50 Anos de Sociedade do Espetáculo: o que pode a cultura?
Em seu texto de apresentação/advertência da edição francesa de 1992 do livro A Sociedade do Espetáculo, Guy Debord faz um breve relato sobre a trajetória do livro, publicado pela primeira vez em novembro de 1967 e nos lembra que a obra se tornou conhecida em decorrência dos acontecimentos de 1968. Considera que “uma teoria crítica não se altera, pelo menos enquanto não forem destruídas as condições gerais do longo período histórico que ela foi a primeira a definir com precisão” e prova que, embora uma série de acontecimentos tenham estimulado algumas correções e observações, como a produção do texto Comentários sobre a Sociedade do Espetáculo em 1988, sua teoria se confirma sob diversas formas, como por exemplo as transformações econômicas, políticas e o claro poder da mídia como técnica espetacular. No Brasil, o livro foi publicado em 1997 pela editora Contraponto e, desde então, influencia pesquisas de diversas áreas do conhecimento, incluindo os estudos da comunicação.
Em comemoração aos 50 anos do livro, base dos estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Comunicação e Sociedade do Espetáculo, do Programa de Mestrado da Cásper Líbero, a quarta edição do Seminário Comunicação, Cultura e Sociedade do Espetáculo contará com trabalhos que discutem a relevância e a atualidade da obra de Debord, além de refletirem sobre a presença da indústria cultural na sociedade contemporânea e sobre produções culturais e práticas comunicacionais que procuram caminhos alternativos.
Confira a programação:
Noite:
Moderador: Cláudio Novaes Pinto Coelho – Coordenador do Grupo de Pesquisa Comunicação e sociedade do Espetáculo
Crítica audiovisual e cultura contemporânea: visibilidades encenadas
Rosana de Lima Soares
Quem te Viu, quem te Vê: as comemorações decimais de 1968 pelo Estadão
Maria Ribeiro do Valle
A cultura e a ecologia da comunicação. Em memória dos 19 mortos na Chacina de Osasco e Barueri
José Eugênio de Oliveira Menezes
Cultura da Imagem e inserção social
Antônio Roberto Chiachiri Filho
Tarde:
Mediação – Emerson Ike Coan
Guy Debord e a Crítica da Sociedade do Espetáculo
Cláudio Novaes Pinto Coelho
O espetáculo como expropriação da linguagem comunicativa
Erick Quintas Corrêa
Cidade, espaço e musealização: uma reflexão sobre a 31ª e 32ª Bienal de São Paulo
Márcia Eliane Rosa
A memetização do Jornalismo Esportivo
Marcelo Bechara Frange
Comunicação e sociedade do espetáculo – a gênese de um campo científico
Mara Rovida
Noite:
Mediação – Mara Rovida
100% Feminista: O feminismo negro e a cultura na Sociedade do Espetáculo
Vivyane Garbelini Cardoso
“O que foi feito de(V)era”. O Clube da Esquina na perspectiva da crítica do espetáculo e da cultura
Emerson Ike Coan
André Rieu e a Espetacularização da Música Clássica
Fernando Gonzalez
Música Sertaneja, Sociedade do espetáculo e Tribos Musicais Urbanas
Marlise Borges
Tarde:
Mediação – Ethel Pereira
A água no contexto da cultura mercadológica espetacular
Telma Mondoni
A estrutura e a conjuntura no tempo histórico de Debord
Tathiana Senne Chicarino
As experiências humanas enquanto mercadorias
Jhonathan W. S. Pino
A Saga Star Wars como Produto Midiático: O Consumo como Experiência
Homero Odisseus Massuto
O formato televisivo dos “reality-shows” e a questão da indústria cultural
Marcelo Kaoru Takahashi
Noite:
Mediação – Tathiana Chicarino
Terrorismo Moderno: Quando lobos solitários viram influenciadores digitais
Letícia Quatel e Victor Varcelly
Muito além de Black Mirror: alienação e fábula na sociedade do espetáculo
Alex Hilsenbeck
Resistência, memória e teatro – reflexões sobre os 50 anos do Teatro Popular União e Olho Vivo
Mei Hua Soares
Arte Indígena na Sociedade Contemporânea – novas experiências dos Kaxinawá do Brasil
Sandra Lucia Goulart
Manhã:
Mediação – Telma Mondoni
Guy Debord e o espaço urbano: o direito a cidade e a cidade como direito
Fábio Del Nero
Entre o verbo e a verba: dilemas da cultura na cidade de São Paulo
Ethel Shiraishi Pereira
O teatro de cultura popular e a comunicação: a trajetória da Companhia da Tribo
Giulia Garcia
O consumo na cultura pop: a retroalimentação dos produtos nerds
Gabriela Colicigno
Tarde:
Mediação – Cláudio Coelho
Kéfera Buchmann: do anonimato a uma influenciadora digital
Mariane de Pinho Reghin
Pixador, Grafiteiro, Muralista: a espetacularização da ocupação do espaço urbano
Beatriz Jacinto
Arte crítica: é possível fugir da lógica espetacular?
Antonio Luiz Gonçalves Jr.
A Invenção Cultural e o Poder Espetacular
Fábio Cardoso Marques