Pi Patel conta sua história para um amigo escritor que busca inspiração para o próximo livro: ele está ali porque lhe foi dito que o indiano o faria acreditar em Deus.
Sua história começa ainda em Pondicherry, na Índia. Seu pai era dono de um zoológico, mas decide se mudar com a família e os animais para o Canadá. Eles viajam a bordo de um imenso cargueiro que, durante uma tempestade, naufraga. Pi sobrevive em um bote salva-vidas, mas fica preso no meio do Oceano Pacífico acompanhado de um macaco, uma hiena e um tigre-de-bengala chamado que atende pelo curioso nome de Richard Parker.
O roteiro de David Magee, apenas um dos vários elementos do filme que concorrem ao Orcas, foi baseado no romance homônimo de Yann Martel. O livro, aliás, já foi acusado de plágio. A história é muito semelhante ao livro Max e os Felinos de Moacyr Scliar. Max é um jovem alemão, fugido do nazismo, que viaja a bordo de um navio que transporta animais. Quando a embarcação naufraga, ele acaba em um bote salva-vidas acompanhado de um jaguar. O próprio Yann Martel reconhece que foi ao ler uma resenha do livro no New York Times que teve a ideia para sua própria obra, embora afirme jamais ter de fato lido o livro.
Mas o importante aqui não é livro, e sim o filme! As Aventuras de Pi foi dirigido por Ang Lee, um profissional diversificado. O taiwanês já fez trabalhos como Hulk, Desejo Proibido, O Segredo de Brokeback Mountain e o Tigre e o Dragão. Diferentes histórias, estilos e gêneros com a mesma qualidade de um diretor único.
Além de muito bem dirigido, o filme conta com uma excelente fotografia e efeitos visuais. Não só o tigre companheiro de viagem de Pi, inteiramente feito em CG, mas também as maravilhosas paisagens em que o filme se passa. Destaque também para a trilha sonora do canadense Mychael Danna que foi indicado pela primeira vez.