Data: 21 de outubro
Sessão: Mesa 4
Local: Sala 15 (5º Andar)
Horário: 16h15
Resumo: A crescente participação de religiosos no poder legislativo no Brasil tem chamado especial atenção nos últimos 10 anos. A força adquirida pela união destes parlamentares no Congresso e no Senado brasileiro até ganhou um nome, “Frente Evangélica Parlamentar” (FEP), que vem se destacando por seu aumento numérico, mas especialmente por sua ação na tramitação de projetos no legislativo. Tal cenário político chama atenção por seu ineditismo, seja pela história dos protestantes no Brasil, seja pelo importante e atual uso dos meios de comunicação dos religiosos. O principal objetivo do presente trabalho — que faz parte do Projeto Temático Fapesp “Lideranças Políticas no Brasil: Características e Questões Institucionais” (Neamp – PUC/SP) — é apresentar a pesquisa em andamento que busca compreender a relação entre o uso dos meios de comunicação e a ascensão política da “bancada evangélica”. Para tanto, será apresentada a análise dos impactos da participação política dos evangélicos no sistema democrático brasileiro e o uso dos meios de comunicação para consolidação de candidaturas e apoio público. Para tanto, o trabalho foi dividido em duas linhas de pesquisa, uma conceitual e histórica e outra baseada em eventos atuais, levantados a partir dos meios de comunicação. Assim, foram levantadas bases conceituais das ciências políticas e sociologia a fim de pensar temas como a laicidade do Estado, democracia, representação e o conceito de secularização. Como o foco deste estudo é a política brasileira, foi importante também levantar as bases políticas e religiosas presentes no Brasil após a proclamação da República a fim de compreender como a moral religiosa, antes católica, sempre esteve presente na política brasileira. Além disso, o trabalho usou os próprios meios de comunicação para verificar o uso dos meios para a consolidação política da Frente Parlamentar Evangélica. Os resultados contidos neste trabalho são parciais, mostrando a frequente presença religiosa na política brasileira e como sua presença é assegurada tanto pela estrutura do Estado Democrático, quanto pela população brasileira, que sempre teve nos religiosos importantes líderes políticos e sociais, e não apenas para questões espirituais.