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A Profa. Dra. Sandra Lúcia Goulart, o Pai de Santo e sociólogo Delton Crispin e a Profa. Dra. Francirosy Barbosa | Crédito: Yuri Andreoli

O segundo dia da 1ª Semana de Debates Raça, Resistência e Identidades contou com a presença de Delton Crispin, Pai de Santo e sociólogo, da Profa. Dra. Francirosy Barbosa, antropóloga da USP de Ribeirão Preto, e da Profa. Dra. Sandra Lúcia Goulart, da Faculdade Cásper Líbero, que atuou como mediadora do diálogo.

Depois da exibição do documentário “EXU – além do bem e do mal”, Francirosy Barbosa assumiu a palavra e compartilhou seu conhecimento construído em 18 anos de pesquisa na área de religiosidade: “Não existe desigualdade, existe a diferença”. Com um toque de feminismo e uma grande base antropológica, a convidada questionou as motivações por trás da tolerância e intolerância das crenças, e o projeto de lei que propõe a criminalização nos casos de discriminação de roupas e adereços religiosos. Apresentou ainda parte de um documentário que está produzindo a respeito da presença de elementos islâmicos no candomblé praticado no Brasil, especialmente no caso dos negros de origem malê, que vieram para nosso país como escravos entre os séculos XVI e XIX.

Em relação à proteção do cidadão, Delton Crispin deu uma verdadeira aula e levantou diversas questões muito interessantes: “Deveria haver limites tanto para a fé, quanto para a antítese da fé”. Ele ressaltou também algumas divergências entre o Candomblé e a Umbanda e a importância de Exu para ambas. O sociólogo, além de afirmar a existência do preconceito gerado pela falta de conhecimento a respeito das religiões afro-brasileiras, ainda utilizou do seu próprio exemplo, narrando, com humor e sabedoria, histórias verídicas da sua trajetória como Pai de Santo.

As palavras da Profa. Francirosy Barbosa marcaram o fim da mesa e o início de novos caminhos a serem percorridos por quem tomou conhecimento de relevantes práticas de tolerância entre os membros das diferentes religiões. “Não devemos esperar do Estado uma posição laica, se nós não nos esforçamos para tê-la”, concluiu a antropóloga.