘sublime olhar’”.
