Empolgação, ansiedade e gargalhadas. Nada de silêncio, de andar devagar e muito menos de não tocar em nada. O Catavento Cultural é diferente dos museus convencionais a que estamos acostumados. A instituição trabalha com o lúdico para ensinar crianças e adolescentes sobre temas como o Universo, a Vida, o Engenho e a Sociedade.
Julia Rugno é assistente de comunicação do Museu há três anos e já trabalha lá há cinco. Ela entrou como monitora estagiária e conta que o Catavento Cultural ainda é muito novo – tem sete anos – e está sempre com projetos para serem lançados e em frequente expansão. Ela conta ainda que a instituição é uma Organização Social que recebe verba do governo por meio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – antes também da Secretaria da Educação, mas com o corte de verbas essa parceria acabou -, além dos recursos do governo o Museu também tem parcerias fixas e temporárias com empresas, duas das fixas são o Boticário e a Bayer.
Segundo a assistente de comunicação o Catavento Cultural recebe em média 45 escolas por dia, tem um setor chamado “visitação” que cuida dos agendamentos, que oferece 14 roteiros e os grupos (podem ser escolar ou não, o único requisito é que seja de no mínimo 20 pessoas) escolhem qual itinerário desejam fazer no Museu, assim eles têm monitores disponíveis em cada sessão. Para grupos menores ou vistas individuais não existe monitoria, mas o Museu é autoexplicativo, com placas e audioguias. “Trabalhei um tempo no núcleo de acessibilidade do Museu que é um trabalho muito bacana, pois cuida de cada detalhe, desde rampas até o tratamento para que o público com alguma necessidade especial se sinta acolhido e não diferenciado” diz Julia.
Relembra também que o projeto do Museu ficou engavetado durante cerca de 10 anos e no governo de José Serra foi posto em prática. Sergio Freitas um dos idealizadores, viajou por vários lugares do mundo pegando referências para trazer para o Catavento Cultural, buscando os profissionais mais indicados para cada abordagem como é o caso da atração “Evolução”, criada pelo professor Walter Neves.
A instituição trabalha com o lúdico em diversas de suas atrações. Por exemplo, no show de química onde as crianças fazem experiências brincando, ou então quando entram em um submarino e em uma nave espacial bem realistas. A psicopedagoga Sandra Regina Dallabona defende em seu artigo sobre a O lúdico na educação infantil, que “A capacidade de brincar possibilita às crianças um espaço para a resolução dos problemas que a rodeiam. A literatura especializada no crescimento e no desenvolvimento infantil considera que o ato de brincar é mais que a simples satisfação dos desejos. O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaços próprios; um fazer que se constitui de experiências culturais que são universais, e próprio da saúde porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo e com os outros”.
Sandra defende ainda que “É por intermédio da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura no meio em que vive, a ela se integrando, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com os seus semelhantes e conviver como um ser social”.
Localizado no centro de São Paulo no Palácio das Industrias, antiga sede da prefeitura no Parque Dom Pedro II, bem próximo ao Mercado Municipal. Tem fácil acesso de metro desembarcando na linha vermelha na Estação Dom Pedro II ou na linha Azul São Bento, está também a poucos metros do terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, se for de carro o Museu também oferece um estacionamento por R$ 10,00 a estadia de 4h. Os ingressos custam R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 a meia entrada – aos sábados o acesso é gratuito para todos -. Aberto de terça a domingo das 9h às 16h.