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Edição nº 1 – 2014

Legenda: Coral da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo se apresenta no Jornal da Record News Crédito: Clébio Cavagnolle

Coral da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo se apresenta no Jornal da Record News
Crédito: Clébio Cavagnolle

Misturar jornalismo e música não é nada de outro mundo. Existem muitos programas musicais e informativos, em especial no gênero entretenimento. Mas, e música ao vivo, dentro de um telejornal? Parece impossível, mas não é. A fórmula nasceu há três anos dentro do Jornal da Record News, apresentado por Heródoto Barbeiro no canal de notícias do Grupo Record. E segue no ineditismo até hoje. Nenhuma outra emissora ousou tanto. Barbeiro se gaba não apenas de ter sido o pioneiro, como também de fazer isso em duas plataformas: televisão e internet, já que o jornal que comanda é exibido simultaneamente também pelo portal R7, braço forte da Record na internet. O projeto chamado “Musical JR News”, abre um bloco de meia hora com música antes do início do jornal, dentro do site. Para a TV, a apresentação ocorre no fechamento do informativo, por volta de 22h, de segunda a sexta-feira.

A visão do criador do projeto é clara: interatividade e cultura para quem assiste ao jornal. “É uma contribuição para a cultura, primeiro porque divulga em duas plataformas, ou seja, os artistas colocam no youtube e isso divulga. Fiz um cálculo, são 15 artistas por semana, veja que quantidade! Abrimos uma possibilidade para artistas que não teriam outro canal de divulgação”, explica o apresentador. Para Barbeiro, essa possibilidade de ter a cultura representada no jornal por meio das bandas abre espaço para todos os estilos e idades. “Essa apresentação está diretamente ligada à cultura musical brasileira feita tanto por pessoas jovens quanto por veteranos que já passaram pela MPB”, destaca.

Realmente o palco, se é que podemos chamar assim, do JR News acabou se transformando em um encontro diário de músicos, um espaço inovador no qual todo tipo de cantor ou grupo se apresenta. “Aceitamos todos os ritmos, não importa a origem. Só precisa que o grupo tenha algum CD ou publicação, mesmo no youtube. Sem isso, não conseguimos avaliar os trabalhos para trazer ao programa. Também estamos baseados no SESC-SP (Serviço Social do Comércio) que tem um ótimo trabalho da MPB. Estamos sempre de olho no que o SESC apresenta. Todo o pessoal que vai lá, trazemos aqui”, detalha Barbeiro. O estilo eclético passa por cantores solos, grupos, instrumentistas e, pasmem os menos adeptos dessa mistura, até corais. Exemplo disso foram as apresentações de Natal do ano passado, que contaram com corais de crianças e até da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo. Um verdadeiro espetáculo, com interação até da equipe de jornalistas da casa.

Para os músicos, claro, a proposta é fascinante. “Acho que isso divulga não apenas vários estilos musicais, cultura e arte, mas é uma maneira muito gostosa de aliviar o noticiário da televisão, tão pesado com informações ruins que nos deixam tristes. Essa fórmula deveria ser reproduzida por outras emissoras”, diz Madalena Gonçalves, uma das solistas do coral da GCM.

Tudo muito bom, mas como será que o telespectador encarou essa nova proposta? Para o apresentador, o telespectador já foi cativado. “o público, no começo, teve certa surpresa. Eles não sabiam exatamente porque o jornal terminava com alguém cantando ou tocando, se fosse instrumentista. Estamos no ar há três anos e já conseguimos agregar um certo público, tanto na internet, quanto na televisão. Hoje, conseguimos fidelizar mais as pessoas. Vejo pelos comentários que recebemos pelo facebook, twitter, pelo meu e-mail, que divulgo no ar”, enfatiza Barbeiro.

Grupo A Melhor Banda da Cidade durante apresentação para o Jornal da Record News Crédito: Clébio Cavagnolle

Grupo A Melhor Banda da Cidade durante apresentação para o Jornal da Record News
Crédito: Clébio Cavagnolle

O jornalista, consagrado por seu estilo informal de apresentação e modo “conversado” de interagir com o telespectador tem razão. Marlene Dantas, telespectadora assídua e moradora do Grande ABC endossa a fala de Barbeiro e garante público cativo para as edições do jornalístico. “Meu marido, minha sogra, meus filhos e eu sentamos todos os dias, juntos, pra ver o jornal. A gente pega uma parte pela internet, no site do R7 antes, pra ver a conversa dele (Heródoto Barbeiro) com os músicos, e depois assistimos o final pela TV mesmo, quando termina o jornal. É bem gostoso”, declara a telespectadora, que faz questão de afirmar que acompanha o apresentador desde a TV Cultura e rádio CBN. “Vejo que esse é um bom diferencial. Você tem muitos jornais simultaneamente. Não digo que o nosso é pior ou melhor, mas ele é diferente”, avalia Barbeiro.

O resultado para o canal não se revela apenas em audiência, mas também em um produto a mais, qualificado e atrativo, na visão do apresentador. “Como boa parte da apresentação musical vai para a internet, antes do início do informativo, isso resultou em um subproduto que é o “Talentos”, programa que exibimos nos finais de semana, aos sábados e domingos às 21h, fruto dessa apresentação dos artistas no portal R7”, diz. Barbeiro, ousado por natureza, como professor e jornalista, não deixa de olhar para o futuro e se gabar de estar à frente no quesito integração de mídias. “É o passo de interação de duas plataformas, ou seja, olhando lá na frente, sabendo que a internet tende a puxar toda a comunicação para dentro dela”, finaliza.

Jornalismo Cultural no Brasil

Jornalista Heródoto Barbeiro, apresentador do Jornal da Record News e do JR News Talentos Crédito: Clébio Cavagnolle

Jornalista Heródoto Barbeiro, apresentador do Jornal da Record News e do JR News Talentos
Crédito: Clébio Cavagnolle

A cobertura jornalística de Cultura no Brasil sempre foi vista pelo grande público como algo distante do leitor, telespectador ou internauta. Talvez, pela linguagem ou modo de publicação-divulgação, tenha realmente aberto uma lacuna, que a mídia digital, agora, parece preencher. Blogs, Twitter e redes sociais tornam o segmento mais próximo de quem busca essas informações.

Para o jornalista Heródoto Barbeiro, essa distância diminuiu e a cobertura melhorou significativamente nos últimos cinco anos. “A cobertura melhorou muito. Está havendo uma expansão maior por causa das redes sociais. Hoje, o artista mesmo propaga aquilo que produz. O jornalista tem mais fontes, possibilidades para avaliar o trabalho de alguém e publicar como reportagem. A cobertura de hoje melhorou muito em relação ao que era há cinco anos”, avalia Barbeiro.

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